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Desafio - Módulo II

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Há neste caso uma relação simbiótica entre os gêmeos, onde não se conhece sem o outro e não enxerga o outro sem ele próprio.

Não há ainda individuação dos irmãos.

A ligação entre irmãos gêmeos, sempre foi muito intensa. A gemelaridade permite uma análise mais detalhada das relações fraternas. Pais de gêmeos frequentemente se deparam com desafios específicos para exercer suas funções parentais. Um dos gêmeos pode renunciar à competição ou à busca por uma identidade própria, digamos reconhecendo no outro a sua própria subjetividade.

Interessante o quanto é importante a construção da própria imagem o caso dos gêmeos expõem uma situação de significado e significante que o tempo há de separar e caracterizar a individualidade ou replicar o mesmo de uma sociedade que vive numa distopia alucinatória, onde o individuo constituído do eu têm uma identidade norteada no coletivo inconsciente . E viva a psicanalise para entendermos tudo isso.

A presença do papel de espelho permite que o si-mesmo seja reconhecido e comece a constituir-se. O si-mesmo pode, então, tornar-se uma realidade viva, com espontaneidade, e a pessoa pode construir uma forma de viver que seja verdadeiramente sua, sem a artificialidade característica da submissão.

O estádio do espelho não é fácil de se abandonar. É muito comum, nas academias, as pessoas se mirarem para, em muitos casos, verem não o que está projetado no objeto, mas aquilo que imaginam estar projetado. Na música Espelho, João Nogueira mira no filho sua própria imagem, daí o refrão "e o meu medo maior é o espelho se quebrar", lambrando que, assim como o pai era seu espelho, ele é o mesmo para o filho. À guisa de saber, Diogo Nogueira seguiu os passos do pai (João). O espelho não se quebrou. Agora imaginemos o garoto ainda sem ter completo o próprio ser, se vendo refletido no espelho. Naquele momento ele joga para sua imagem a imagem do irmão gêmeo univitelino ausente.

O ser humano mesmo com toda sua subjetividade, ele se reconhece no outro

A referência que ele possui, é a do irmão, uma imagem de companheirismo. Estão juntos desde o ventre e a ligação deles é intensa

Entendo que o menino ainda não tem o domínio do seu eu e por conta da necessidade de ajuda pois ainda é dependente em especial nessa situação, procurou desesperadamente auxilio, entretanto, o espelho reflete exatamente a sua incapacidade de poder atender seus desejos, dai a presença da mãe torna-se um alivio para superar a situação.

Nascemos com a necessidade de ajuda do outro,  e de reconhecemos nossa própria imagem , "identidade " ao longo do tempo,  através do mergulho , em nos mesmos o que retrata a teoria do espelho.

A situação dos irmãos gêmeos pode ser explicada dentro do contexto da teoria psicanalítica, especialmente através do conceito do "estádio do espelho" introduzido por Jacques Lacan, um importante teórico pós-freudiano. O estádio do espelho é uma fase do desenvolvimento psíquico em que a criança começa a se reconhecer no espelho, o que é um momento crucial para a formação da identidade, ou "eu" (moi).

No caso descrito, o menino que está em casa e não pode brincar com seu irmão gêmeo experimenta uma forma de desamparo, pois ele está acostumado a ter o irmão como uma extensão de si mesmo, quase como um reflexo no espelho. A angústia que ele sente é uma manifestação desse desamparo e da falta de reconhecimento de si mesmo como um indivíduo separado do irmão.

Quando o menino suplica para sua imagem no espelho, ele está, de certa forma, tentando se comunicar com o irmão, que ele inconscientemente percebe como parte de si mesmo. A intervenção da mãe, ao se mostrar e chamar o filho, ajuda a criança a se reorientar e a reconhecer que ele e o irmão são, de fato, duas pessoas distintas.

Esse momento pode ser visto como uma oportunidade para o menino começar a se distinguir do irmão e a desenvolver seu próprio senso de identidade. É um passo importante no processo de individuação, onde ele começa a entender que, embora tenha uma conexão profunda com o irmão, ele também é um "eu" separado com seus próprios desejos e necessidades. Este é um exemplo da importância do outro na constituição do eu, conforme estudado na teoria psicanalítica.

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