Desafio - Módulo II
Ao olhar no espelho, imagina ser o seu irmão, pois ele não se reconhece no espelho. E ele precisa da ajuda da mãe para construir o seu eu.
A questão dos gêmeos é o exemplo mais sólido da fase denominada por Lacan como " estádio do espelho" , pois este é o período onde desenvolvemos a nossa identificação, é o período onde iniciamos a formação da função do eu, de nos reconhecermos como pessoas. No caso de gêmeos idênticos há outro ser semelhante fisicamente, e torna o entendimento do próprio eu, um pouco mais tardio, pois terá que aprender a se distinguir do outro para então tomar consciência de si mesmo.
Os gêmeos, muitas vezes tentam suprir a falta do outro, imaginando cada um o que um tem ou pode ter para ajudar na falta do outro. Um conplementa o outro, muitas vezes gêmeos univitelinios consideram o irmão mais importante que a mãe. Uns não conseguem e as vezes não querem, ou não conseguem se separar.Procuram realizar tudo juntos. Apesar de serem uma dupla, possuem características diferentes em relação aos gostos, ou chora mais que o outro e assim por diante. A imagem espelhada de si mesmos é muito interessante, um é destro o outro é canhoto, entre outras características.No caso apresentado os gêmeos precisam ter a sua individualidade respeitadas, com ou sem a ausência do outro
No caso específico, o gêmeos se vem como espelho, porém já apresentam aspectos de dissociação um do outro.
O que ocorre é que ele ainda não se reconhece como EU, quando se vê refletido acredita ser uma projeção do irmão
Ao meu ver os gêmeos mesmo sendo idênticos eles tem algo incomum, um ficou doente e outro não, um foi para escola e outro não
Entendo que o irmão não passou ainda pelo estágio do espelho, onde entende que é uma pessoa diferente do irmão, igual o bebê e a mãe nos primeiros meses de vida, não sabe se diferenciar da mãe.
No caso de gêmeos torna ainda mais difícil o reconhecimento do eu. Ao olhar para sua imagem no espelho , por um bom tempo será como vê o irmão, são se reconhecer.
Acho que a questão está na criação. Será que pais de gêmeos tratam-os como indivíduos ou como uma unicidade entre ambos?
Geralmente, o que vemos socialmente em casos de gêmeos univitelinos, é não só a mesma aparência física, mas também as vestimentas, mesmo penteado, sapatos. Alguns ainda variam a cor da roupa, embora seja o mesmo modelo, mas outros pais vestem os gêmeos exatamente iguais, o que posteriormente dificulta a visão dos mesmos como indivíduos (solos), e não indivíduos que precisam estar em dupla.
Nesse caso supracitado, é como se os gêmeos se vissem sempre como um reflexo do espelho.
Como citado anteriormente, para Freud a criança quando nasce está em estado de confusão, ainda não é capaz de discernir o que é externo e interno. O eu é composto pelas interferências externas, em outras palavras há a necessidade de um outro indivíduo para introduzi-lo no mundo.
Referindo-se à situação dos gêmeos, a mãe nesse momento é esse indivíduo que trará ordem as informações consideradas pela criança (doente).