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Desafio

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A Psicanálise, que é o melhor método de entender a mente humana.

Citação de IEVI em dezembro 16, 2021, 2:25 pm

A Psicologia ocupa-se do sujeito que está num meio social que é passível de mudanças de acordo com o momento histórico em que vive. Portanto, cada tempo histórico interfere e modifica a construção da compreensão sobre os sujeitos, assim como as práticas psicológicas constituidas em cada um desses tempos. Para vivenciar um pouco dessas transformações, vamos fazer uma volta ao passado. Entre na máquina do tempo e tente se ver, como psicólogo, em diferentes tempos passados.

Iniciaremos a viagem no século XIX: Identifique como você, profissional de psicologia, atuaria naquele tempo a partir das perspectivas estruturalistas e funcionalistas (quais espaços você iria trabalhar? Quais atividades desenvolveria?).

Seguindo um pouco mais no tempo, chegamos ao século XX quando outras vertentes/teorias (por exemplo: Gestalt, o Behaviorismo e a Psicanálise) surgem e substituem perspectivas anteriores. Agora, também se imagine atuando profissionalmente a partir de cada uma dessas teorias. Quais campos, práticas e atividades você desenvolveria?

1 - Se eu fosse uma profissional da psicologia atuando na época em que as teorias estruturalista e funcionalista estavam em voga, minha atuação e forma de pensar dependeriam bastante da abordagem que eu seguisse.

Como psicóloga estruturalista, eu estaria profundamente envolvida em desvendar os elementos básicos da mente humana. Influenciado por pensadores como Wilhelm Wundt e Edward Titchener, minha prática seria centrada em ambientes acadêmicos, especialmente em laboratórios experimentais ligados a universidades. Meu foco estaria na introspecção, um método que consistia em observar e descrever, de forma detalhada, as experiências internas — sensações, sentimentos e pensamentos. O objetivo seria compreender como esses elementos se organizam para formar a consciência. A pesquisa seria minha principal atividade, sempre buscando respostas para a estrutura da mente, com rigor científico e metodológico.

Por outro lado, se eu estivesse alinhada com o funcionalismo, minha prática seria bem diferente. Seguindo a linha de pensamento de William James e influenciado pelas ideias evolucionistas de Darwin, eu estaria mais preocupada com as funções dos processos mentais — ou seja, como eles ajudam as pessoas a se adaptar ao seu ambiente. Minha atuação se expandiria para além dos muros universitários. Eu poderia estar presente em escolas, hospitais, empresas ou mesmo em instituições sociais, buscando aplicar os conhecimentos psicológicos à vida prática. Estudaria o comportamento, a aprendizagem, as diferenças individuais, e procuraria desenvolver formas de intervenção para melhorar a adaptação e o bem-estar das pessoas.

2 - Caso eu fosse uma psicóloga da Gestalt, minha compreensão do ser humano partiria da ideia de que a percepção não é feita em pedaços, mas como um todos organizado e significativo. A Gestalt valorizava a forma como interpretamos o mundo, a partir da organização de estímulos padrões. Provavelmente eu estaria atuando em escola, clínicas ou centros de reabilitação, dedicando-me ao estudo da percepção, da aprendizagem e da experiência como um todo. Meu trabalho incluiria ajudar os pacientes a tomarem consciência de seus sentimentos no “aqui e agora”, promovendo a integração entre pensamento, emoção e ação. Seria comum, por exemplo, trabalhar com alunos em dificuldades de aprendizagem, ajudando-os a compreender o conteúdo de forma integrada e significativa.

Por outro lado, se eu seguisse a linha do Behaviorismo, meu foco estaria voltado ao comportamento observável, deixando de lado especulações sobre pensamentos ou sentimentos. Meu objetivo seria entender como estímulos ambientais moldam as ações humanas. Trabalharia em ambientes como escolas, clínicas, empresas e instituições que demandassem mudanças comportamentais. Desenvolveria programas com reforços positivos para promover hábitos desejáveis e técnicas de punição ou extinção para reduzir comportamentos indesejados. Poderia atuar, por exemplo, com crianças com autismo, aplicando técnicas da Análise do Comportamento Aplicada (ABA), ou em escolas, criando rotinas estruturadas de ensino.

Já se minha atuação fosse guiada pela Psicanálise, meu olhar estaria voltado para o inconsciente, para os conflitos internos e para a história de vida dos indivíduos. Inspirada por Freud, minha prática clínica seria baseada na escuta atenta e na interpretação dos conteúdos latentes por trás das palavras, sonhos e atos falhos. Atuaria majoritariamente em consultórios, clínicas ou instituições de saúde mental, ajudando os sujeitos a elaborar suas dores psíquicas, muitas vezes enraizadas em experiências da infância. O trabalho terapêutico seria mais profundo e prolongado, buscando trazer à consciência os elementos inconscientes que influenciam o sofrimento atual.

Nao conseguiria me imaginar naquele tempo, ate porque as condicoes financeiras nao seriam favoraveis para estudar.hoje ja consigo me imaginar trabalhndo em clinicas e online como terapeuta e psicanalista.

No século XIX, gostaria de ter conhecido os estudiosos do estruturalismo e durante o século XX ter acompanhado os caminhos da psicanálise, em uma perspectiva de Frantz Fanon principalmente.

No século XX, surgiram novas teorias como a Gestalt, o Behaviorismo e a psicanálise.
Na Gestalt, o trabalho foca no momento presente e na percepção da pessoa como um todo.
Na Behaviorismo, o foco está no comportamento e em como ele pode ser modificado com estímulo e reforços.
Na psicanálise, busca-se entender o inconsciente e os conflitos internos da pessoa.

Século XIX

  • Estruturalismo (Wundt): Atuaria em laboratórios, usando introspecção para estudar a mente (sensações, pensamentos).

  • Funcionalismo (James): Trabalharia em escolas ou hospitais, pesquisando como o comportamento ajuda na adaptação.


Século XX

  • Gestalt: Estudaria percepção e organização do pensamento; atuaria em escolas ou institutos de pesquisa.

  • Behaviorismo (Watson/Skinner): Focaria no comportamento observável; trabalharia com reforços em escolas, laboratórios ou instituições.

  • Psicanálise (Freud): Atenderia em consultório, analisando o inconsciente, traumas e desejos reprimidos.

Com toda certeza estaria na parte de Psicanálise, onde se aborda um campo de estudo da mente humana que é muito curioso.

A Psicologia nos séculos XIX e XX passou por transformações significativas, com o surgimento de diversos campos e práticas que moldaram a disciplina como a conhecemos hoje. Vamos explorar os principais campos e práticas desse período:Século XIXPsicologia Filosófica**: Antes da formalização da Psicologia como ciência, pensadores como René Descartes, John Locke e Wilhelm Wundt discutiam questões sobre a mente e o comportamento humano. Wundt é frequentemente considerado o "pai da Psicologia moderna" por estabelecer o primeiro laboratório de Psicologia experimental em 1879, em Leipzig, na Alemanha.

Psicologia Experimental**: Com Wundt, a Psicologia começou a se estabelecer como uma disciplina científica. Ele utilizou métodos experimentais para estudar processos mentais, como percepção, atenção e sensação.Psicanálise**: Sigmund Freud fundou a psicanálise no final do século XIX, introduzindo conceitos como o inconsciente, os mecanismos de defesa e a importância das experiências infantis no desenvolvimento da personalidade. Essa abordagem teve um impacto profundo na psicologia clínica e na compreensão dos distúrbios mentais.

Século XX

1. **Behaviorismo**: No início do século XX, o behaviorismo surgiu como uma reação à psicanálise e à psicologia introspectiva. Com líderes como John B. Watson e B.F. Skinner, essa abordagem focava no estudo do comportamento observável e na relação entre estímulos e respostas, desconsiderando processos mentais internos.

Gestalt**: A psicologia da Gestalt, desenvolvida por Max Wertheimer, Kurt Koffka e Wolfgang Köhler, enfatizava que a percepção é um processo organizado e que o todo é diferente da soma das partes. Essa abordagem influenciou áreas como percepção visual e psicologia cognitiva.

Psicologia Humanista**: Na década de 1950, surgiu a psicologia humanista com figuras como Carl Rogers e Abraham Maslow. Essa abordagem focava no potencial humano, na autorrealização e nas experiências subjetivas, oferecendo uma alternativa ao behaviorismo e à psicanálise.

4. **Psicologia Cognitiva**: A partir da década de 1960, a psicologia cognitiva começou a ganhar destaque, estudando processos mentais como memória, linguagem e resolução de problemas. Essa abordagem se baseava em modelos computacionais para entender como as pessoas processam informações.

Psicologia Social**: Esse campo emergiu para estudar como os indivíduos são influenciados por outros em contextos sociais. Pesquisadores como Kurt Lewin exploraram temas como dinâmica de grupo e liderança.

6. **Psicologia Clínica**: Ao longo do século XX, a prática clínica se diversificou com o desenvolvimento de várias abordagens terapêuticas (como terapia cognitivo-comportamental, terapia humanista e terapia psicanalítica) para tratar distúrbios mentais. Conclusão

Os séculos XIX e XX foram períodos cruciais para o desenvolvimento da Psicologia como ciência independente. A diversidade de campos e práticas reflete a complexidade do comportamento humano e as diferentes maneiras de abordá-lo. Esses fundamentos continuam a influenciar a pesquisa e a prática psicológica nos dias atuais!

No século XIX, quando os olhos voltaram-se para a existência de psiquê, o tratamento terapêutico voltavasse mais para a comprensão do inconsciente do indivíduo, o que ele reprimia e como isto poderia afetar o seu comportamento. Dentro deste período também havia já um cenário estruturado para o desenvolvimento deste tipo de tratamento, e muito disso deve-se a Freud e o seu famoso divã. Sendo assim, os tratamentos terapêuticos deste período não fugiam muito desta equação Psicalítica:  Psicanalísta + Divã = Paciente +( Inconsciente + Desejos reprimidos).

Já no século XX com o surgimento de novas escolas e modelos, apostou-se em um trabalho o qual se pudesse observar de forma clara e analítca os resultados destes tratamentos. A grande prova disto é a escola behaviorista que tinha como foco a modulação de comportamentos através de estímulos e reforços para a construção ou desconstrução de determinados comportamentos. Neste período a Psicanálise já desdobrasse e começa a ganhar novos teóricos, como Gustav Jung, que posteriormente desenvolveu a Psicologia Analítica. Como uma espécie de contrabalanço surge a Gestalt Terapia, que consiste em um modelo psicoterápico que enfatiza a experiência individual do momento presente (aqui-agora) e seu papel matricial na autorregulação e ajustamento criativo do sujeito ao seu contexto de vida, diferentemente da Psicanálise que busca as suas respostas no passado e no inconsciente.

Desta forma, caso eu tivesse sido terapeuta no século XIX, claramente teria sido fortemente influenciada pela Psicanálise Freud, que emergia com grande furor neste período. No entanto, se eu tivesse sido terapeuta no século XX poderia sentir-me atraída pela Gestalt Terapia. A GT pode trazer respostas mais rápidas e eficazes do que a Psicanálise, uma vez que ela tem seu foco no presente e no ajustamento do contexeto de vida do indivíduo.

É provável que àquela época eu já observaria a história ancestral do sujeito, procurando encontrar resquícios que pudessem trazer algo hereditário. Na atualidade, penso sobre isso como mote norteador no meu trabalho com a população negra. A herança diaspória tem grande influência nas dores do corpo e da mente.

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