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Desafio - Módulo II

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Citação de IEVI em outubro 29, 2021, 11:05 am

Levando em consideração o que está sendo estudado nesta unidade, como você explicaria essa situação dos irmãos gêmeos?

É A PROJECAO DE DOIS IRMAO GEMEOS  QUE AINDA ESTAO SE CONHECENDO, SE IDENTIFICANDO E SE ALTA PROJETA NOS LUGARES QUE PODEM IR  E ATRAVES DO REFLEXO  VE SUA PROPRIA IMAGEM.

Na minha família temos irmãos gêmeos, e como em toda família que ocorre a nascimento de gêmeos, eles também foram criados como se um fosse idêntico ao outro, roupas iguais, brinquedos iguais, e até mesmo a forma como são tratados diante dos familiares, essa atitude cria uma conexão tão grande que não conseguimos explicar e muitas vezes nem compreender, embora não sabemos exatamente como se dá o fato de muitas vezes um sentir exatamente o que o outro está sentindo e que em de vez em quanto não da pra diferenciar um do outro, cada um tem um temperamento único. Porém quando se afastam a solidão pode gerar estado de pânico e até uma sensação de que está faltando uma parte de se próprio.

Podemos dizer que se refere ao estágio do Espelho de Lacan. Esse estágio ocorre entre 6 e 18 meses e é caracterizado pela percepção do indivíduo de si mesmo. Quando esse percepção acontece ele também passa a observar o outro da perspectiva de si mesmo. A ideia do Gêmeos foi pedagógica para compreendermos melhor como acontece o estágio do espelho.

Como os gemeos sempre estao juntos desde a barriga da mae, quando um esta longe do outro, ha um desespero de solidao. Quando o gemeo x se encontra sozinho, ele tenta brincar sozinho e nao consegue, entao vê sua imagem no espelho e conclui que aquele seria o gemeo y, ja que sao identicos e ele nao consegue distinguir a realidade da imaginacao.

Irmãos gêmeos representam um desafio à constituição do eu, pois a presença constante do outro semelhante pode dificultar a diferenciação entre o "eu" e o "não-eu". No estádio do espelho (Lacan), a identificação com o outro é essencial para formar a imagem do eu, mas nos gêmeos essa identificação pode ser excessiva. Assim, o processo de individualização demanda maior mediação simbólica para que cada um construa sua própria identidade.

O menino está tão acostumado a ver o irmão que é idêntico a ele, que quando olha no espelho, é como se tivesse vendo o próprio irmão e não a sí mesmo. Talvez ainda não tenha conseguido entender sua individualidade e do irmãozinho, é muito curioso ver um bebe quando se olha pelas primeira vezes no espelho, é nítido uma confusão e interesse, até perceber que é o próprio no espelho, bem como o interesse por outros bebes com a mesma faixa de idade.

Os irmãos acostumados a presença constante um do outro perde um pouco a sua própria identidade qdo se vê sozinho e assim busca a presença do outro como busca de si mesmo

Lacan situou o eu como uma instância do imaginário, da ilusão e da alienação. Antes da fase do espelho, a criança tem uma imagem fragmentada e caótica de si mesmo, não tendo a compreensão de sua imagem unificada. A referência que ele tem sobre o ideal é apenas de outros, das pessoas que vê, assim como seu irmão. Diante dessa situação de desamparo e da incapacidade de diminuir suas tensões provocadas por estímulos, ele pode se sentir, frustrado, angustiado, manifestando através de choro. No meu ponto de vista, essa criança ainda não havia se contemplado diante do espelho, ou talvez, já tivesse vivenciado essa experiência sem a validação de outros confirmando que era a sua imagem no espelho. Portanto, a única imagem que tem de si é de partes fragmentadas que lhe são visíveis( mãos, braços, barriga), não sendo possível reconhecer que o rosto que ele via era seu, tendo uma autoimagem ilusória e alienada.
Ele necessita de interação com a imagem projetada para se sentir completo, sem conseguir distinguir o imaginário (imagem) do simbólico (irmão real), levando ao sentimento de angústia, queixando-se à mãe.

Na situação descrita, em razão de os gêmeos ainda estarem em um estádio precoce de desenvolvimento, eles ainda não têm a capacidade de distinguir a sua imagem externa da do outro, por serem idênticos. Diante disso, o irmão adoecido, ao se olhar no espelho, não enxerga seu próprio reflexo, mas atribue ao mesmo a imagem de seu irmão. Segundo Jacques Lacan, entre os seis e 18 meses, o bebê reconhece sua imagem refletida no espelho a ponto de sustentar sua postura. Esse processo é confirmado a partir do outro, que o auxilia em seu autoconhecimento. Porém, no caso em questão, o fato de os irmãos serem idênticos compromete essa distinção entre o “eu” refletido no espelho e o “outro”, não como apenas uma imagem mental, mas sim como um corpo estruturado e semelhante. Nesse sentido, essa confirmação de que os gêmeos se tratam de duas pessoas, fisicamente idênticas e separadas, precisará ser feita e reforçada pela mãe e pelo irmão mais velho, que já têm consolidado essa separação de maneira bastante clara e natural. 

Como eles estão sempre juntos, o garoto ainda nao consegue distinguir que são duas pessoas diferentes.

Ele se olha no espelho e súplica, afirmando que o X (outro irmão) não quer brincar com ele. Isso explica que o garotinho ainda está formando seu "eu" e então se identifica com a imagem refletida no espelho, mas o mesmo ainda não separou seu "eu" do outro. Como isso ainda não aconteceu, o garoto acaba projetando a imagem de seu irmão no espelho.

Ele demonstra sentir uma angústia profunda, ao afirmar que seu irmão nao quer brincar.

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