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Desafio - Módulo II

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O irmão gêmeo não tinha consciência de sua existência, pois estava dependendo de outras pessoas para se identificar. Ao se olhar no espelho, não concluiu ser seu eu, já que nunca esteve sozinho.

A consciência do EU do irmão que ficou em casa foi construída na imagem de seu irmão gêmeo, onde as ações esperadas de um dependiam do outro. Por serem ainda crianças, os dois ainda não formaram sua imagem individual do EU.

Na teoria psicanalítica, o conceito de “eu” (ou ego) é central para entender a formação da identidade e a dinâmica interna do indivíduo. Para Freud é o que chamamos de super ego, já Lacan traz uma perspectiva diferente, aduzindo ser essa uma construção ilusória, que se forma atraves do que vemos no outro, ou seja, o eu é influenciado por nosso inconsiente e pelas relações sociais

Quando consideramos o caso de irmãos gêmeos separados, a formação do “eu” pode ser ainda mais complicada, já que envolve uma dinâmica única de identificação e diferenciação. Pois gemeos possuem conexões profundas  e identidades coletivas  e uma separação os força a desenvolver identidades individuais diversificadas. Lacan reforça que quando o "eu" é idealizado no momento em que ocorre uma separação , esse "eu" se distancia da ilusão e tenta se reconectar com seu interior mais verdadeiro.

 

Por eles serem idênticos, ele ao se olhar no espelho imaginou que poderia ser o seu irmão, como forma de amenizar a sua angústia de estar sem o seu irmão.

Tendo em vista que os gêmeos ainda não possuem uma percepção de totalidade de si e também por não serem estimulados para olhar no espelho ou experimentar manipulações sensoriais desde cedo, o irmão gêmeo que ficou em casa acreditou que a imagem refletida no espelho era de seu irmão.

No estudo de caso em questão, a fronteira do "eu" e o "outro" pode ser mais fluida em gêmeos, o que pode ter implicações para a formação da identidade individual. A falta do irmão pela primeira vez e a visão de sua própria imagem refletida no espelho, levou-o a o que é chamado por Lacan como uma espécie de identificação dupla, não reconhecendo o seu "eu", causando uma certa confusão de papéis e a dificuldade em estabelecer uma individualidade clara.

  1. Um grande desafio. Não se trata apenas da ilustração dos gêmeos no passado, mas no reflexo que o espelho dispõe na construção do "eu e da imagem consciente ". O fato é que ainda hoje esta relação abordada desde Freud aos seus percusores sobre esta análise, dificulta o amadurecimento do homem quanto a sua existência em depender sempre de outrem para sua sustentabilidade física, emocional e social. A problemática se extende mais ainda quando criança, não somos influenciados no exercício da construção do nosso eu e da personalidade racional e emocional, mas na dependência socio- afetiva de termos alguém como referência sempre. Na realidade isso deveria acontecer do princípio das experiências e dificuldades existidas desde os primeiros meses de idade, hoje é possível sim observar e constatar traços de personalidade mesmo prematuramente no indivíduo. Estamos em uma sociedade que incentiva a dependência nos aspectos sociais e emocionais e constituem homens e mulheres inertes quanto a liberdade da formação da sua consciência, do seu ego com poucas interferências na sua imagem quando adultos. Adquirida maior idade, grande parte de nós somos infantilizados por não termos sidos estimulados ao conhecer a si próprio. O que ao meu entendimento mutiliam a capacidade extraordinária que todo indivíduo tem de serem autores de suas próprias vidas, ou melhor, da sua própria identidade do seu eu, consciente do existir.

O espelho trouxe luz e revelação de sua verdadeira imagem que antes era vista e não conhecida ( ainda que a referencia antes do espelho fosse seu próprio irmão) porquê na verdade nasceram de uma Gestação gemelar , ainda que intrauterina  conhecia de ouvir falar ( não tinha nenhuma  formação de imagem) e ali na frente do espelho  pode ate pensar que fosse na verdade  o seu próprio irmão que havia ido para a escola. 

Somos o resultado do ambiente em vivemos.

Ao se deparar com a solidão,o gêmeos que não foi para a escola recorre até algo que o reconforte e replique o seu dia a dia, que seja seu companheiro. O espelho trás para o seu cérebro o conforto de ter novamente um "semelhante" para lhe fazer companhia.

Apesar da sua falta de discernimento, ele não se vê mais sozinho, porém não entende porque desta vez seu "semelhante" não interage com ele como de costume.

 

O que ocorre na situação dos gêmeos, é que desde bebes nesta constituição do EU, após pelo menos o terceiro anos de vida já seria possível para a criança se ver para além da sensção de ser um só com a mãe por exemplo. No caso de nunca ter tido ou reconhecido outra forma de vida e espelhamento a não ser com a ! sua própria imagem, tudo que lhe é possível projetar como espelhamento idêntico para fora, é compreendido como EU.  O  garoto não se apercebendo que a forma física também interfere no processo de identificação e separação do eu, nem mesmo dá falta do irmão físico, e segue naturalmente como se sua outra imagem não quisesse brincar. A tendência da compreensão tardia por si só do EGO ,  é alta.

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