Desafio - Módulo II
Eles tem uma ligação muito intensa, ao olhar no espelho, sentir falta do irmão, conversar perante o espelho, mostra como são ligados e unidos .
Neste caso, o irmão que ficou em casa ainda não tinha a percepção de si como um indivíduo, pois quando se olhava no espelho estendia que não era ele, mas sim o seu irmão.
Colocando os 2 juntos na frente do espelho poderia trazer essa percepção de individualismo, confirmado com o olhar de um agente externo se comunicando com cada um deles.
Vê uma projeção entre eles os gêmeos experimentam um estado inicial de desamparo, exigindo a presença de outro ser humano para atender às suas necessidades básicas e mediar sua relação com o mundo.
Apesar de cada indivíduo possuir seu ponto de vista pessoal, os relações sociais e o meio são influenciadores em ideias, teorias e convicções do indivíduo. As imagens que o sujeito recebe desde os primeiros meses de vida até o desenvolvimento da sua percepção de mundo, nitidamente influenciam em suas práticas, comportamentos e sentimentos psíquicos e emocionais.
nesse episodio, a criança necessita do irmão gemeo para se reconhecer, busca se identificar atraves da propria imagem.
Fica claro o elo entre os irmãos , e ao ver sua imagem refletir no espelho teve a sensação que era seu irmão ali se negando a montar no cavalo .
A situação apresentada pode ser analisada a partir da teoria psicanalítica de Jacques Lacan, particularmente com base no conceito do Estádio do Espelho e na constituição do eu.
1. O Estádio do Espelho e a Identidade
O "Estádio do Espelho" refere-se ao momento em que a criança, entre os 6 e os 18 meses, reconhece sua imagem no espelho como uma unidade. Esse reconhecimento marca o início da formação do "eu" (ego), mas também introduz a alienação: a criança se identifica com uma imagem que está "fora" dela. Essa construção do eu é mediada pelo olhar e pelo reconhecimento do outro, principalmente da figura materna, que valida essa identidade.
No caso dos gêmeos idênticos, a questão da identidade é mais complexa, porque sua semelhança física pode gerar confusão sobre quem eles são, tanto para os outros quanto para eles mesmos. Esse vínculo estreito pode dificultar a individualização, especialmente se a diferença entre eles não for frequentemente ressaltada.
2. O Papel do Outro no Desamparo
A angústia do menino resfriado pode ser compreendida pela noção de desamparo estrutural que, segundo Freud, é inerente ao ser humano. Desde o nascimento, o indivíduo depende de outro para sobreviver e organizar suas experiências psíquicas. No momento em que o menino tenta brincar, ele percebe a ausência do irmão gêmeo (que é parte importante de sua constituição simbólica) e busca no espelho algo que reponha essa falta. Entretanto, a imagem no espelho não responde, intensificando a angústia.
3. A Função Materna como Suporte
Quando a mãe entra no quarto e oferece sua presença, ela desempenha a função de outro estruturante, capaz de aliviar a angústia do menino. A criança se joga em seus braços porque a mãe representa o reconhecimento de sua existência e valida sua singularidade. A frase "o 'X' não quer brincar de cavalo" expressa a dificuldade do menino em diferenciar sua vontade da do irmão. Nesse contexto, o brincar de cavalo pode simbolizar o desejo de ser reconhecido como indivíduo, mas também a tentativa de reconstituir o vínculo com o irmão ausente.
4. O Dilema da Individualidade em Gêmeos
A dinâmica entre gêmeos idênticos pode gerar uma fusão simbólica, dificultando a construção de uma identidade autônoma. Para o menino, a ausência do irmão não é apenas física, mas também simbólica. Ele se sente incompleto sem a presença do outro, e isso reforça o papel da mãe ou de figuras significativas como mediadores desse processo de diferenciação.
5. Considerações Psicanalíticas
Esse episódio ilustra o quanto a constituição do eu é relacional e depende de mediações externas. A angústia do menino diante do espelho reflete a busca por um eu que ainda está em processo de construção. O reconhecimento do outro (mãe, irmão ou até a imagem no espelho) é fundamental para que ele possa afirmar sua identidade e lidar com a ausência de um vínculo simbólico que considera indispensável.
A situação evidencia a complexidade da formação psíquica nos gêmeos, que precisam equilibrar a experiência de serem parecidos com a necessidade de se sentirem únicos.
Aqui identificamos o elo já desde de o ventre ,conexão entre os irmãos ,quando se viu a frente do espelho ,pensou ser o irmão por isso pede para brincar quando percebe que não há uma interação fica triste pois não era o esperado por ele ,dor ,rejeição e abandono. A importância conhecer a nós mesmo, o espelhamento, mergulhar no nosso interior.
Como sempre esteve em companhia do irmão, desde o útero, ele ainda não conseguiu desenvolver plenamente sua identidade, levando-o a acreditar que o irmão é como um espelho de si mesmo. À medida que forem amadurecendo e ganhando entendimento, essa confusão tende a se desfazer. No entanto, para evitar que isso cause algum desconforto em relação ao irmão, a mãe já pode começar a explicar a situação para ambos. As crianças fazem conexões de forma natural, e, devido à grande semelhança entre eles, isso pode ajudar a esclarecer e fortalecer a individualidade de cada um.
No caso, dos irmãos gêmeos idênticos, eles ainda não conseguiram se identificar como pessoas distintas e independentes. Há uma distorção da realidade a partir do momento em que um dos irmãos se olha no espelho e se vê como único onde muitas vezes os pais não diferem os mesmos acarretando uma confusão no "eu". Ou seja, quando um irmão olha para o outro se vê uma única pessoa sem distinções. Porém a mãe não contribuiu com a identificação do eu de um correlacionando sua imagem no espelho onde afirma que seu irmão não desejaria brincar de cavalo. A percepção do indivíduo vai de dando com o passar do tempo de acordo com as feses de crescimento.
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