Desafio - Módulo II
A situação do desafio é exatamente o que é mostrado no módulo: conceitos de identidade, espelho e também a relação do "eu" e o "outro".
O fato dos irmãos terem uma aparência muito semelhante, cria-se uma sensação no sujeito de identidade compartilhada ou até mesmo difundida, principalmente na idade em que as crianças se encontram onde o desenvolvimento da distinção entre si mesmo e outro está em andamento.
Quando o irmão que ficou em casa se olha no espelho e se "confunde" ou se "integra" com o irmão que foi para a escola se relaciona ao estádio do espelho que é descrito por Lacan, um momento onde a criança se reconhece como um indivíduo separado ao ver sua imagem refletida. Nesse desafio especificamente, a criança não só se vê como um indivíduo, mas também projeta a identidade do irmão sobre si mesma. Isso gera dificuldade de estabelecer uma distinção bem clara sobre o "eu" e o "outro".
Também percebe-se a importância do irmão para a sua própria identidade social. Busca-se a presença do irmão para o desejo da socialização.
A questão da imagem ainda está em construção nos gêmeos, ou pelo menos, naquele que ficou em casa. Pelas semelhanças, ficou confuso pra ele distinguir o eu do outro. Além da vivência cotidiana: escola juntos, dormir no mesmo horário, comer, brincar. Separar de alguém idêntico fisicamente e tão próximo não facilitou para que a criança entendesse que a imagem relfetida no espelho era a própria.
Citação de IEVI em outubro 29, 2021, 11:05 amLevando em consideração o que está sendo estudado nesta unidade, como você explicaria essa situação dos irmãos gêmeos.
Não existe uma distinção clara, de que cada um seja um ser único, não há diferenciação de si do irmão ou de sua própria imagem no espelho, pois ele ainda não desenvolveu o senso de individuação.
O irmão ao se olhar no espelho viu na imagem não o Eu mas sim seu irmão, provavelmente ele tem dificuldades em relação a sua própria imagem, vendo ele mesmo na imagem do próprio irmão univitelino, por isto é comum quando um adoece o outro adoece junto, a imagem no espelho.
A presença simultânea dos irmãos pode gerar conflitos ou situações de identificação mútua. Isso pode levar à construção de uma imagem corporal e simbólica que transcende os limites individuais, criando uma ilusão de unicidade no corpo e na identidade. A situação dos irmãos gêmeos pode ser compreendida através da teoria lacaniana do estádio do espelho, destacando o papel do olhar, da dependência e da construção da diferença entre o sujeito e o outro na constituição de sua identidade individual.
A criança ainda não tinha formado a sua imagem de constituição do eu, e por ele ser idêntico ao seu irmão e já ter a imagem mental do irmão formada, quando ele olhou no espelho ele identifico a mesma imagem do irmão, por isso ele o chamou para brincar. A Mãe poderia ter ficado diante do espelho com filho e mostrado para ele sua figura para dar inicio da formação a formação do eu dessa criança.
A angústia do menino é resultado da falta de uma imagem separada e distinta de si mesmo. A entrada da mãe no quarto e a sua presença são suficientes para permitir que o menino se sinta seguro novamente.
A questão dos irmãos gêmeos está relacionada ao que aprendemos hoje. Pelo fato de ambos no terem tido seu reconhecimento frente a um espelho, o irmão no seu primeiro contato com o espelho acredita estar diante de seu irmão gêmeo. Pois ele não tinha a percepção de sua própria identidade.
Ao se olhar no espelho, ele percebe ele acha que está na frente de seu irmão - sua imagem refletida. Isso criou uma ilusão da presença de seu irmão gêmeo. Ao perceber que o irmão (imagem refletida) não quis brincar com ele, o causa um sentimento de desamparo e abandono.
O processo de individualização em gêmeos é complexo. A criação de gêmeos apresenta desafios únicos, como a necessidade de reconhecer as diferenças e singularidades de cada um. É preciso que os pais e as pessoas que os cercam ter consciência de identificações singulares para a construção de identidade de cada um. Como por exemplo, vestir os gêmeos de forma diferente e usar nomes distintos. É fundamental que os pais ofereçam tratamento diferenciado, atendendo às demandas de cada um, para a formação de suas respectivas identidades.