Desafio - Módulo VI
O caso de Laura apresenta um exemplo clássico de um mecanismo de defesa psicanalítico: a sublimação.A menina, incapaz de expressar diretamente sua inveja pelo irmão recém-nascido, canaliza esse sentimento para uma atividade imaginativa, transformando-se em um mágico com poderes para influenciar o mundo. Essa sublimação permite que Laura expresse seus desejos de forma indireta e socialmente aceitável, evitando o conflito interno e a ansiedade que a expressão direta desses sentimentos poderia gerar.
O ciúme fraterno pode ser interpretado como uma extensão do complexo de Édipo, onde a criança percebe o irmão como um competidor pelo amor parental. Essa rivalidade fraterna é uma etapa comum no desenvolvimento psicossexual.
Regressão:
Muitas vezes, a criança pode apresentar comportamentos regressivos (como voltar a usar fralda ou pedir mamadeira) para tentar recuperar o cuidado exclusivo que recebia antes
Laura cria um mecanismo de defesa, e ao se imaginar como um mágico ela deseja que o irmão desaparecesse, mecanismo de defesa fixação.
Laura cria uma situação onde se sente insatisfeita com o presente momento
Criando uma mentalidade como se o irmão fosse algo de errado que adentrou na sua vida. Ou até mesmo algo insuportável de convivência. Criando um mecanismo de defesa.
Laura esta no período de latência, nesta fase ela se identifica com outros além de seus pais, como por exemplo colegas, professores ou até super heróis.
Nesse período Laura já superou a fase do complexo de Édipo, e irá aprender sobre vergonha e moralidade.
O inicio deste período é mais conflituoso e tenso pois a criança vai interagindo aos poucos com o mundo que a cerca.
Ao ganhar um irmão Laura sente ciúmes pois a atenção que até então era direcionada só a ela agora esta sendo dividida com seu irmão, a dificuldade de identificar o ciúme, é porque Laura esta fazendo uso do mecanismo de defesa Fantasia, onde ela se transforma no Magico que tem um poder tão grande que pode trazer de volta toda a atenção que ela tinha, afastando o que sente da realidade.
Mecanismo de defesa identificado: Sublimação.
Explicação:
No caso descrito, Laura demonstra preocupação em consideração e expressa sinceramente o impulso de inveja em relação ao irmão recém-nascido, um afeto que domina sua vida. Esse impulso, que seria socialmente inaceitável, é transformado e expresso de maneira simbólica através de um jogo imaginário. Nessa brincadeira, Laura assume o papel de um "mágico" com poderes para transformar ou influenciar o mundo, o que representa uma forma de canalizar seu desejo inconsciente de poder e controle. Essa transformação do impulso inicial em algo mais aceitável caracteriza o mecanismo de sublimação.
Bem, aqui vemos a criança sentir inveja, criar uma nova realidade (fantasia) quando vem esse sentimento. Ela na análise dificulta o entendimento, negando que há esse sentimento. Ela não se permite sentir afeto pelo seu irmão, utilizando assim o sentimento da inveja como uma força contrária a este afeto, porém, não se sentindo confortável com essa realidade, o que par3ce para ela insuportável, na sua imaginação cria algo novo. O principal mecanismo que vemos é a inversao, mas também há a pulsão e a negação.
No caso apresentado, o mecanismo de defesa em destaque é a formação reativa. Esse mecanismo ocorre quando um impulso inaceitável para o ego é transformado em seu oposto, como uma forma de lidar com a ansiedade que ele provoca.
No exemplo de Laura, ela manifesta sua inveja e ciúmes do irmão recém-nascido por meio de um jogo imaginário em que desempenha o papel de um mágico com poderes transformadores. Essa fantasia de onipotência pode ser entendida como uma forma de camuflar o sentimento de impotência que a inveja e o ciúme geram, ao mesmo tempo em que proporciona uma sensação de controle e superioridade.
Assim, Laura consegue “defender-se” da ameaça que os sentimentos de inveja e ciúmes representam para sua autoestima. A projeção desse conflito em um cenário de fantasia permite que ela expresse esses afetos de maneira menos direta, protegendo seu ego do enfrentamento direto com o impulso inaceitável.
O mecanismo de defesa utilizado por Laura foi a sublimação por transformar um impulso inicial que não seria bem visto socialmente, em algo mais aceitável. Por assim dizer, estaríamos afirmando que ao se colocar no papel de mágica (aquele que é capaz de alterar a realidade dos fatos), ela estaria expressando seu descontentamento com a realidade e tendo o poder de "desaparecer" com aquela realidade, no caso seu irmão recém nascido.
Mas um detalhe me chama atenção e levanta um questionamento. Ela, aos seis anos, tem a compreensão de que o sentimento que surge ao interagirem com seu irmão recém nascido é inadequado e por tanto a necessidade de se utilizar da mágica. Até ai, ok. Mas isso não significa que ela queira sumir com o irmão. Visto que o sentimento só surge em circunstâncias específicas, e ela tem a compreensão de que o que sente não é adequado, ela poderia muito bem utilizar-se da brincadeira para resolver tudo ao mesmo tempo: Ela se distrai do sentimento, ao mesmo tempo que busca ressignificá-lo magicamente, enquanto ressignifica toda a circunstancia a nível emocional em sua mente. Ela está tendo um trabalho hercúleo de auto regulação sozinha, visto que lida com tudo isso em simultâneo ainda preocupada em manter segredo daquele sentimento que lhe acusa na mente como algo inaceitável e incompreendido socialmente. Engenhoso e admirável. Se tratada com respeito ao validarem seus sentimentos e auxiliarem gentilmente o processo de ressignificação, ela terá um o relacionamento com o irmão muito mais saudável.
Laura foi impulsionada pelo desejo de ser cuidada e amada, como o seu irmao, nesse caso, o ego entra como um fator determinante na causa da inveja e do ciume, mesmo que de forma muito abstrata, o sentimento de ser o centro da atencao dos pais, a torna vulneravel,