Desafio - Módulo II
Cada indivíduo é único, mesmo sendo gêmeo de um outro. O que houve aí, é que eles estao sendo criados como se fossem "um" não sendo nem mesmo reconhecidos por outros membros da família. Por isso é importante, nesses casos, tratar as crianças gêmeas (trigêmeas, etc) como indivíduos únicos. No entanto, por praticidade, ou por achar "bonitinho" costuma vesti-los, pentea-los como se fossem cópia um do outro. Com isso, eles se perder quanto a identidade, não sabendo quem é quem.
Os irmão sabem que existem, porém, não sabem ainda discernir que um não faz parte de outro. O fato de fazerem tudo juntos e ter a mesma aparência, os fazem ter a percepção de que são um só. A "separação" ocorreu apenas de forma física e não emocional. Cabe a mãe e ao irmão ser a ponto que os façam entender que não são um só.
Nesta situação os irmãos ainda não sabem quem são, não tem o reconhecimento de sua identidade. O que fica em casa se vê no espelho e acha que a imagem refletida é irmão quando na verdade é ele mesmo… e por não ter essa definição ele se chateia com a ilusão de que o irmão não quer brincar.. quando na verdade o irmão nem está ali e era somente ele mesmo.
Os irmãos são tão conectados um ao outro que existe uma certa dependência, onde mesmo distante o irmão que ficou em casa, brincando na frente do espelho sabe o que o irmão que está na escola pensa e sabe o que ele quer.
O irmão ainda não tem a percepção de que se ver através do espelho. Não reconhece ainda sua própria imagem,por serem idênticos fica mais difícil esse reconhecimento por não distinguir a diferença.
Como dito nos vários conteúdos, os seres humanos passam por diversas fases, sendo que quando crianças vão construindo seu mundo através das diversas percepções que lhe são apresentadas, por todos os sentidos: olfato, paladar, visão, audição, tato, para que aos poucos construa sua individuação e se veja não mais como parte da mãe ou do "seu espelho" e sim de si mesmo. Neste caso do texto, entendo que a criança ainda não tinha conseguido se identificar como individuo, e se projeta através da imagem do outro (que na realidade é sua imagem no espelho) que é seu irmão gêmeo e idêntico a ele, por isto, quando se vê no espelho acredita ser o outro.
No estágio do espelho existe em processo de formação do eu, onde a partir de uma identificação com a imagem de sí mesmo no espelho que é o eu e ao mesmo tempo o outro.
No espelho ele achou que era o irmão, e na sua formação ainda longe da mãe ele não compreendeu ainda o eu, ou seja ele achou que era o irmão.
Pelo fato de, rotineiramente, olhar para o irmão, que é idêntico a ele, não se deu conta de que era dele a imagem no espelho. Para que se reconheça e para que possa construir o seu eu, no estádio do espelho, será preciso que seu irmão esteja com ele e vejam juntos seus reflexos.
O irmão que olha no espelho, não reconhece seu reflexo, como sendo seu próprio corpo físico ainda, pois a sua semelhança com o irmão, dificulta o reconhecimento de seu corpo físico, como não sendo seu. Uma vez que está acostumado a associar a imagem (corpo simbólico) que vê, como sendo um outro. Lembrando que para Dolto "a imagem do corpo pode ser considerada como a encarnação simbólica inconsciente do sujeito desejante", que naquele momento era seu irmão já que não se separavam.