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Desafio - Módulo III

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Nesse caso, fica evidenciado a neutralidade total ou parcial de outros desejos externos de um indivíduo, focando ou canalizando em um único ponto a sua fonte de prazer ou de satisfação.

Na esquizofrenia, o conceito de libido, tal como é entendido na psicanálise, pode ser alterado de várias maneiras. Para entender o que acontece à libido que foi afastada dos objetos externos, precisamos primeiro entender a relação entre libido e objetos externos no contexto psicanalítico.

Sigmund Freud, no modelo psicanalítico, viu a libido como uma energia psíquica associada ao desejo e à satisfação das necessidades sexuais e amorosas, que, ao longo do desenvolvimento, se direciona para diferentes objetos — ou seja, pessoas ou coisas que atuam como focos para os impulsos libidinais.

Quando se fala que a libido foi "afastada dos objetos externos", isso pode se referir a uma retirada da energia libidinal de objetos do mundo real (pessoas ou situações) e sua direção para dentro do próprio sujeito ou para outros tipos de objetos internos, como fantasias ou pensamentos. Esse afastamento pode ter várias implicações na esquizofrenia, uma condição caracterizada por uma ruptura com a realidade, alucinações, delírios e dificuldades de relacionamento social.

O que acontece com a libido na esquizofrenia?

  1. Retirada da libido (libido desinvestida): Em muitos casos de esquizofrenia, a pessoa pode experienciar uma retirada da libido dos objetos externos, ou seja, ela deixa de investir seus impulsos libidinais em relações sociais ou sexuais. Esse afastamento pode resultar em um distanciamento emocional das outras pessoas, criando uma espécie de isolamento. A pessoa pode não mais sentir desejo ou interesse pelas relações interpessoais, como se a energia psíquica fosse "retraída" ou deslocada para o interior.
  2. Substituição por objetos internos ou fantasias: Em alguns casos, a libido pode ser deslocada para objetos internos, como fantasias ou representações mentais. Isso pode se manifestar como uma vida interna rica em delírios ou alucinações, nos quais a pessoa pode experimentar um mundo interior intensamente vivido, mas desconectado da realidade externa. Essas fantasias podem ser um substituto para o envolvimento com o mundo externo, que se torna ameaçador ou difícil de acessar devido à psicose.
  3. Blocos ou inibições psíquicas: O afastamento da libido de objetos externos pode também manifestar-se na forma de inibições ou bloqueios afetivos. A pessoa pode ter dificuldades em estabelecer ou manter relações afetivas, o que pode ser visto como uma forma de defesa psíquica contra o sofrimento ou o medo de ser ferido emocionalmente.
  4. Atraso no desenvolvimento psicossocial: A esquizofrenia pode interromper ou dificultar o desenvolvimento sexual e emocional de uma pessoa, levando a um afastamento da libido do envolvimento com outros indivíduos e a um retrocesso no que diz respeito a desejos ou interesses sexuais. Em alguns casos, pode haver uma estagnação ou um comprometimento na capacidade de formar vínculos interpessoais profundos, o que reflete uma falha no investimento da libido em relacionamentos reais.

Perspectiva psicanalítica

De uma perspectiva psicanalítica, a esquizofrenia pode ser vista como uma "dissolução" ou uma regressão de processos psíquicos, com a libido sendo retirada dos objetos externos e investida em representações internas. Freud falou sobre a "desinvestidura libidinal" (ou seja, o afastamento da libido de objetos externos) em seus estudos sobre a psicose, sugerindo que, em casos graves, a psique pode começar a reorganizar a forma como a libido é distribuída. Isso pode resultar em uma experiência do mundo bastante distorcida e uma dificuldade extrema em se engajar com o exterior, com um retorno ao que ele chamou de "narcisismo primário" — ou seja, uma fixação nos próprios interesses e fantasias.

Em suma, o afastamento da libido dos objetos externos na esquizofrenia pode ser visto como uma manifestação do distúrbio psíquico, onde a energia libidinal não mais se direciona ao mundo real e às relações interpessoais, mas se encontra represada ou desviada para o interior do sujeito, frequentemente em formas de delírios, alucinações ou uma perda de conexão com a realidade.

A libido, quando deslocada, provoca uma mudança na percepção do indivíduo, que pode começar a buscar uma nova identidade ou realidade.

Consequências: Megalomania: O indivíduo pode desenvolver uma sensação exagerada de grandeza ou importância.  Hipocondria: Pode haver uma preocupação excessiva com a saúde e o corpo, refletindo uma busca por objetos internos em vez de externos.  Perda da Realidade: Essa desconexão da libido com o mundo externo pode resultar em uma perda da realidade, dificultando a interação do indivíduo com o ambiente ao seu redor.  Regressão Psíquica: O indivíduo pode regredir em seu desenvolvimento psíquico, deixando de direcionar sua libido para o mundo externo e, assim, se isolando em um universo interno.

conforme explica Moreira (2009, p. 233):
O eu surgiria de um princípio de alteridade. A afirmação freudiana de
que no id encontra-se nossa herança filogenética coloca esta instância
no discursivo da alteridade. Assim, na segunda tópica, o id seria uma
figura de alteridade por excelência e que, a partir de diferenciações,
produziria diferentes instâncias como os atravessadores alteritários no
eu, o ideal do eu e o supereu. Freud (1923) revela que o caráter do eu é
um precipitado de catexias objetais abandonadas e ele contém a história
dessas escolhas de objeto. O eu é formado a partir de identificações que
tomam o lugar de catexias abandonadas [pelo id].

Freud, ao discutir a esquizofrenia, está se referindo ao mecanismo de regressão libidinal e ao conceito de narcisismo primário. A hipótese principal que ele levanta é que a libido, retirada dos objetos externos, retorna ao próprio eu. Esse processo reflete uma regressão ao narcisismo primário, uma fase anterior do desenvolvimento psíquico em que toda a energia libidinal está investida no próprio sujeito, sem direcionamento para objetos externos.

É exatamente essa troca de libido, a ausência dele que faz o paciente viver em um mundo imaginário nesses pacientes a constituição do eu é um delírio que faz com que eles acreditam em algo que não é real. Um pouco de semelhança ao narcisismo primário , porque o esquizofrênico ele sempre carrega uma grandeza dentro dele que se mistura com seus delírios . 

A energia libidinal que era antes direcionada para pessoas ou coisas do mundo externo, é redirecionada para o próprio ego, em um movimento que Freud chamou de narcisismo secundário. Esse afastamento da libido dos objetos externos resulta em um empobrecimento das relações com o mundo, contribuindo para os sintomas de isolamento e desinteresse pelo ambiente. Freud acreditava que essa energia retirada do mundo externo não desaparecia, mas era reinvestida internamente, frequentemente em fantasias ou em construções delirantes.

Freud propôs que na esquizofrenia a libido, em vez de estar direcionada para o mundo externo, retorna ao ego (narcisismo) ou a um estado mais primitivo de autoerotismos. Essa dinâmica contribui para os sintomas característicos da doença, como delírios, alucinações e isolamento social.

Contudo, é importante ressaltar que a teoria freudiana sobre a esquizofrenia é apenas uma das muitas perspectivas sobre essa complexa doença. A compreensão atual da esquizofrenia é multifatorial e envolve fatores biológicos, psicológicos e sociais, bem como o tratamento da esquizofrenia geralmente combina medicamentos e psicoterapia.

Na concepção psicanalítica, a esquizofrenia é causada pela não estruturação do eu, o que leva o psicótico a uma organização pulsional autoerótica. Isso faz com que o eu do paciente se afaste da realidade. 

Com base no conhecimento adquirido o ID é responsável pelo individuo que sofre com esquizofrenia, acreditar que ele é o presidente; "EUA"

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