Desafio - Módulo II
Como o convívio continuo e constante da imagem do outro, faz com que na separação o sujeito não saiba diferenciar sua imagem a imagem do outro, gerando assim a angustia da não personificação da identidade do sujeito individual.
Lacan ao falar sobre o estádio do espelho explicará este momento como sendo aquele onde a criança começa a diferenciar o seu corpo e o mundo externo a partir de sua imagem corporal. Ao reconhecer-se no espelho, esta imagem do corpo permite ao sujeito um primeiro contato e diferenciação com o que é e o que não é do eu. A identificação do sujeito com a imagem proporciona à criança transpor o momento pré-especular, com a imagem do corpo segmentado, constituindo uma subjetividade, pois a criança conquista nesse momento a autenticação e o reconhecimento dessa imagem como de um sujeito (CUKIERT; PRISZKULNIK, 2002). No entanto Braier (2000:162) explica que no caso de gêmeos idênticos, há um deslocamento da mãe fálica ao irmão. Segundo o autor: “o gêmeo seria para cada irmão o próprio eu (eu ideal) e substituiria a mãe ideal da díade pré-edípica e, portanto, provida de falo com a qual um e outro desejam fusionar-se (identificação primária)”. Marquez (2008: 55), em sua dissertação de mestrado, explica que o gêmeo seria para cada um o eu-ideal e substituiria a mãe ideal nas suas características de poder e unicidade. Portanto, neste exemplo, não há ainda, para a criança, uma identificação singular. Permanece o desejo de fusionarem-se através da identificação primária. A autora (2008: 69) esclarece ainda que diante desta fusão identificatória e sobreposição do eu ideal sobre o ideal do eu, teríamos a questão da estruturação patológica do superego, revelando a probabilidade de fixação no Narcisismo Primário, própria da experiência gemelar, uma vez que os gêmeos apresentam um horror de ser outro, implicando, assim, perder esta identidade fusional. Além disso a igualdade física, salientada voluntariamente, facilitaria a incorporação oral do outro do par gemelar, acrescida de todas as cenas de confusão e erros verificados na impossibilidade dos terceiros de distingui-los adequadamente (MARQUEZ, 2008: 69).
Nesta abordagem passa-se a necessidade de um espelho humano parra nos conduzir a nossa realidade de uma nova vida. esse espelho é o nossos pais ou pessoas que pode nos referir as melhores vista para uma vida melhor.
Acredito que neste caso houve uma perda da identidade, tão acostumado ao irmão, que é como se a presença do irmão fosse uma parte dele, que complementava a própria personalidade. Eram imagens tão iguais, que ele não se reconheceu no espelho e acreditou ser o irmão.
É comum que crianças gêmeas se confundam no espelho, especialmente se forem idênticas. Isso ocorre porque elas compartilham uma semelhança física significativa e ainda estão desenvolvendo sua identidade individual. O reflexo no espelho pode parecer familiar, levando à confusão. No entanto, com o tempo e experiências individuais, elas aprenderão a distinguir-se melhor.
Por serem gêmeos idênticos, suas imagens estão vinculadas uma vez que ao se olharem veem a imagem de si próprio. Ao se deparar com o espelho e ver a si próprio ele tem como a imagem do irmão. O que ocorre é uma confusão de vinculação de imagens, ele vê a si mesmo no irmão e vice-versa.
Quando o irmão se olhou no espelho ele viu o "eu interior" e refletiu a imagem dele que está sendo transmitida por o outro irmão ocupado o lugar dele... ao olhar no espelho percebe se que o irmão se passando por ele com certeza vivendo a vida dele... deixou o ego dele afetado por a troca de identidade. E quando crescer já vai apresentar um trauma. E o que não quis brincar de repente ficou chateado por o fato de não estar sendo ele mesmo.
Citação de IEVI em outubro 29, 2021, 11:05 amLevando em consideração o que está sendo estudado nesta unidade, como você explicaria essa situação dos irmãos gêmeos?
O espelho mostra exatamente aquilo que está à frente dele, exibindo nossa perspectiva daquela imagem, essa situação hipotética sugere que o garoto pode estar enfrentando desafios em relação à sua identificação individual, imagem corporal e construção do eu.
Ele nao consegue destinguir o "Eu" do "Outro".
O menino não se reconhece, ele não consegue se perceber e vive como se estivesse em um mundo paralelo.
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