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Desafio - Módulo VII

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Depende de como a imagem é apresentada e de como é recebida pelo publico. Infelizmente no caso apresentado, a imagem foi recebida e interpretada como real.

Mas cabe aqui salientar que mesmo que a imagem, bem como os fatos veiculados fossem reais, não caberia ser tomada uma atitude tão absurda pela população.

Na psicanálise, a realidade não é apenas uma questão objetiva, mas é profundamente moldada pelo inconsciente, pelas defesas psíquicas e pelas identificações sociais. Quando os leitores do G1 tomam uma imagem ou notícia divulgada como real, eles não estão apenas respondendo aos fatos apresentados, mas também a uma série de influências inconscientes que os levam a confiar na fonte, a sentir emoções específicas e a se alinhar com a opinião do grupo.

Assim, a percepção de uma imagem como "real" é um processo complexo que envolve não apenas os aspectos racionais e conscientes, mas também os processos inconscientes que moldam a maneira como o indivíduo vê o mundo e se relaciona com ele.

A imagem é a projeção do que se percebe e o que se pode captar e expor. Ela afeta o que se vê e o que é visto, o que é construído por meio da imagem e o que constrói a imagem. A imagem no espelho, é a fotografia do momento de alguém que e se depara com sigo mesmo, e agora alguns enxergam a situação mesmos como protagonista da sua própria, história, contempla e cultua a própria imagem, que dentro da normalidade é algo positivo, porém, há aqueles que enxergam na imagem, algo deturpado, que não condiz com sua própria expectativa, visualiza somente os defeitos e conclui que não, é algo aceitável para si, o que não é a realidade vista por aqueles que o veem, como também, não e aquilo visto pelos outros alguém que cultua a situação mesmo e não enxerga o que os outros estão vendo e percebendo sobre a sua imagem.

 

A imagem induz os grupos de indivíduos que não analisam o que é demostrado, como na reportagem, onde uma imagem, por fotografia, exposta na internet, levou aos populares e induziu os mesmos a tomarem para si o direito de julgar e agir, contra alguém, que por imagem, foi colocado como criminoso, sendo assim ocorreu por meio de uma divulgação da imagem fotografia de uma pessoa, a criação de um personagem criminoso que não existia, sendo trazido a existência por meio do imaginário, através da imagem e do que foi dito sobre ela.

 

Nas redes sociais, a imagem é sempre colocada como o melhor momento, a melhor comida e bebida, as pessoas mais bonitas e os eventos perfeitos. Porém, nem estas imagens são a realidade da maioria das pessoas, movidas por querer fazer parte daquele que são bem sucedidos, parte dos casais perfeitos, das declarações de amor e de fidelidade, da família feliz, mas atrás de muitos está a realidade que não pode ser admitida. Ou seja, a propaganda e a alma do negócio, ninguém posta suas mazelas ou fracassos, e de certa forma está correto não expor fatos constrangedores e insucessos para o mundo, porém criar personagens das redes sociais também não é saudável, pelo fato de idealizar a vida entre aspas perfeitas, enquanto a realidade é o oposto do que se projeta.

Uma imagem tem o poder de transmitir interpretações, e estas, emoções. A própria interpretação sofre a influência de experiências, informações e emoções pregressas. Desse modo, a interpretação de um indivíduo ou grupo de indivíduos pode ser tida como real, ainda que não seja, e tem o poder de influenciar outros indivíduos

Pergunta 1:

As imagens são percebidas como "reais" ou "mais reais" com base em certos marcadores visuais que lhes conferem credibilidade. Esses marcadores podem incluir elementos que parecem documentar a realidade, como a presença de detalhes que se alinham com o que o espectador reconhece como autêntico ou verdadeiro.

Dentro do campo da psicanálise e dos paradigmas de imagem discutidos, temos três registros: o imaginário, o simbólico e o real, que se relacionam com os paradigmas pré-fotográfico, fotográfico e pós-fotográfico, respectivamente:

  1. Imagens artesanais (paradigma pré-fotográfico) estão mais associadas ao registro do imaginário, sendo percebidas como menos "reais" porque são interpretações subjetivas feitas pelo artista, envolvendo o olhar individual e a imaginação.
  2. Fotografias (paradigma fotográfico), que capturam um fragmento do tempo e espaço, são associadas ao registro do real. Elas são vistas como mais "reais" porque têm um rastro direto do objeto ou evento que retratam, mesmo que não capturem a totalidade da realidade.
  3. Imagens computacionais (paradigma pós-fotográfico) estão ligadas ao registro do simbólico, e são vistas como menos "reais" no sentido tradicional porque são criadas por cálculos computacionais e não têm uma conexão direta com um objeto físico no mundo.

Portanto, a percepção de "realidade" de uma imagem é construída socialmente e depende do contexto cultural, do tipo de imagem e dos elementos visuais que ela contém.

 

Pergunta 2:

Os leitores tomaram a imagem e a notícia como reais devido a uma combinação de fatores que incluem o contexto social, os marcadores visuais presentes e a forma como a informação foi apresentada. Na era das redes sociais, a velocidade e o volume de informações podem levar a uma aceitação rápida e menos crítica das imagens e notícias apresentadas.

A percepção de realidade nas redes sociais é frequentemente baseada na credibilidade percebida das fontes e na maneira como a informação é construída visualmente. Quando uma notícia ou imagem é compartilhada amplamente e é visualmente convincente, os espectadores podem aceitar sua veracidade sem questionar. Além disso, o efeito de confirmação desempenha um papel significativo: as pessoas tendem a acreditar em informações que reforçam suas crenças pré-existentes.

No caso apresentado, a imagem foi provavelmente interpretada como real porque correspondia às expectativas dos espectadores sobre o que é verdadeiro ou provável. Isso demonstra como a credibilidade é uma construção social e pode variar significativamente entre diferentes grupos e contextos.

O que caracteriza uma imagem mais real que a outra é o olhar de quem a vê, embora hajam outros tipos de variações, a ótica do sujeito pesa muito, além disso, o vinculador da imagem costuma ser de suma importância, pois para este indivíduo, o meio de divulgação transmite confiabilidade ou não para aquele que observa, fazendo-o acreditar ou duvidar.

No caso noticiado, embora se tratasse de uma imagem pouco confiável e de baixa credibilidade , o público em questão, apresentava uma baixa modalidade para dar credito a representação apresentada na rede social, levando-os ao julgamento precipitado, agressão e morte de uma pessoa inocente.

As pessoas preferem pegar a noticia com0 real, pois já vem pronta, prestar atenção nos traços se são iguais ou não dá mais trabalho, então passam por cima das consequencias da repercusão da noticia.

A reflexão sobre a imagem como uma forma de expressão humana e sua relação com o sujeito, o mundo e o real é uma temática rica e complexa, que pode ser aprofundada através dos três paradigmas da fotografia e dos registros psicanalíticos propostos por Freud: o registro do Real, o Simbólico e o Imaginário.

No paradigma pré-fotográfico, a imagem é frequentemente entendida como uma representação artística que busca capturar a essência do mundo através da pintura, da escultura e de outras formas de arte. Nesse contexto, a percepção da imagem é marcada pela interpretação subjetiva do artista e do observador, onde cada um traz suas próprias vivências e emoções para a apreciação da obra. Essa fase é caracterizada por um olhar mais ligado à idealização e à fantasia, refletindo os desejos e as inquietações da sociedade de então.

Com a chegada do paradigma fotográfico, a imagem passa a ser entendida como uma captura do real, onde o ato de fotografar busca uma representação mais objetiva do mundo. A fotografia introduz uma nova dinâmica na relação entre o sujeito e a imagem, uma vez que ela traz a impressão de uma verdade documental. No entanto, mesmo nesse contexto de aparente objetividade, a interpretação da imagem fotográfica ainda é mediada pelo olhar do sujeito que a contempla. Aqui, o registro do Imaginário se faz presente, pois a fotografia, embora objetiva, também evoca memórias, emoções e narrativas pessoais que influenciam a percepção do observador.

Finalmente, no paradigma pós-fotográfico, a imagem é desafiada e recontextualizada pela revolução digital e pelas novas tecnologias. As imagens se tornam mutáveis e fluidas, e sua produção e consumo se democratizam, permitindo uma multiplicidade de olhares e interpretações. Esse cenário evidencia a fragmentação do Real, onde a imagem pode ser manipulada, editada e compartilhada instantaneamente, revelando as complexidades da identidade e da representação na contemporaneidade. Nesse sentido, o registro Simbólico se torna crucial, pois as imagens são carregadas de significados sociais, culturais e políticos que refletem as dinâmicas de poder e as construções de subjetividade presentes na sociedade.

Assim, ao refletirmos sobre a evolução da imagem através dos paradigmas da fotografia e sua relação com os registros psicanalíticos, percebemos que a imagem não é apenas uma representação, mas sim um campo de tensão. No caso da foto em questão, a população com suas vivências, experiências, tensões projetaram algo negativo sobre a pessoa e isso acabou levando ao extremo das emoções: o linchamento e morte.

 

Na verdade as pessoas nas redes sociais costumam acreditar em tudo que veem, sem checar a veracidade dos fatos, e opinam sobre tudo sem conhecimento de causa, como se a internet fosse terra sem lei, e julgam e dão o veredito sem se importar com o efeito disso na vida da pessoa que está do outro lado.

A reportagem mostra a fragilidade no senso de justiça humano, ao liberar irresponsavelmente a imagem dessa moça, aguçou o senso de que resolvendo logo essa "questão", tudo estaria em paz novamente. Devemos tomar cuidado ao tornar real aquilo que nosso inconsciente quer que seja, isso nos deixará sempre numa grande debilidade e degradação humana. A imagem pode ser real para validar uma narrativa de absorção ou condenação de alguém e isso deve ser visto com muito cuidado por todos nós.

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