Desafio - Módulo VIII
As correntes teóricas da Psicologia Social se complementam. A psicológica foca no indivíduo e como ele é influenciado pelo social, a sociológica estuda como a sociedade molda o comportamento coletivo e a crítica questiona desigualdades e poder nas relações sociais. Todas ajudam a entender o ser humano em sociedade.
A Psicologia Social estuda como o comportamento, os sentimentos e os pensamentos das pessoas são influenciados pelas relações sociais, pelos grupos e pela cultura. Ela busca entender como o indivíduo e a sociedade se influenciam mutuamente no dia a dia.
1. Interacionismo Simbólico
- Origem: Escola de Chicago, Mead, Blumer, Cooley .
- Foco: Como indivíduos constroem significados em interações usando símbolos (linguagem, gestos). O self é produto das relações sociais.
- Métodos: Pesquisa qualitativa – observação participante, análise de discurso.
- Temas: definição de situação, identidade, administração de impressões.
Psicologia Social Experimental / Psicologia Cognitiva Social
- Expoentes: Kurt Lewin (teoria de campo), Solomon Asch (conformidade), Festinger (dissonância cognitiva e comparação social) .
- Foco: Processos mentais (como percepção, julgamentos) e comportamento em grupo; uso de métodos experimentais.
- Temas: influência social, normas, conformidade, obediência, facilitação social, impacto social.
Teoria da Cognição Social e Aprendizagem Social
- Principal autor: Albert Bandura – teoria da aprendizagem por observação e autorregulação (autoeficácia).
- Foco: Como observamos/modelamos comportamentos uns dos outros e interiorizamos expectativas.
- Temas: aprendizado vicário, refôrço social, influência das mídias e dos modelos.
- Teorias de Troca e Interdependência
- Autores: Kelley & Thibaut.
- Foco: Relações interpessoais como trocas de benefícios; comportamentos influenciados por custos, recompensas e comparações sociais ).
Teoria do Impacto e da Influência Social
- Autor: Latané – teoria do impacto social com variáveis força, imediatismo e número de fontes .
- Foco: Como a presença de outros molda pensamentos, emoções e comportamentos.
Teoria da Identidade Social
- Autores: Tajfel & Turner (não buscados, mas válidos).
- Foco: Processos de categorização, identificação e comparação intergrupal – formação de identidade social, favorecimento ao próprio grupo e preconceito .
Psicologia Histórico‑Cultural
- Referência: Vygotsky, Leontiev, Luria).
- Foco: Desenvolvimento humano como produto da mediação social, cultura e história – influência da linguagem e práticas culturais.
Psicologia Social Crítica / Comunitária
- Foco: Análise das estruturas de poder, desigualdade e opressão (marxismo, pós-colonialismo, feminismo) .
- Métodos: Métodos qualitativos e participativos, com ênfase em transformação social e empoderamento comunitário.
Comparativo Resumido
| Corrente | Foco Principal | Método |
|---|---|---|
| Interacionismo Simbólico | Simbolização, identidade social | Observação, discurso |
| Experimental/Cognitivo | Normas, influência, comparação | Experimentos laboratoriais |
| Cognição Social & Aprendiz. | Aprendizado por observação | Experimentos e modelos |
| Troca/Interdependência | Custos e recompensas nas relações | Modelagem matemática |
| Impacto Social | Efeito da presença dos outros | Análise situacional |
| Identidade Social | Processos intergrupais | Experimentos + questionários |
| Histórico‑Cultural | Mediação cultural, desenvolvimento | Observação histórica |
| Crítica/ Comunitária | Estruturas de poder e desigualdade | Qualitativos + ação social |
Integração e Perspectivas Atuais
- Muitos estudiosos combinam abordagens: por exemplo, cognitivo com crítico ou cultural, para estudar fenômenos como identidade social, mudança de comportamentos ambientais etc.
- Tendência atual: social cognitive + social identity para entender movimentos sociais, mídia e redes sociais.
Essas correntes mostram a riqueza da psicologia social: vai desde micro‑análises do self simbólico até macro‑perspectivas críticas sobre sociedade. Cada uma oferece ferramentas únicas para compreender como pensamos, sentimos e agimos em relação aos outros.
Assim como as ferramentas do exemplo, a psicologia social também usa de várias " ferramentas" teóricas para entender o comportamento humano em sociedade. Cada corrente teórica, como behavorismo, a teoria cognitiva ou a abordagem sociocultural, oferece uma forma diferente de analisar as interações sociais. Juntas, elas ajudam a entender melhor como as pessoas se comportam e se influenciam umas às outras no dia a dia.
A psicologia é uma ciência que se dedica ao estudo do comportamento humano e dos processos mentais. Ela busca compreender como as pessoas pensam, sentem e se comportam em diferentes situações. Para isso, utiliza diversas abordagens teóricas que buscam explicar os fenômenos psicológicos de diferentes maneiras.
Psicologia Social se dedica ao estudo do comportamento humano no contexto social. Os psicólogos sociais trabalham em instituições de pesquisa, organizações não governamentais e órgãos governamentais, ajudando a desenvolver políticas públicas e programas que levem em conta as relações sociais e a diversidade cultural. Eles também realizam pesquisas sobre temas como preconceito, discriminação, violência e justiça social.
As principais correntes teóricas da Psicologia são a Psicanálise, o Behaviorismo, o Humanismo, o Cognitivismo e a Psicologia Analítica.
Psicanálise
A Psicanálise foi criada por Sigmund Freud no final do século XIX. Ela se concentra na análise do inconsciente e das emoções reprimidas. Segundo a Psicanálise, a personalidade é formada por três componentes: o Id, o Ego e o Superego. O Id é o componente mais primitivo e instintivo da personalidade, enquanto o Ego é responsável pela mediação entre o Id e o mundo externo. O Superego representa a moralidade e os valores internalizados.
Behaviorismo
O Behaviorismo é uma corrente teórica que se concentra no comportamento observável. Ele sugere que o comportamento humano é moldado pelo ambiente em que a pessoa vive. O Behaviorismo rejeita a ideia de que a mente e as emoções têm um papel importante no comportamento humano. Em vez disso, ele enfatiza a importância do condicionamento e do reforço para moldar o comportamento.
Humanismo
O Humanismo é uma corrente teórica que enfatiza a importância da experiência subjetiva e da liberdade individual. Ele sugere que as pessoas têm uma necessidade inata de se desenvolver e de realizar seu potencial. O Humanismo rejeita a ideia de que as pessoas são meramente produtos do ambiente em que vivem e enfatiza a importância da escolha e da liberdade individual.
Cognitivismo
O Cognitivismo é uma corrente teórica que se concentra na cognição, ou seja, nos processos mentais que estão por trás do comportamento humano. Ele sugere que a mente humana é semelhante a um computador e que o conhecimento é adquirido por meio da percepção, da atenção, da memória e do raciocínio.
Psicologia Analítica
A Psicologia Analítica foi criada por Carl Jung e se concentra na exploração do inconsciente coletivo e dos arquétipos. Ela sugere que a personalidade é formada por diferentes partes, incluindo o ego, a persona, a sombra e o self. A Psicologia Analítica enfatiza a importância da individuação, ou seja, do processo de se tornar um indivíduo único e completo.
A psicanálise pode ser uma ferramenta importante para auxiliar pessoas em situação hostil, oferecendo esculta e acolhimento para suas histórias e sofrimentos. Ao considerar o contexto social e as experiências traumáticas, a psicanálise pode ajudar a reconstruir narrativas, fortalecer vínculos e promover a resiliência.
O profissional será de suma importância para orientar essa mãe sobre os seus direitos sociais, como cesta básica, bolsa família, vale gás, entre outros, além do atendimento profissional para ajudar nas questões mentais, psicológicas, familiares, acompanhamentos dos filhos também, situação de saúde, estudos, ocupação do dia a dia. Realizando atendimento e acompanhamento de forma integral, humanizada, com equipe multidisciplinar.
A psicanálise, fundada por Freud, contribui significativamente para a Psicologia Social ao oferecer uma visão da subjetividade moldada por conflitos inconscientes e pela influência das normas sociais internalizadas (o superego). Freud, em obras como Psicologia das Massas e Análise do Eu, explorou como os indivíduos, ao se agruparem em massas, projetam suas figuras parentais nos líderes, funcionando por identificação. Exemplo: A adesão irracional a líderes autoritários pode ser explicada por mecanismos inconscientes de transferência e identificação, típicos das relações familiares internalizadas. O behaviorismo, por outro lado, trata o comportamento como resultado de estímulos ambientais e reforços. Ignora os conteúdos inconscientes e vê o sujeito como moldado quase exclusivamente pelas contingências externas. Crítica psicanalítica, para a psicanálise, o behaviorismo é reducionista. Ele deixa de lado a complexidade interna do sujeito e ignora a pulsão, o desejo, o conflito psíquico, tudo que não é observável, mas essencial à vida psíquica. A psicologia cognitiva-social introduz a noção de que o sujeito interpreta, avalia e dá sentido aos estímulos do ambiente. Conceitos como modelagem, autoeficácia e processamento de informação são centrais. Diálogo com a psicanálise, há aqui um ponto de interseção possível, a ideia de representação mental. No entanto, a psicanálise vê essas representações como carregadas de afetos e marcadas por distorções inconscientes. Ou seja, nem sempre o que pensamos é o que realmente sentimos. Essas abordagens enfocam a experiência vivida do sujeito em seu mundo intersubjetivo. São profundamente interessadas em como o indivíduo atribui sentido à sua existência e às suas relações. Afinidade com a psicanálise, ambas compartilham o foco na subjetividade. A fenomenologia, ao respeitar a experiência do sujeito, aproxima-se da escuta analítica. Porém, a psicanálise vai além: busca o que está por trás do que é dito, nas entrelinhas do discurso, nos lapsos, nos atos falhos. Essa vertente — com autores como Enrique Pichon-Rivière e Silvia Lane — entende o sujeito como constituído historicamente e inserido em relações de poder. Ela denuncia as ideologias que mantêm desigualdades sociais. Convergência com a psicanálise lacaniana, a psicanálise crítica (influenciada por Lacan, Althusser e Foucault) entende que o sujeito é produzido pela linguagem e pelos discursos sociais. A subjetividade, então, não é apenas individual, mas construída em um campo simbólico maior. O sujeito da psicologia social não é uma tábula rasa, nem uma máquina de respostas. É um sujeito dividido, atravessado pelo desejo, pela cultura, pela história. As várias correntes teóricas tentam dar conta desse enigma, algumas pela via do comportamento, outras da cognição, da existência, ou da crítica social. A psicanálise, por sua vez, convida a escutar o que o sujeito não sabe que sabe, o inconsciente, que também é social, moldado pelas leis da linguagem e do Outro.
Acredito na evolução do conhecimento. Da mesma forma que Freud estudou dentro daquilo que ele tinha de melhor em sua época, hoje temos novos saberes que se aliam a história para fazer diagnósticos mais precisos.
Assim como usamos diferentes ferramentas para abrir cada camada da embalagem até alcançar o presente, a psicologia social se apoia em várias correntes teóricas para investigar os múltiplos níveis da relação entre o indivíduo e a sociedade.
Cada teoria oferece uma "ferramenta" específica para compreender aspectos distintos do comportamento humano:
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A teoria comportamental observa como os estímulos sociais moldam as ações.
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A teoria cognitiva analisa como as pessoas interpretam e organizam as informações sociais.
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A psicologia sociocultural destaca o papel das normas, valores e cultura na formação do sujeito.
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Já a abordagem psicanalítica busca entender os processos inconscientes que influenciam nossas relações sociais.
Nenhuma teoria, isoladamente, dá conta de explicar toda a complexidade do ser humano em sociedade. Por isso, assim como foi necessário usar tesoura, faca e serrote para acessar o presente, também é necessário utilizar diferentes abordagens teóricas para alcançar uma compreensão mais profunda das relações sociais.
Assim como diferentes ferramentas foram usadas para abrir o presente, a Psicologia Social utiliza diversas correntes para compreender o indivíduo em sociedade. A teoria das representações sociais, por exemplo, estuda como construímos conhecimento a partir da interação entre sujeito e objeto, considerando o contexto cultural e coletivo. Durkheim introduziu o conceito de representações coletivas, mostrando que elas nascem dos laços sociais. Moscovici ampliou a ideia, tratando as representações como formas de compreender o mundo e se comunicar. Lévy-Bruhl analisou a lógica própria das representações coletivas e suas funções cognitivas, como memória e classificação. A psicanálise, com Freud, explorou os laços afetivos que unem os indivíduos em grupo, destacando a importância da libido. Jung complementou com a noção de inconsciente coletivo, comum a todos os seres humanos. Cada uma dessas abordagens atua como uma ferramenta teórica, necessária para abrir diferentes “camadas” da realidade social e alcançar uma compreensão mais profunda dos fenômenos humanos.