Desafio - Módulo II
Citação de Jose Francisco da Silva Filho em setembro 11, 2022, 8:42 pmNem sempre o planejamento familiar é garantia do controle de natalidade. Há mulheres que planejam ter apenas um filho e, durante o pré-natal, são surpreendidas com dois, três ou mais bebês. Há dois tipos de gêmeos: os idênticos, também conhecidos como univitelinos ou monozigóticos, que correspondem a 29% dos casos, e os gêmeos fraternos, bivitelinos ou dizigóticos, que representam a maioria.
No primeiro exemplo, os bebês são iguais fisicamente porque apenas um óvulo foi fecundado. Ele dividiu-se em duas partes idênticas, gerando bebês com o mesmo sexo e as mesmas características físicas. Já com os fraternos, o processo é diferente: os bebês não têm necessariamente as mesmas características físicas e o sexo também pode ser diferente, porque dois óvulos, com características distintas, foram fecundados.
O certo é que a semelhança física não é sinônimo de comportamentos idêntico. Eles têm maior propensão a ter afinidades, mas possuem personalidade, temperamento e anseios distintos. Nem sempre isso é considerado pela família quando os bebês nascem. Para a psicóloga e pedagoga do Ponto Omega Centro de Cuidados Infantis, Maria Drumond Grupi, filhos gêmeos não podem ser criados como se fossem uma só pessoa. "Os pais devem estimular a independência entre eles e provocar respostas distintas e pessoais."
As adaptações para receber mais de uma criança vão desde organização maior do orçamento doméstico, do espaço da casa, da divisão de tarefas cotidianas, à amamentação. O contato e a forma de lidar com essas crianças precisa ser individual. Os problemas devem ser resolvidos caso a caso, são comuns pais que penalizam os dois filhos em virtude das travessuras de um deles. "É importante mostrar a eles que seus pais reconhecem suas diferenças e necessidades individuais", ressalta Maria. Por isso, o hábito de vestir as crianças, principalmente os idênticos, com roupas iguais não é saudável para a formação da personalidade dos irmãos.
"As crianças devem ter vida própria, cada qual com seu grupo de amigos, suas experiências, sucessos e insucessos. Por essa razão, é importante que elas possam ter experiências pessoais e oportunidades únicas", ressalta Maria. Promover as mesmas atividades, principalmente as lúdicas, para ambos também não é muito indicado. As crianças têm gostos e necessidades diferentes, um gêmeo idêntico pode adorar futebol, enquanto o outro gosta de visitar museus, por exemplo. Na hora de comprar brinquedos, estes também não devem ser iguais, a escolha deve estar de acordo com a personalidade de cada um. "Geralmente, os pais de gêmeos univitelinos (idênticos) tendem a criar os filhos de forma igual, isso faz com que eles fiquem dependentes um do outro e causa a impressão de personalidades idênticas. Outro momento delicado entre os irmãos gêmeos são as brigas. Para Maria Grupi, os pais só devem interferir se perceberem que as crianças podem se agredir, "elas precisam resolver suas diferenças sozinhas".
Esses conflitos servem, inclusive, para salientar que são seres humanos distintos. A psicóloga defende o intermédio dos pais depois de esgotadas as possibilidades de acordo. Exigir as mesmas qualidades em ambos também é um erro. Alguns pais costumam cobrar que os irmãos gêmeos tenham o mesmo desempenho na escola, o mesmo temperamento e desenvolvimento físico e emocional. Para ela, romper com a união que se estabelece entre os gêmeos é a maior dificuldade para os pais, a situação é estressante para todos.
Preservar a identidade de cada um não quer dizer formar filhos inimigos, inclusive porque os gêmeos já têm uma integração natural, que pode ser reforçada ou atenuada, mas isso depende da conduta deles. O que precisa ser igual é o carinho da família para cada um. Ambos devem ser tratados com o mesmo amor e devem ser cobrados da mesma forma.
Nem sempre o planejamento familiar é garantia do controle de natalidade. Há mulheres que planejam ter apenas um filho e, durante o pré-natal, são surpreendidas com dois, três ou mais bebês. Há dois tipos de gêmeos: os idênticos, também conhecidos como univitelinos ou monozigóticos, que correspondem a 29% dos casos, e os gêmeos fraternos, bivitelinos ou dizigóticos, que representam a maioria.
No primeiro exemplo, os bebês são iguais fisicamente porque apenas um óvulo foi fecundado. Ele dividiu-se em duas partes idênticas, gerando bebês com o mesmo sexo e as mesmas características físicas. Já com os fraternos, o processo é diferente: os bebês não têm necessariamente as mesmas características físicas e o sexo também pode ser diferente, porque dois óvulos, com características distintas, foram fecundados.
O certo é que a semelhança física não é sinônimo de comportamentos idêntico. Eles têm maior propensão a ter afinidades, mas possuem personalidade, temperamento e anseios distintos. Nem sempre isso é considerado pela família quando os bebês nascem. Para a psicóloga e pedagoga do Ponto Omega Centro de Cuidados Infantis, Maria Drumond Grupi, filhos gêmeos não podem ser criados como se fossem uma só pessoa. "Os pais devem estimular a independência entre eles e provocar respostas distintas e pessoais."
As adaptações para receber mais de uma criança vão desde organização maior do orçamento doméstico, do espaço da casa, da divisão de tarefas cotidianas, à amamentação. O contato e a forma de lidar com essas crianças precisa ser individual. Os problemas devem ser resolvidos caso a caso, são comuns pais que penalizam os dois filhos em virtude das travessuras de um deles. "É importante mostrar a eles que seus pais reconhecem suas diferenças e necessidades individuais", ressalta Maria. Por isso, o hábito de vestir as crianças, principalmente os idênticos, com roupas iguais não é saudável para a formação da personalidade dos irmãos.
"As crianças devem ter vida própria, cada qual com seu grupo de amigos, suas experiências, sucessos e insucessos. Por essa razão, é importante que elas possam ter experiências pessoais e oportunidades únicas", ressalta Maria. Promover as mesmas atividades, principalmente as lúdicas, para ambos também não é muito indicado. As crianças têm gostos e necessidades diferentes, um gêmeo idêntico pode adorar futebol, enquanto o outro gosta de visitar museus, por exemplo. Na hora de comprar brinquedos, estes também não devem ser iguais, a escolha deve estar de acordo com a personalidade de cada um. "Geralmente, os pais de gêmeos univitelinos (idênticos) tendem a criar os filhos de forma igual, isso faz com que eles fiquem dependentes um do outro e causa a impressão de personalidades idênticas. Outro momento delicado entre os irmãos gêmeos são as brigas. Para Maria Grupi, os pais só devem interferir se perceberem que as crianças podem se agredir, "elas precisam resolver suas diferenças sozinhas".
Esses conflitos servem, inclusive, para salientar que são seres humanos distintos. A psicóloga defende o intermédio dos pais depois de esgotadas as possibilidades de acordo. Exigir as mesmas qualidades em ambos também é um erro. Alguns pais costumam cobrar que os irmãos gêmeos tenham o mesmo desempenho na escola, o mesmo temperamento e desenvolvimento físico e emocional. Para ela, romper com a união que se estabelece entre os gêmeos é a maior dificuldade para os pais, a situação é estressante para todos.
Preservar a identidade de cada um não quer dizer formar filhos inimigos, inclusive porque os gêmeos já têm uma integração natural, que pode ser reforçada ou atenuada, mas isso depende da conduta deles. O que precisa ser igual é o carinho da família para cada um. Ambos devem ser tratados com o mesmo amor e devem ser cobrados da mesma forma.
Citação de Joycekelle Franzar Da Silva em setembro 11, 2022, 10:31 pmGêmeos são crianças nascidas no mesmo parto, ou seja, da mesma mãe e geralmente no mesmo dia. Formalmente eles podem ser de dois tipos:
• Gêmeos monozigóticos, também chamados de idênticos ou univitelinos, são produto da fertilização de um único óvulo, com posterior divisão do zigoto. Esses gêmeos são sempre do mesmo sexo e, de maneira geral, muito parecidos, chegando ao ponto de serem indistinguíveis. Eles têm genomas iguais.
• Gêmeos dizigóticos, também chamados fraternos ou bivitelinos, são produto da fertilização de dois óvulos diferentes no mesmo ciclo ovariano. Esses gêmeos podem ser do mesmo sexo ou de sexos diferentes e são tão parecidos quanto dois irmãos quaisquer. Geneticamente eles têm em média 50% de compartilhamento genômico.
A humanidade sempre teve enorme fascínio pelos gêmeos, tecendo histórias mitológicas nas quais eles aparecem como conectados de forma especial, parceiros, metades de um todo que se completa, ou até opostos e antagônicos. Eles são paradigmas tanto do igual como do diferente.
Por exemplo, no mito de criação do Egito antigo, o deus da terra Geb e a deusa dos céus Nut eram gêmeos, e também amantes, em eterno abraço. Da união deles nasceram Ísis e Osíris, os mais populares deuses egípcios.
Um mito semelhante aparece na saga dos Volsung da mitologia nórdica, magistralmente contada por Richard Wagner (1813-1883) em sua ópera As Valquírias, parte de O anel dos Nibelungos (curiosamente uma trilogia de quatro óperas, já que a primeira, O ouro do Reno, é, formalmente, um prelúdio apenas). Sigmundo e Sieglinda são irmãos gêmeos que, sem saber disso, tornam-se amantes e geram Siegfried, que irá, ultimamente, por meio de sua relação amorosa com Brunhilda, causar o crepúsculo dos deuses e a ruína do palácio de Valhala. E é exatamente a destruição dos deuses que vai permitir a emergência dos humanos como a força dominante na Terra – uma bela lenda humanista.
Muitos outros pares de gêmeos aparecem na mitologia e conquistam o imaginário popular. Entre eles, podemos destacar Castor e Pólux, lendários personagens gregos, atualmente as estrelas mais brilhantes da constelação de gêmeos (Gemini), um dos doze signos do zodíaco (de 21 de maio a 21 de junho), e também Rômulo e Remo, fundadores de Roma.
Literariamente, inúmeras estórias abordam os gêmeos, sendo comum o tema das confusões geradas pela semelhança fisionômica entre eles. William Shakespeare (1564-1616) conseguiu colocar duas duplas de gêmeos idênticos em uma única peça, apropriadamente chamada A comédia dos erros.
Distinguindo os tipos de gêmeos
A frequência do nascimento de gêmeos varia consideravelmente em diferentes populações: vai de cerca de 1% dos nascimentos nos países europeus a mais de 4% na Nigéria. A explicação para essa diferença apareceu após a invenção de uma simples maneira de calcular qual proporção dos gêmeos é monozigótica e qual é dizigótica.O chamado Método de Weinberg baseia-se no fato de que gêmeos dizigóticos são metade das vezes de sexos diferentes e metade de sexo igual. Assim, a frequência de gêmeos monozigóticos pode ser estimada diminuindo-se do total o dobro do número de gêmeos de sexos diferentes. Quando isso foi feito, constatou-se algo muito interessante: a proporção de gêmeos idênticos é mais ou menos uniforme em todos os continentes e países (cerca de 0,4%), enquanto o que varia é a magnitude dos gêmeos fraternos. Na coluna do mês que vem entrarei em mais detalhes sobre o significado dessa observação.
Alguns leitores podem indagar se é possível usar o exame da(s) placenta(s) e das membranas fetais para estabelecer a zigosidade de gêmeos. Sabemos que o feto humano, que está ligado ao útero pela placenta, é envolvido por uma membrana amniótica (âmnio), que, por sua vez, é circundada por outra membrana chamada cório. Após o nascimento, todas essas estruturas são expulsas do útero e podem ser estudadas.
Inevitavelmente, todos os gêmeos dizigóticos terão dois âmnios e dois córios. Mas os gêmeos monozigóticos terão somente um âmnio e um cório? Não. Se há apenas um âmnio e um cório (gravidez monoamniótica e monocoriônica) podemos ter certeza que os gêmeos são monozigóticos, mas isso só é visto em cerca de 5% dos casos.
De maneira geral, se a separação e implantação dos gêmeos idênticos é mais tardia, podemos ter dois âmnios e um cório (52%) ou dois âmnios e dois córios (43%). Assim, o estabelecimento do número de córios é de muito pouca valia. Além disso, a análise de membranas é complexa, pois frequentemente elas se colam uma na outra e podem parecer uma só. A análise do número de placentas é igualmente pouco útil, pois é comum gêmeos fraternos terem uma única placenta.
Impressões digitais de DNA idênticas (DNA fingerprints) demonstram com certeza absoluta que dois gêmeos são monozigóticos. Imagem do autor, obtida com a sonda multilocal F10.
Felizmente, o DNA resolve de uma vez por todas esse problema. Na coluna de outubro de 2006 eu escrevi: “Cada genoma humano é único – com exceção de gêmeos monozigóticos, nunca existiram nem vão existir na humanidade dois genomas iguais.” Como hoje em dia o DNA permite estabelecer no laboratório a singularidade do genoma humano, podemos rapidamente resolver com 100% de confiabilidade o problema dos gêmeos: os monozigóticos têm perfis de DNA idênticos; os dizigóticos têm perfis de DNA diferentes (ver figura).
A importância prática principal de saber a zigosidade de gêmeos refere-se principalmente a transplantes de órgãos e tecidos. Enxertos entre gêmeos univitelinos têm 100% de chance de sucesso, porque eles são geneticamente idênticos. Também, filhos de gêmeos monozigóticos são geneticamente equivalentes a meio-irmãos, enquanto filhos de gêmeos dizigóticos são primos em primeiro grau, fatos que podem vir a ter importância para a família.
Curiosidades sobre os gêmeos monozigóticos
Ocasionalmente gêmeos monozigóticos nascem unidos por partes do corpo. A literatura médica, especialmente os tratados de teratologia, contém relatos desses gêmeos conjuntos desde o século 12. Aproximadamente metade dos gêmeos conjuntos é natimorta e apenas 25% vive além da infância. Curiosamente, não sabemos exatamente as causas desse fenômeno embriológico. Duas hipóteses opostas foram postuladas para explicá-lo. De um lado, temos a proposta de divisão incompleta, que é a mais antiga. Do outro, temos a hipótese de separação completa e posterior fusão parcial das massas celulares. Obviamente, ambas podem ocorrer em casos diferentes. A união dos gêmeos pode ser pelo tórax, abdome, pelve e mesmo pela cabeça. Nesses casos, os gêmeos recebem a nomenclatura arcana de toracópagos, onfalópagos, pigópagos e cefalópagos, respectivamente. Preservar a identidade de cada um não quer dizer formar filhos inimigos, inclusive porque os gêmeos já têm uma integração natural, que pode ser reforçada ou atenuada, mas isso depende da conduta deles. O que precisa ser igual é o carinho da família para cada um. Ambos devem ser tratados com o mesmo amor e devem ser cobrados da mesma forma.Cuidados em dose dupla, tripla com filhos gêmeos:
Na gestação o pré-natal deve ser rigoroso, pois há incidências maiores de bebês prematuros quando são gêmeos;
Não forme conceitos a respeito dos bebês, como "um é levado, o outro é quietinho";
Não faça comparações entre os irmãos gêmeos, isso pode gerar melancolia e disputa;
Avalie se há possibilidade de amamentá-los ao mesmo tempo, se não for possível, peça auxilio de alguém para ficar e acarinhar o bebê;
Dividir com o pai o maior número de atividades, banho, trocas, assim ele passa a integrar-se mais com os bebês;
Não deixe de descansar, dormir e alimentar-se bem;
Reconheça as semelhanças e valorize as diferenças dos irmão gêmeos;
Procure evitar roupas, brinquedos e atividades iguais, oriente a escolha dos filhos gêmeos;
Assim que souber do nascimento de gêmeos, vale replanejar o orçamento, as despesas serão dobradas.
Gêmeos são crianças nascidas no mesmo parto, ou seja, da mesma mãe e geralmente no mesmo dia. Formalmente eles podem ser de dois tipos:
• Gêmeos monozigóticos, também chamados de idênticos ou univitelinos, são produto da fertilização de um único óvulo, com posterior divisão do zigoto. Esses gêmeos são sempre do mesmo sexo e, de maneira geral, muito parecidos, chegando ao ponto de serem indistinguíveis. Eles têm genomas iguais.
• Gêmeos dizigóticos, também chamados fraternos ou bivitelinos, são produto da fertilização de dois óvulos diferentes no mesmo ciclo ovariano. Esses gêmeos podem ser do mesmo sexo ou de sexos diferentes e são tão parecidos quanto dois irmãos quaisquer. Geneticamente eles têm em média 50% de compartilhamento genômico.
A humanidade sempre teve enorme fascínio pelos gêmeos, tecendo histórias mitológicas nas quais eles aparecem como conectados de forma especial, parceiros, metades de um todo que se completa, ou até opostos e antagônicos. Eles são paradigmas tanto do igual como do diferente.
Por exemplo, no mito de criação do Egito antigo, o deus da terra Geb e a deusa dos céus Nut eram gêmeos, e também amantes, em eterno abraço. Da união deles nasceram Ísis e Osíris, os mais populares deuses egípcios.
Um mito semelhante aparece na saga dos Volsung da mitologia nórdica, magistralmente contada por Richard Wagner (1813-1883) em sua ópera As Valquírias, parte de O anel dos Nibelungos (curiosamente uma trilogia de quatro óperas, já que a primeira, O ouro do Reno, é, formalmente, um prelúdio apenas). Sigmundo e Sieglinda são irmãos gêmeos que, sem saber disso, tornam-se amantes e geram Siegfried, que irá, ultimamente, por meio de sua relação amorosa com Brunhilda, causar o crepúsculo dos deuses e a ruína do palácio de Valhala. E é exatamente a destruição dos deuses que vai permitir a emergência dos humanos como a força dominante na Terra – uma bela lenda humanista.
Muitos outros pares de gêmeos aparecem na mitologia e conquistam o imaginário popular. Entre eles, podemos destacar Castor e Pólux, lendários personagens gregos, atualmente as estrelas mais brilhantes da constelação de gêmeos (Gemini), um dos doze signos do zodíaco (de 21 de maio a 21 de junho), e também Rômulo e Remo, fundadores de Roma.
Literariamente, inúmeras estórias abordam os gêmeos, sendo comum o tema das confusões geradas pela semelhança fisionômica entre eles. William Shakespeare (1564-1616) conseguiu colocar duas duplas de gêmeos idênticos em uma única peça, apropriadamente chamada A comédia dos erros.
Distinguindo os tipos de gêmeos
A frequência do nascimento de gêmeos varia consideravelmente em diferentes populações: vai de cerca de 1% dos nascimentos nos países europeus a mais de 4% na Nigéria. A explicação para essa diferença apareceu após a invenção de uma simples maneira de calcular qual proporção dos gêmeos é monozigótica e qual é dizigótica.
O chamado Método de Weinberg baseia-se no fato de que gêmeos dizigóticos são metade das vezes de sexos diferentes e metade de sexo igual. Assim, a frequência de gêmeos monozigóticos pode ser estimada diminuindo-se do total o dobro do número de gêmeos de sexos diferentes. Quando isso foi feito, constatou-se algo muito interessante: a proporção de gêmeos idênticos é mais ou menos uniforme em todos os continentes e países (cerca de 0,4%), enquanto o que varia é a magnitude dos gêmeos fraternos. Na coluna do mês que vem entrarei em mais detalhes sobre o significado dessa observação.
Alguns leitores podem indagar se é possível usar o exame da(s) placenta(s) e das membranas fetais para estabelecer a zigosidade de gêmeos. Sabemos que o feto humano, que está ligado ao útero pela placenta, é envolvido por uma membrana amniótica (âmnio), que, por sua vez, é circundada por outra membrana chamada cório. Após o nascimento, todas essas estruturas são expulsas do útero e podem ser estudadas.
Inevitavelmente, todos os gêmeos dizigóticos terão dois âmnios e dois córios. Mas os gêmeos monozigóticos terão somente um âmnio e um cório? Não. Se há apenas um âmnio e um cório (gravidez monoamniótica e monocoriônica) podemos ter certeza que os gêmeos são monozigóticos, mas isso só é visto em cerca de 5% dos casos.
De maneira geral, se a separação e implantação dos gêmeos idênticos é mais tardia, podemos ter dois âmnios e um cório (52%) ou dois âmnios e dois córios (43%). Assim, o estabelecimento do número de córios é de muito pouca valia. Além disso, a análise de membranas é complexa, pois frequentemente elas se colam uma na outra e podem parecer uma só. A análise do número de placentas é igualmente pouco útil, pois é comum gêmeos fraternos terem uma única placenta.
Impressões digitais de DNA idênticas (DNA fingerprints) demonstram com certeza absoluta que dois gêmeos são monozigóticos. Imagem do autor, obtida com a sonda multilocal F10.
Felizmente, o DNA resolve de uma vez por todas esse problema. Na coluna de outubro de 2006 eu escrevi: “Cada genoma humano é único – com exceção de gêmeos monozigóticos, nunca existiram nem vão existir na humanidade dois genomas iguais.” Como hoje em dia o DNA permite estabelecer no laboratório a singularidade do genoma humano, podemos rapidamente resolver com 100% de confiabilidade o problema dos gêmeos: os monozigóticos têm perfis de DNA idênticos; os dizigóticos têm perfis de DNA diferentes (ver figura).
A importância prática principal de saber a zigosidade de gêmeos refere-se principalmente a transplantes de órgãos e tecidos. Enxertos entre gêmeos univitelinos têm 100% de chance de sucesso, porque eles são geneticamente idênticos. Também, filhos de gêmeos monozigóticos são geneticamente equivalentes a meio-irmãos, enquanto filhos de gêmeos dizigóticos são primos em primeiro grau, fatos que podem vir a ter importância para a família.
Curiosidades sobre os gêmeos monozigóticos
Ocasionalmente gêmeos monozigóticos nascem unidos por partes do corpo. A literatura médica, especialmente os tratados de teratologia, contém relatos desses gêmeos conjuntos desde o século 12. Aproximadamente metade dos gêmeos conjuntos é natimorta e apenas 25% vive além da infância. Curiosamente, não sabemos exatamente as causas desse fenômeno embriológico. Duas hipóteses opostas foram postuladas para explicá-lo. De um lado, temos a proposta de divisão incompleta, que é a mais antiga. Do outro, temos a hipótese de separação completa e posterior fusão parcial das massas celulares. Obviamente, ambas podem ocorrer em casos diferentes. A união dos gêmeos pode ser pelo tórax, abdome, pelve e mesmo pela cabeça. Nesses casos, os gêmeos recebem a nomenclatura arcana de toracópagos, onfalópagos, pigópagos e cefalópagos, respectivamente. Preservar a identidade de cada um não quer dizer formar filhos inimigos, inclusive porque os gêmeos já têm uma integração natural, que pode ser reforçada ou atenuada, mas isso depende da conduta deles. O que precisa ser igual é o carinho da família para cada um. Ambos devem ser tratados com o mesmo amor e devem ser cobrados da mesma forma.
Cuidados em dose dupla, tripla com filhos gêmeos:
Na gestação o pré-natal deve ser rigoroso, pois há incidências maiores de bebês prematuros quando são gêmeos;
Não forme conceitos a respeito dos bebês, como "um é levado, o outro é quietinho";
Não faça comparações entre os irmãos gêmeos, isso pode gerar melancolia e disputa;
Avalie se há possibilidade de amamentá-los ao mesmo tempo, se não for possível, peça auxilio de alguém para ficar e acarinhar o bebê;
Dividir com o pai o maior número de atividades, banho, trocas, assim ele passa a integrar-se mais com os bebês;
Não deixe de descansar, dormir e alimentar-se bem;
Reconheça as semelhanças e valorize as diferenças dos irmão gêmeos;
Procure evitar roupas, brinquedos e atividades iguais, oriente a escolha dos filhos gêmeos;
Assim que souber do nascimento de gêmeos, vale replanejar o orçamento, as despesas serão dobradas.
Citação de Zilar em setembro 12, 2022, 3:23 pmNo estádio do espelho,Lacan aborda a constituição do eu através do outro,ou seja o grande A.
No estádio do espelho,Lacan aborda a constituição do eu através do outro,ou seja o grande A.
Citação de RenanFernandes em setembro 13, 2022, 3:12 pmO menino se reflete no irmão, observando escolhas e comportamentos, se espelha de uma forma que induz às escolhas e atitudes dele, o vê como um exemplo a se seguir.
O menino se reflete no irmão, observando escolhas e comportamentos, se espelha de uma forma que induz às escolhas e atitudes dele, o vê como um exemplo a se seguir.
Citação de RenanFernandes em setembro 13, 2022, 3:15 pmO menino se reflete ao irmão, como um exemplo a se seguir. Vê às atitudes e escolhas do irmão, e vê como um caminho.
O menino se reflete ao irmão, como um exemplo a se seguir. Vê às atitudes e escolhas do irmão, e vê como um caminho.
Citação de Carlos Alberto Fernandes em setembro 14, 2022, 1:21 pmEle ao olhar para o espelho percebeu a falta de interação, se sentiu assustado, vazio, desamparado, e corre pra buscar resposta com a mãe.
Ele ao olhar para o espelho percebeu a falta de interação, se sentiu assustado, vazio, desamparado, e corre pra buscar resposta com a mãe.
Citação de Karla Thami em setembro 14, 2022, 2:38 pmNeste caso, precisa ser trabalhado o processo de individualização em gêmeos pois necessitam separar-se não apenas da mãe, mas também do
irmão gêmeo.
Isso vai contribuir diretamente para vários setores da vida.
Desenvolver o EU individualmente, suas características e personalidades precisam ser tratadas separadamente e não como se fossem a mesma pessoa.
Neste caso, precisa ser trabalhado o processo de individualização em gêmeos pois necessitam separar-se não apenas da mãe, mas também do
irmão gêmeo.
Isso vai contribuir diretamente para vários setores da vida.
Desenvolver o EU individualmente, suas características e personalidades precisam ser tratadas separadamente e não como se fossem a mesma pessoa.
Citação de Luis Fernando Barbosa Cunha em setembro 14, 2022, 7:26 pmVejo que ao se olhar no espelho ele analisa ainda que por pouco tempo a sua pequena imagem é nisso lembra de seu irmão.
Vejo que ao se olhar no espelho ele analisa ainda que por pouco tempo a sua pequena imagem é nisso lembra de seu irmão.
Citação de Carlosh em setembro 15, 2022, 6:57 pmEm relação os gêmeos provavelmente uma criança vai sentir oque a outra senti, por se identificar com o outro e achar que por ter semelhanças ao outro tem que ser sempre igual, a figura da mãe pode ajudar a criança a construir o seu eu e diferenciar do seu irmão.
Em relação os gêmeos provavelmente uma criança vai sentir oque a outra senti, por se identificar com o outro e achar que por ter semelhanças ao outro tem que ser sempre igual, a figura da mãe pode ajudar a criança a construir o seu eu e diferenciar do seu irmão.
Citação de Genival Souza Filho em setembro 16, 2022, 12:49 amA condução identitária dos irmãos pela família, fez com que, até aquele instante (muito provavelmente ambos) não se reconhecessem entre si, por si, considerando-se mera extensão de uma mesma unidade, ao passo que o momento de separação não é percebido como sendo mais do que uma interrupção na formatação do ser unitário.
A condução identitária dos irmãos pela família, fez com que, até aquele instante (muito provavelmente ambos) não se reconhecessem entre si, por si, considerando-se mera extensão de uma mesma unidade, ao passo que o momento de separação não é percebido como sendo mais do que uma interrupção na formatação do ser unitário.