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Desafio - Módulo II

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  • Apesar de gêmeos são personagens diferentes. A imagem é clara quando um dos gêmeos sorri e se diverte com o cachorro e o outro está com uma expressão séria. O espelhamento dos gêmeos foram experiências diferentes.

No caso relatado, vemos uma criança gêmea que, pela primeira vez, se percebe sem o irmão e reage brigando com o espelho, como se a ausência fosse um rompimento de si mesma. Isso revela como nossa identidade, desde cedo, é construída pelo olhar e pelas interações com os outros. Não nascemos reconhecendo quem somos; aprendemos isso pelos reflexos e feedbacks que recebemos. Essa interdependência pode ser uma ferramenta poderosa para os pais ajudarem os filhos a se reconhecerem como indivíduos, rompendo a ideia de que a identidade depende apenas da presença do outro.

O mais interessante é que essa dinâmica não fica só na infância. Muitos de nós carregamos essa dependência de validação externa até a vida adulta, dificultando o entendimento do que realmente é nosso e o que é reflexo dos outros. Saber reconhecer nossas fronteiras identitárias é essencial para construir relações mais saudáveis e autênticas, além de evitar que a falta de percepção de quem somos impacte negativamente nossa convivência social e emocional.

o irmão gêmeo sentiu a falta do irmão que estava na escola ,olhando no espelho viu a sua imagem e ainda não tinha a consciência e devido entendimento que não era seu irmão mas sim a sua imagem e ficou chateado achando que seu irmão não queria brincar.

 

Acredito na importância da identidade de cada uma destas crianças, são Gêmeas idênticas no físico ok, porém são diferentes em  outros aspectos. Desde pequenos é preciso trabalhar isto, para que não queiram viver a vida um do outro. Cada um deve olhar para si de maneira peculiar e única.

Desta experiência diante do espelho é fundamental notar que o momento que se constitui
o eu, difere do momento em que se reconhece o outro como uma diferenciação de si mesmo.

Também há um delineamento entre os limites do nosso corpo e do outro.

Segundo Lacan, nesse estado diante do espelho - que não parte de um amadurecimento
biológico, e sim da intermediação de uma relação em que - o eu se apresenta precipitado, como resultado.

Roudinesco e Plon (1998) explicam que: "A criança se reconhece em sua própria imagem, e neste movimento, juntamente com o apoio e
a presença, o olhar do outro (a mãe ou um substituto) que a identifica e a reconhece simultaneamente nessa imagem. Instantaneamente, porém o
eu é como que captado por esse outro eu imaginário: mas que de fato é o sujeito, que não sabe o que é, mas acredita ser aquele eu de fat0 a quem vê no espelho."

Ele não tem a noção do "Eu" ainda, pois enxerga no espelho a imagem do irmão gêmeo, e não a sua devido ás circunstancias peculiares de ter um irmão idêntico. Segundo a teoria encontra-se num estado de desamparo, requisito para um estagio posterior de tornar-se humano ou humanizar-se.  Mas essa ilusão de que o irmão é sua imagem não é relevante e não vai impedir a constituição do seu "Eu". ele esta confuso como nós estaríamos em tentar identificar dois irmãos gêmeos. É uma situação que será superada provavelmente quando os dois passarem pelo "estágio do espelho", que segundo Lacan, complementando ou baseando-se nas ideias de Freud, desenvolver a teoria que evidencia que, é  fundamental para que a criança reconheça sua imagem e passe a entender o mundo interior, exterior, seus limites, interagindo com o meio para sua formação madura do seu "Eu".

Esse caso revela o Estádio Espelho conferido por Lacan. No período pré-especular, a criança não identifica o seu próprio corpo, apenas partes. Desse modo, a referência que tem, a do irmão e ele se vê, naquele momento rejeitado e projeta essa sensação no irmão.

O gêmeo que ficou em casa procurou, na sua imagem refletida no espelho, uma forma de interação com o "outro" para suprir a ausência de seu irmão. Como isso não aconteceu, ele ficou angustiado.

A interação entre os irmãos é constante, suas rotinas são muito semelhantes e muito provavelmente isso afetou o efeito do estádio de espelho (LACAN). Um irmão, ao olhar para o outro, está acostumado a não enxergar a si mesmo, no seu entendimento ele interagia com o outro, e este outro era a imagem de si mesmo, o "eu" não estava delineado.

No momento que se encontrava sozinho frente ao espelho, ele apresenta dificuldade no entendimento do "eu", e interpretava a própria imagem como sendo o outro (irmão). É um processo que pode se entender como natural diante do cenário específico de irmãos gêmeos, é saudável para a criança interagir com o espelho sozinha, até entender a concepção de si mesmo.

Por serem gêmeos, os meninos, que ainda não tem uma percepção de EU definida, reconhecem a imagem apenas do outro. O garoto ao se deparar com o espelho e ver sua própria imagem associou-a imediatamente a imagem do irmão, aquela que é acostumada a ver no dia a dia. Cabe o acolhimento da mãe, explicando-lhe que aquela imagem é o “seu eu” e dando-lhe patrocínio positivo visando gerar autoestima e reconhecimento como indivíduo.

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