Desafio - Módulo II
No caso apresentado um dos garotinhos não consegue distinguir a sua imagem no espelho da pessoa do irmão gêmeo. Ele não consegue identificar-se, reconhecendo seu reflexo no espelho, porque a criança constrói a imagem de si mesma a partir das interpretações e mensagens do Outro — pais, cuidadores, linguagem — que vão sendo incorporadas e moldam o seu modo de estar no mundo. A família, amigos, professores, todos, confundiam os irmãos gêmeos portanto, não havia mensagens do Outro que sustentassem a imagem que o garoto tinha de si mesmo.
Há uma extensão clara entre um irmão e outro, como se a presença do outro não tivesse como ser dissociada, como nossa imagem no espelho. Como cresceram e viveram juntos o tempo todo, há uma sensação de posse, pertencimento, mesmo que inconsciente.
O irmão gêmeo ver a imagem do seu irmão, porém ele não sabe que essa mesma imagem que ele ver no irmão, é a sua própria fisionomia, ao olhar no espelho ele enxerga o irmão, mais não se ver nessa imagem.
tendo assim emoções conflituosas.
Na construção da imagem pessoal do gêmeo que ficou em casa, pode não ter sido fomentada a individualidade de cada um dos irmãos e contribuiu para o fato da criança acreditar que o irmão na verdade não é outra pessoa e sim um reflexo de si.
O amadurecimento afetivo-emocional implica o desenvolvimento da própria
individualidade. Todavia, o processo de individualização em gêmeos é mais complexo do que
o vivenciado por singulares, pois necessitam separar-se não apenas da mãe, mas também do
cogêmeo. O processo de individualização dos gêmeos é
complexo e ainda pouco compreendido. Todavia, a
maneira como os pais identificam os cogêmeos, buscam perceber as características próprias de cada um e
atender às necessidades individuais desde o início da
vida parece ser o aspecto mais significativo para favorecer o processo de individualização.
O espelho se refere a esse reflexo no outro que determina sua visão de si. Como são gêmeos, o ambiente é o mesmo — as crianças por perto, a escola e outros eventos sociais. Porém, os gostos, desgostos e afeições passam a definir o eu. A infância, por certo, auxilia nesse processo, sendo a competitividade presente, com o desejo de ser diferente e melhor, segundo o entendimento infantil
A situação proposta é uma exemplificação de como a imagem pessoal é construída em um indivíduo em desenvolvimento, comprovando que mesmo que ele reconheça a própria imagem por meio do espelho, ele não sabe exatamente quem é e, somente com o suporte de outro (no caso, a mãe) é que ele perceberá que aquela imagem refletida é própria e não de seu irmão.
Daí depreende-se que a maturação de um indivíduo se dá pelo suporte do outro, como no exercício proposto: uma criança defronte ao espelho que sempre obteve uma "resposta autônoma" de seu irmão, confunde-se por não obtê-la como de costume e pela interseção da mãe que o "apresenta" no espelho a fim de que a partir daquele momento ele reconheça a si em outras situações, principalmente na ausência de seu irmão gêmeo.
O irmão que ficou em casa ainda não teve a real percepção do que seria um espelho, então ele achou que a sua projeção se tratava do seu irmão idêntico, o que fez com que sua mente se tranquilizasse por estar com a condição que ele está acostumado. Quando não foi atendido no pedido para uma brincadeira, novamente se viu "desamparado". A mente dele, ainda em formação, não foi capaz de buscar alternativas para a sua necessidade de afirmação e a sua satisfação do momento, e acabou recorrendo ao que conhecia (o seu "irmão" refletido). Sua mente, quando não encontrou a resposta adequada, ficou confusa e irrequieta. Felizmente, a mãe apareceu e orientou a mente dele para o equilíbrio que a situação exigia
Eu imagino que isso foi muito mais confuso para a mãe, do que propriamente o menino, pois em sua cabeça, Ele tinha a certeza de que era seu irmão.
Claro que isso é mais para uma atividade, pois eu duvido muito isso aconteceria na realidade, porem pode acontecer. Bom, essa imagem, não é dificil de ser explicada: Na imagem em questão, ninguem conseguia diferenciar os dois irmãos, e pelo jeito, nem eles mesmos. A ponto de pensar que o reflexo do espelho era o irmão. Acredito que após tudo isso, sua mãe simplesmente o explicou que era um espelho e não o seu irmão. Então quem sabe foi nesse momento que ele descobriu que ele e seu irmão tem o mesmo rosto !
acredito que até então , ele pensava que o irmao dele era de um jeito e ele de outro. Interessante e talvez confuso. quem sabe para a criança esse momento foi surreal !
Considerações sobre o caso dos Gêmeos idênticos:
A situação ilustra a complexidade do desenvolvimento psíquico em gêmeos, onde a construção da identidade individual se entrelaça com a relação com o outro idêntico.
A formação do eu se dá por um processo de individuação e diferenciação. Em gêmeos, essa diferenciação pode ser complexa, pois muitas vezes compartilham não apenas características físicas, mas também experiências e relacionamentos. A psicanálise enfatiza que a identidade é construída em relação ao outro, e gêmeos podem viver uma dinâmica de comparação e rivalidade.
Pode haver uma dificuldade na mãe em espelhar individualmente cada gêmeo, o que impacta a construção do "si-mesmo" de cada um.
A ausência do irmão e a percepção de que ele não quer brincar podem gerar uma angústia que leva a criança a buscar no reflexo uma forma de interação e de reafirmação de sua existência, mesmo que ainda não consiga distinguir plenamente sua imagem da do irmão.