Desafio
Citação de IEVI em dezembro 16, 2021, 2:53 pmO padrão ideal de beleza da mulher vigente é o da mulher jovem e magra (...) Ser feia para uma mulher é ser menos mulher, é perder a característica mais essencial atribuída pela sociedade, é perder o capital corporal que facilita o acesso ao matrimônio, à vida sexual e até mesmo à carreira (KLOTZ, 2016).
Na citação acima, é possível ver claramente o ideal de beleza da nossa sociedade. Tendo em vista esse ideal, destaca-se que a percepção que cada mulher tem de si mesma é mediada pela cultura.
1 - Fenômeno da sensação:
Momento identificado: quando Juliana olha no espelho e vê sinais, linhas em seu rosto, especialmente na região dos olhos.
Característica definidora: a sensação é um processo fisiológico, primário, ligado à detecção de estímulos sensoriais brutos pelos órgãos dos sentidos. Nesse caso, os olhos captam estímulos visuais, linhas e rugas, e enviam essa informação ao cérebro.
2 - Fenômeno da percepção:
Momento identificado: auando Juliana interpreta esses sinais como sendo feiúra e envelhecimento e se sente triste, dizendo que está “feia” e que “não quer ficar velha”.
Característica definidora: a percepção é um processo psicológico e interpretativo, no qual o cérebro atribui significados subjetivos às sensações captadas. É um fenômeno que envolve memória, afetividade, linguagem e cultura.
Neste caso, Juliana não está apenas “vendo” linhas no rosto; ela interpreta essas marcas sob o prisma cultural (desse material) do ideal de beleza feminino que associa juventude à beleza, valor e pertencimento. A cultura atua aqui como filtro e condicionador da percepção, afetando diretamente o julgamento que Juliana faz de si mesma.
3 - Minha percepção e crítica quanto a esse material didático
O trecho apresentado, extraído de Klotz (2016), escancara não apenas a rigidez do padrão de beleza imposto às mulheres, mas também a manutenção acrítica desse padrão por parte do material educativo. Ainda que o objetivo fosse demonstrar o papel da cultura na percepção, o conteúdo peca pela falta de atualização, sensibilidade e profundidade crítica ao tratar de um tema absolutamente central no debate contemporâneo de gênero, corpo e identidade.
É constrangedor, para dizer o mínimo, que em pleno território brasileiro, em 2025, um país cuja beleza está radicalmente ancorada na diversidade étnica, etária e estética, ainda se circunscrevam os temas femininos a noções rasas e ultrapassadas como “feiúra” e “capital corporal” como se fossem verdades universais e inquestionáveis. A escolha de material e termos como “ser feia é ser menos mulher” evidencia não só uma visão arcaica e heteronormativa, mas também uma mediocridade conceitual que passa por cima de décadas de reflexão feminista, artística, filosófica e psicanalítica.
É justo perguntar: foi mesmo uma mulher que escreveu, escolheu e organizou esse material ou foi um homem? Ou pior, um sistema inteiro que ainda fala por ela? Porque, ao usar esse tipo de construção sem contestá-la, o conteúdo mais reproduz a opressão do que a analisa. Mulheres de hoje não precisam mais de casamento, nem de aprovação externa para se sentirem plenas, pertencentes ou femininas. Essa afirmação ignora avanços sociais, jurídicos e culturais evidentes.
Se a intenção era discutir sensação e percepção, por que não explorar a imensa complexidade do olhar feminino sobre si mesma sem partir do olhar masculino e doentio da juventude eterna?
Por que não considerar as infinitas outras “percepções” que uma mulher tem de si ao envelhecer: a potência, a liberdade, a sabedoria, a leveza de se livrar de certos dogmas?
É uma ironia cruel que se utilize a ciência da Psicanálise, com toda sua capacidade de escavar camadas profundas da alma, para reproduzir fórmulas rasas e ineficazes. Como discutir percepção sem considerar a experiência subjetiva real das mulheres brasileiras, com suas diversas cores, corpos, sexualidades e trajetórias?
É visível que esse material ignora completamente a percepção cultural plural da mulher brasileira, além de menosprezar o avanço do pensamento feminino, que há muito supera, sem intenção, o olhar masculino limitado, fragmentado e simplista, por natureza e formação. Se faltou algo ao produtor desse conteúdo, certamente não foi técnica pedagógica, e, sim, a própria percepção em estudo. E a própria cultura dinâmica. E escuta.
Se é para falar de mulher, que se comece pelo mínimo: ouvir as mulheres.
A sensação se deu quando ela observou a irmã mais velha e sentia medo de envelhecer; a percepção se deu no momento em que se olhou no espelho e percebeu que a velhice estava chegando também para ela.
Na psicanálise, os fenômenos da sensação e da percepção não são tratados apenas como processos fisiológicos, mas como experiências profundamente marcadas pelo inconsciente e pela história do sujeito.
Sensação
A sensação é vista como o ponto de partida — um estímulo bruto que atinge o aparelho psíquico. Freud, em seu Projeto para uma Psicologia Científica (1895), já sugeria que o psiquismo busca descarregar tensões provocadas por estímulos sensoriais. No entanto, essas sensações não são neutras: elas podem ser marcadas por traços mnêmicos, ou seja, registros inconscientes de experiências anteriores.
Percepção
A percepção, por sua vez, é mais complexa. Ela envolve a interpretação psíquica da sensação. Freud e Lacan apontam que a percepção está sempre atravessada pelo desejo e pela fantasia. Um exemplo disso é o conceito de regressão alucinatória, em que o sujeito, ao não encontrar o objeto desejado na realidade, recua para uma imagem interna — uma percepção moldada pelo inconsciente.
Lacan também introduz a noção de das Ding (a Coisa), que representa o objeto perdido do desejo. A percepção, nesse sentido, é sempre uma tentativa de reencontrar essa “coisa” que nunca se apresenta plenamente, o que mostra como a percepção está ligada à falta estrutural do sujeito.
Em resumo:
- A sensação é o impacto inicial do mundo externo no psiquismo.
- A percepção é a forma como o sujeito interpreta esse impacto, sempre mediada por desejos, fantasias e experiências inconscientes.
O padrão de mulher vigente continua ao longo do tempo. Ante o padrão de beleza era a mulher protuberânte . Hoje são mulheres magras e belas. Existe até música falando sobre a beleza feminina. Mas isso é complicado pois se observarmos não existe mulheres feias ou bonitas. Depende do olhar e da forma como olhamos para cada mulher
Cultura, personalidade e percepção estão intimamente interligada e influenciam-se mutuamente de várias maneiras como vou abordar em relação entre esses três elementos 1 **cultura a cultura é um conjunto de valores crenças normais costumes tradições e práticas compartilhadas por um grupo de pessoas. Ela muda a forma como as pessoas percebem o mundo ao seu redor, incluindo a percepção da beleza, do comportamento socialmente aceitável e das relações interpessoais. A cultura influencia os padrões estéticos as noções de beleza e as preferências alimentares as práticas religiosas muitos outros aspectos da vida cotidiana. Por exemplo em uma, algumas culturas, a expressão de emoções podem ser mais reprimidas, enquanto em outras, podem ser mais encorajada.2**a personalidade*a personalidade refere-se aos traços da do psicológico estáveis e duradouros que caracterizam uma pessoa e influenciam constantemente seus comportamento pensamento emoções ao longo do tempo em diferentes situações. A personalidade pode moldar a forma como uma pessoa interpreta reais estímulos do ambiente por exemplo uma pessoa extrovertida pode perceber uma festa como emocionante e estimulante enquanto uma outra pessoa introvertida pode achá-las cansativas e avassaladoras**3 a percepção é o processo pelo qual as pessoas organizam interpretam as informações sensoriais para dar sentido ao mundo ao seu redor ela influenciada pela cultura pela personalidade por ser experiências passadas crenças culturais os valores pessoais podem mudar percepção das pessoas sobre a questões como raça gênero religião status social por exemplo alguém cresceu em uma cultura valoriza a educação pode perceberum diploma universitário como sinal de sucesso e prestígio além disso a personalidade pode influenciar as atenções seletivas interpretação memória dos estímulos sensoriais por exemplo uma pessoa mais ansiosa pode ser mais propensa a perceber ameaças no ambiente em que alguém menos ansiosa em suma Cultura a personalidade é a percepção entrelaçadas de maneira complexa moldando a forma como as pessoas interpretam e interagem com o mundo ao seu redor esses três elementos são fundamentais para entender diversidade humana e o comportamento humano diferentes contexto culturais.
Sim a percepção de beleza é fortemente influenciada pela cultura o que é considerado Belo em sua sociedade pode não ser em outra esses padrões são transmitidos através de diversas formas como arte mídia interações sociais a cultura molda nossas percepções de beleza de várias maneiras padrões estéticos cada cada Cultura tem seus próprios padrões de beleza que podem variar em relações as características físicas como tipo de corpo cor pele traços faciais estilos de cabelo vestimenta entre outros a beleza também está ligado aos valores culturais cada sociedade por exemplo tem algumas culturas a magreza pode ser associada a beleza enquanto outras corpos mais curvilíneos podem ser valorizados a mídia e a publicidade desempenham um papel importante na disseminação de padrões de beleza muitas vezes promovendo ideal de beleza específico que podem ser realista ou representativa da diversidade humana influência social a socialização tanto na infância quanto na vida adulta enfurencia a forma como percebemos valorizamos a beleza as opiniões e atitudes de nossas familiares amigos colegas podem moldar as nossas próprias percepções os padrões de beleza também mudam ao longo do tempo refletindo a transformações sociais e culturais que eram considerados Belo em uma época pode não não ser outra em resumo a percepção de beleza é um fenômeno complexo multifacetado influenciado por uma variedade de fatores culturais e sociais históricos
O conceito de padrões de beleza está relacionado ao conjunto de características físicas que são tidas como ideia se tornam-se modelos e serem seguidos pelas pessoas esses modelos variam de acordo com o período histórico e cultura e idade das pessoas nesse sentido apesar de de cada ser humano ser único e ter suas características específicas grandes partes das pessoas se encaixar nesse padrão seja para se sentir parte de um grupo para buscar constantemente melhorar a autoestima ou pura pressão da sociedade que também engloba os outros os dois fatores tentar fazer parte de um padrão de beleza das vezes pode ser doentio para as pessoas de acordo com pesquisa de 48% dos entrevistados consideram que a sua aparência física está relacionado à felicidade isso mostra que quando a pessoa não está satisfeita com a sua aparência pode gerar um grande sentimento de frustração
Sensação causada por um estímulo externo ( observando a irmã)
Percepção: olhando a própria imagem refletida no espelho.
a) Em que momento da situação descrita é possível identificar o fenômeno da sensação?
Resposta: o fenômeno da sensação ocorre no momento em que Juliana olha no espelho e vê rugas e a textura da pele, especialmmente na região dos olhos. A característica definidora da sensação é o contato direto com os órgãos sensoriais com um estímulo externo, nesse caso, a visão das ruga no espelho, captada pelos olhos.
b) Em que momento da situação é possível identificar o fenômeno da percepção? Qual característica definidora desse fenômeno e de que forma a cultura o está mediando?
Resposta: O fenômeno da percepção ocorre quando Juliana interpreta o que vê no espelho, dizendo que está feia e que não quer envelhecer. A característica definidora da percepção é a interpretação subjetiva dos estímulos sensoriais com base em experiências, crenças e valores.
Nesse caso, a cultura está mediando a percepção de Juliana ao associar juventude e beleza a valor social, fazendo com que ela interprete sinais da idade como algo negativo, influenciada pelo padrão cultural de beleza imposto às mulheres.
EM 07/07/25 SEGUNDA-FEIRA
Desafio Módulo IX Psicanálise Integrativa