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Caminho de navegação do fórum - Você está aqui:FórumPsicanálise Integrativa: Cultura, personalidade e percepçãoDesafio
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Desafio

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Em psicanálise (e na psicologia cognitiva), fazemos uma distinção fundamental entre sensação e percepção:

  1. Sensação

    • É o registro bruto dos estímulos que chegam ao sistema nervoso pelos órgãos sensoriais (visão, audição, tato etc.).

    • Exemplo na situação: ao olhar para alguém, os olhos captam cores, formas e texturas do rosto “alheio” (linhas, rugas, tonalidades). Essas informações visuais são enviadas ao cérebro sem ainda terem sido organizadas ou interpretadas.

  2. Percepção

    • É o processo de organização, interpretação e atribuição de significado a essas sensações, a partir de experiências prévias, expectativas e conteúdos inconscientes.

    • No mesmo exemplo: o sujeito não só “vê” (sensação) o rosto da outra pessoa, mas já atribui: “ela é feia e velha”. Esse julgamento envolve representação mental, projeções e fantasias internas (medo de envelhecer, ideal de beleza, traços de narcisismo etc.).

  1. Ao julgar o outro como feio e velho

    • Sensação: os traços visuais (cor de pele, rugas, postura) captados pelos órgãos sensoriais.

    • Percepção: o sujeito organiza essas sensações em um juízo de valor (“feio”, “velho”), apoiado em seu repertório cultural e suas próprias ansiedades (p. ex., medo de morrer, medo de perder atratividade).

  2. Ao olhar-se no espelho e perceber-se envelhecendo

    • Sensação: notar as próprias linhas de expressão, o aspecto da pele, possíveis mudanças no corpo.

    • Percepção: o eu (Self) interpreta essas sensações de modo afetivo: “estou virando velha” e, por extensão, “sou feia”. Aqui, entram em cena conflitos narcisistas (o ideal do eu jovem vs. a realidade do eu que envelhece) e a forma como cada indivíduo lida com a passagem do tempo.

Em termos psicanalíticos

  • Sensação é considerada o que Lacan chama de o “Real”– o dado bruto que resiste à simbolização total.

  • Percepção relaciona-se ao “Simbólico”– como o sujeito dota o que sente de um sentido dentro de sua rede de significantes (linguagem, imagens mentais, narrativas inconscientes).

A angústia diante do espelho, portanto, nasce não apenas da “ver” linhas na pele (sensação), mas de como o sujeito inseriu essas linhas num discurso interno (“agora não sirvo mais”, “não sou mais atraente”) – ou seja, de sua percepção.

O MOMENTO EM QUE ELA OLHA NO ESPELHO E SE VÊ FORA DOS PADRÕES DE JUVENTUDE DA SOCIEDADE, O MEIO QUE DOMINA, A SOCIEDADE COMO TAMBÉM A CULTURA.

A citação destaca a importância de questionar o ideal de beleza vigente e promover uma visão de beleza  mais inclusiva e diversificada da beleza. É fundamental reconhecer que a beleza é subjetiva e que cada mulher tem sua própria definição de beleza e autoimagem.

A Sensação se dá no momento em que ela observa de forma crítica a irmã e categoriza a aparência da irmã como destorcida aos padrões de beleza impostos pela sociedade. Levando a sensação da irmã estar fora dos padrões.

A Percepção é quando ela se enxerga enquanto sujeita"desalinhada" aos padrões de aparência social impostos pela sociedade. Ao ver sua imagem refletida no espelho ela observa sua aparência, através da percepção imposta pelos padrões impostos pela sociedade.

a) O fenômeno da sensação ocorre quando Juliana vê suas rugas no espelho. A característica principal é a captação visual direta, ou seja, o estímulo sensorial recebido pelos olhos.

b) O fenômeno da percepção acontece quando Juliana interpreta essas rugas como sinal de feiura e envelhecimento. Essa interpretação é mediada pela cultura, que valoriza a juventude como padrão de beleza.

É possível perceber o momento da percepção quando Juliana se olha no espelho e se enxerga mais velha ou mesmo quando ela nota que será irmã está mais velha!

A- Sensação - quando Juliana observa a irmã mais velha e vê sinais de velhice.

A sensação é o processo de detecção de estímulos físicos e de transmissão desses estímulos para o cérebro.

B- Percepção -quando Juliana se olha no espelho e vê sinais em sua pele.

A percepção é quando o organismo se relaciona com o meio de uma forma consciente e constrói uma informação útil e significativa sob aquela experiência.

 

 

Como sempre, mediante a modernidade e aos cuidados com a beleza pessoal, tem se mudado o padrão e os valores como no geral, comprometimento e  dedicação, impondo uma ditadura em relação aos padrões estéticos,  que é preciso ser bela, magra, para serem aceitas em suas relações, a escola, no trabalho, etc.  Percebidos por Juliana que sua irmã seria feia, e ao se olhar com atenção no espelho percebeu que a velhice está chegando e aí está a tese de como a percepção sensorial afeta nossos sentidos, modificando  padrões e práticas sociais, inclusive a sua identidade.

 

As "imposições" da sociedade acabam alterando valores que deveriam permanecer intactos. No caso, a própria auto estima da personagem acabou sendo prejudicada por um fator externo que não necessariamente reluz uma grande diferença na vida de uma pessoa.

Juliana, ao ver a sua irmã, trouxe para si um conceito cultural, embora errôneo, que ela está ficando velha e não será aceita pela sociedade (que acaba sempre impondo a beleza, juventude e "magreza"como características mais bem aceitáveis). A percepção de Juliana se inicia quando ela se olha no espelho e, através da visão, vê seu próprio reflexo. A sua percepção só ocorre quando ela interpreta o que vê, ao mesmo tempo que se compara a sua irmã e se lembra do que seria um padrão social de aceitação

O padrão de mulher bonita imposta pela cultura social, gira em torno da percepção e sensação do que estabelecimento pela sociedade. Definidamente concepções de valores material. A vontade de ser aceito pelo grupo e pertencer aos dogmas social.

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