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Desafio

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Gostaria de compartilhar uma breve reflexão sobre uma situação recorrente entre as crianças, especialmente em momentos de brincadeiras em grupos, á luz da teoria psicanalítica de Sigmund Freud.

Segundo Freud, a mente humana é composta por três instancias: id, ego e superego. O id é a parte mais primitiva da personalidade, ligada a impulsos instintivos e ao desejo de satisfação imediata. É essa instância que, muitas vezes, leva a criança a desejar o brinquedo do colega, simplesmente por impulso ou desejo de posse.

Já o superego é responsável por internalizar as normas sociais, os valores e os ensinamentos morais recebidos da família, escola e da sociedade. As crianças, mesmo pequenas, já têm certa noção do que é "certo" ou "errado", como saber que dividir é correto. No entanto, entre o saber e o conseguir agir conforme esse conhecimento, existe um processos em desenvolvimento.

É ai que entra o ego, a parte da mente que busca equilibrar os desejos do id com as exigências do superego. O ego tenta administrar essa tensão interna, avaliando se é adequado ou não seguir o impulso. No caso das crianças esse mecanismo ainda está em formação. Quando não conseguem lidar com essa tensão, podem recorrer ao mecanismo de defesa, como a negação ou a projeção, o que pode se manifestar em comportamentos como empurroões, mordidas ou disputas intensas por brinquedos.

Portanto ao observar essas atitudes, é importante compreendermos que elas fazem parte do processo de construção emocional da criança. Ainda que saibam que o ideal é dividir, nem sempre conseguem fazê-lo. Estão em constante aprendizado e, aos poucos, vão amadurecendo sua capacidade de autorregulação.

Compreender essas manifestações comportamentais sob a perspectiva psicanalítica nos ajuda a agir com mais empatia, acolhimento e orientação firme, contribuindo para que progressivamente, as crianças desenvolvam formas mais saudáveis de lidar com seus sentimentos e desejos.

De acordo com Freud, as crianças estão na fase egocêntrica, não pensam nos outros.

Como terapeuta, criaria brincadeiras educativas, ensinando elas a compartilharem.

Segundo Freud, a psique humana é formada por três instâncias: id, ego e superego.
•Id: está relacionado com os impulsos instintivos, busca imediata por prazer e satisfação, sem considerar normas ou limites. Em crianças pequenas, o id é predominante, pois ainda não desenvolveram plenamente o ego e o superego.
•Ego: é a instância que media os desejos do id com as exigências da realidade. Ele se desenvolve progressivamente, permitindo o autocontrole.
•Superego: representa a internalização das normas, regras e valores sociais, funcionando como consciência moral.
O comportamento das crianças que brigam pelos brinquedos pode ser explicado pelo domínio do id. Elas buscam a satisfação imediata (ter o brinquedo), sem considerar as regras sociais ou o direito dos colegas.
O que deverá acontecer na sala de aula:
A intervenção pedagógica deve buscar fortalecer o desenvolvimento do ego e do superego nas crianças. Isso pode ser feito por meio de:
•Regras claras de convivência e compartilhamento.
•Orientações constantes sobre a importância de respeitar os colegas.
•Estratégias lúdicas para ensinar a esperar a vez, negociar e resolver conflitos.
•Atividades em grupo que estimulem a empatia e a cooperação.
Citação de IEVI em dezembro 16, 2021, 2:48 pm

De acordo com Sigmund Freud, a psique humana é composta por três estruturas: id, ego e superego. Essas três estruturas se combinam para criar o complexo comportamento dos seres humanos.

As professoras de uma escola de educação infantil reportam constantemente as dificuldades das crianças menores de cinco anos de idade em compartilhar os brinquedos em sala de aula. Mesmo ao brincarem com brinquedos idênticos, as alunas e os alunos brigam para pegar os brinquedos uns do outros. A diretora da escola decide convidar você, um psicólogo, para dar uma formação sobre a problemática na sua escola.

Qual é a explicação apresentada sobre o fenômeno a partir da perspectiva psicanalítica freudiana? Explique também o que deverá acontecer em sala de aula. 

Como psicóloga convidada para uma formação sobre a dificuldade das crianças menores de cinco anos em compartilhar brinquedos, eu proporia uma leitura psicanalítica freudiana do fenômeno, destacando os aspectos inconscientes, afetivos e simbólicos que envolvem esse comportamento, muitas vezes mal compreendido como “birra” ou “egoísmo”.

I - Explicação psicanalítica freudiana do fenômeno

Segundo a teoria de Sigmund Freud, o desenvolvimento infantil é marcado por estágios psicossexuais. Crianças menores de cinco anos geralmente estão entre os estágios anal (1,5 a 3 anos) e fálico (3 a 6 anos). Nesses períodos, estão construindo noções fundamentais sobre controle, posse, autonomia, limites e relações de poder.

1. Estágio anal (1,5 a 3 anos):
Nesse estágio, o foco do prazer está relacionado à retenção e expulsão, tanto no sentido físico (controle dos esfíncteres), quanto no simbólico. É comum que a criança desenvolva comportamentos relacionados à posse e ao controle do que “é dela”. O brinquedo representa mais que um objeto: ele é uma extensão do eu, e compartilhar pode ser sentido como perda de controle ou ameaça à sua autonomia.

2. Estágio fálico (3 a 6 anos):
Neste estágio, a criança começa a lidar com sentimentos mais complexos como ciúmes, rivalidade e desejo de afirmação. O brinquedo pode ser vivido simbolicamente como uma forma de se destacar ou conquistar o olhar do outro (seja o adulto ou o colega). A disputa, nesse sentido, não é racional, mas profundamente ligada à formação do ego, à construção da identidade e ao desejo inconsciente de ser o “preferido”.

Portanto, a briga por brinquedos, mesmo que sejam idênticos, não é sobre o objeto em si, mas sobre desejo, identidade, amor, pertencimento e reconhecimento. Compartilhar, para a criança pequena, implica abdicar de algo que ela sente como parte de si. Não se trata de vontade, mas de imaturidade emocional e psíquica.

II - O que deverá acontecer em sala de aula?

A sala de aula, nesse contexto, deve ser um ambiente de acolhimento emocional, e não apenas de correção comportamental. Algumas orientações práticas e psicanaliticamente fundamentadas:

  1. Evitar punições ou repreensões rígidas diante das brigas por brinquedos. Isso pode reforçar a culpa ou o medo, sem desenvolver a compreensão do outro.

  2. Nomear os sentimentos das crianças: O educador deve ajudar a criança a identificar e expressar o que sente, “Você ficou bravo porque queria aquele brinquedo, né?”, favorecendo a elaboração simbólica do conflito.

  3. Respeitar o tempo do desenvolvimento psíquico: Entender que o compartilhamento não deve ser imposto mecanicamente, mas construído com mediação afetiva e exemplo dos adultos.

  4. Propor brincadeiras cooperativas, em que o foco não seja o objeto, mas a relação, isso favorece a substituição da lógica de posse pela lógica da convivência.

  5. Estabelecer rotinas e regras claras, mas com flexibilidade e empatia. Limites são importantes, mas precisam ser afetivamente sustentados.

  6. Acolher os conflitos como oportunidades pedagógicas, e não como falhas. O conflito revela o movimento do desejo, que precisa ser escutado e simbolizado, não eliminado.

A teoria psicanalítica de Freud nos ensina que o comportamento infantil é profundamente simbólico e enraizado em dinâmicas inconscientes. A dificuldade de compartilhar brinquedos revela muito mais do que uma questão de disciplina: trata-se da formação do eu, da experiência do desejo e do lugar do outro. Cabe ao educador, em parceria com a psicologia, transformar esses momentos em experiências de escuta, nomeação e elaboração afetiva, contribuindo para o amadurecimento emocional da criança.

A criança de 0 a 5 anos passa pelas fases oral, anal e fálica do desenvolvimento psicosexual, segundo Freud. Nesse período, ela utiliza principalmente o id e o ego para tomar decisões, já que o superego ainda não está plenamente formado.

Isso exige atenção ao papel do id, que é responsável pelos desejos e impulsos primários. Como o superego ainda não atua de forma efetiva para moderar essas pulsões, e o ego ainda está em desenvolvimento, a criança tende a ter dificuldades para controlar suas vontades. Um exemplo comum é a resistência em compartilhar brinquedos, pois ela ainda não possui a estrutura psíquica (superego) necessária para regular essas emoções e pensar nas necessidades do outro.

Na sala de aula, isso se manifesta em comportamentos mais egocêntricos, onde a criança centraliza suas vontades em si mesma, com pouca ou nenhuma consideração pelo outro. Esse egocentrismo é natural nessa fase do desenvolvimento e tende a se transformar à medida que o superego vai se formando, especialmente após os 5 anos.

Com base na teoria Freudiana, o que está acontecendo na sala de aula é a manifestação do ID, pois crianças menores de 5 anos não desenvolveu o Ego e SuperEgo. Elas agem por desejo pois o Id é a estrutura dominante. Elas são movidas por impulsos e necessidades básicas, como a posse e a satisfação instantânea. Quando uma criança vê um brinquedo que deseja, o Id exige que ela o tenha imediatamente, independentemente de outra criança já estar brincando com ele ou de haver um brinquedo idêntico disponível. A frustração dessa necessidade gera angústia, que se manifesta em choros, birras ou agressão.

O que deverá acontecer em sala de aula é o desenvolvimento do Ego e SuperEgo. As professoras desempenham um papel crucial no desenvolvimento dessas instâncias psíquicas. Elas funcionam como agentes externos que auxiliam na construção do Ego e do Superego das crianças.

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