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Desafio - Módulo VI

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No estudo da psicanálise, o ego tem como função principal mediar os impulsos do id, as exigências do superego e a realidade externa. Quando os conflitos internos se tornam intensos, surgem os mecanismos de defesa, que operam de forma inconsciente para proteger o sujeito da angústia e manter certo equilíbrio psíquico.

No caso de Laura, que se encontrava no período de latência (6 a 11 anos), observamos a presença de um impulso de inveja e ciúme em relação ao irmão recém-nascido. Diante da dificuldade de lidar conscientemente com esse afeto, a criança passou a criar um jogo imaginário, atribuindo a si mesma o papel de um “mágico”, capaz de influenciar e transformar o mundo ao seu redor.

Esse comportamento evidencia o uso do mecanismo de defesa da fantasia. Ao invés de confrontar o sentimento de inveja ou hostilidade em relação ao irmão, Laura canaliza o impulso para o campo da imaginação, transformando a realidade dolorosa em um cenário onde ela ocupa um lugar de poder e controle. A fantasia, nesse contexto, atua como recurso psíquico que possibilita aliviar a tensão interna, preservando a integridade do ego.

Assim, podemos compreender que, ao se utilizar desse mecanismo, a criança encontra uma forma simbólica de lidar com afetos difíceis, revelando como o ego opera na articulação entre desejos inconscientes e exigências do ambiente social e familiar.

Consequências se o caso não for enfrentado

  1. Fixação do sintoma: a fantasia pode deixar de ser apenas lúdica e se tornar uma forma recorrente de fuga da realidade, dificultando a elaboração dos afetos.

  2. Comprometimento das relações familiares: os sentimentos de ciúme e inveja não elaborados podem se cristalizar em ressentimento e rivalidade com o irmão.

  3. Impacto no desenvolvimento emocional: a dificuldade em lidar com frustrações pode gerar insegurança, baixa autoestima ou tendência a isolar-se em mundos imaginários.

  4. Risco de formação de sintomas neuróticos: como repressão excessiva, ansiedade ou comportamentos compensatórios na adolescência e vida adulta.

    Caminhos a tomar para solução

    1. Elaboração do afeto reprimido: ajudar a criança a reconhecer os sentimentos de ciúme e inveja como parte do processo de desenvolvimento, diminuindo a carga de culpa associada.

    2. Fortalecimento do ego: oferecer recursos simbólicos para que Laura desenvolva maior capacidade de lidar com frustrações e conflitos.

    3. Mediação familiar: envolver os pais no processo, favorecendo uma dinâmica mais equilibrada entre os filhos, evitando comparações ou reforço da rivalidade.

      Possíveis técnicas psicanalíticas

      1. Brinquedoteca/ludoterapia: uso do brincar como via de acesso ao inconsciente, possibilitando a expressão simbólica dos sentimentos reprimidos.

      2. Interpretação das fantasias: o analista pode ajudar a criança a compreender o significado subjacente de seu jogo imaginário, favorecendo a elaboração dos afetos.

      3. Associação lúdica livre: semelhante à associação livre em adultos, mas adaptada ao contexto infantil, permitindo que ela expresse livremente imagens, histórias e jogos.

      4. Desenho e produção simbólica: técnica projetiva que facilita o contato com conteúdos inconscientes.

      5. Trabalho com os pais: orientação psicanalítica para que compreendam os sentimentos da filha e favoreçam um ambiente menos propício ao surgimento de rivalidades intensas.Em resumo: se o caso não for enfrentado, os sentimentos de Laura podem cristalizar-se em conflitos duradouros. O enfrentamento, por meio das técnicas psicanalíticas, busca dar voz a esses afetos, elaborá-los simbolicamente e fortalecer o ego da criança para lidar com suas emoções.

O que descreve aponta o uso do mecanismo de defesa da fantasia (também compreendida como forma de realização de desejo).

Na fase de latência, diante de sentimentos de inveja e ciúmes do irmão recém-nascido, Laura recorre à imaginação  mágica e à onipotência como forma de lidar com o conflito interno. Ao se colocar como uma "magica com superpoderes capaz de transformar o mundo", ela desloca e sublima seu afeto hostil em uma produção fantasiosa, criando uma realidade psíquica que a protege da angústia.

Portanto, o mecanismo presente é a fantasia onipotente, típica do período infantil, funcionando como recurso defensivo de sentimentos difíceis de elaborar na realidade.

O mecanismo que está sendo expresso é a Fixação, que pode ser representada parcialmente de forma inconsciente, em fases de adaptação ao novo, como também, dependendo da intensidade, frequência e rigor podem se transformar em patologias. Fixação está na origem das repressões/recalques, num estágio do desenvolvimento da personalidade, podendo apresentar características obsessivas e/ou manifestar neuroses obsessivo-compulsiva.

“A regressão, em psicanálise e psicologia, é o recuo do ego, fugindo de situações de conflitos atuais para o estágio anterior. Um exemplo é quando um adulto volta a um modelo infantil, no qual se sentia mais feliz e mais protegido. Assim, a infatilização é uma forma de regressão que protege o ego do encontro com as dificuldades do mundo adulto.“

 

O impulso de inveja pelo irmão não aparece de forma direta, mas ele é ocultado e substituído por um jogo imaginário, onde ela pode transformar o mundo. Assim, revela-se o uso do recalque, pois o afeto inaceitável é afastado da consciência e retorna de forma disfarçada, em uma brincadeira fantasiosa. Assim, o ego de Laura a protege do conflito interno, ao mesmo tempo em que permite que o conteúdo recalcado se expresse indiretamente na sua brincadeira.

  • Laura usou os mecanismos de defesa do ego, denominados negação é então a dissociação.

Nessa ocasião Laura gera um mecanismo de defesa

No caso da Laura, percebemos o uso de mecanismos de defesa do ego, principalmente a formação reativa e a fantasia. Ela sente muita inveja do irmão recém-nascido, mas não consegue expressar esse sentimento diretamente. Para lidar com isso, cria um jogo imaginário em que se torna um mágico capaz de influenciar o mundo. Assim, ela transforma um impulso difícil de aceitar em algo mais seguro e criativo, usando a imaginação para lidar com a ansiedade e os conflitos internos sem ameaçar sua relação com o irmão ou sua própria autoimagem.

A menina esta com mecanismo de defesa ´Fantasia´, ela cria um cenário onde ela se sente protegida, onde ela é a atracao principal e náo precisa disputar espaco . O ciiumes pelo irmão, a leva a ´criar´esse mundo imaginario onde ,para ela,não há disputas

Recalcamento (ou Repressão)
  • Inconsciente: 
    Ocorre de forma involuntária, sem que a pessoa perceba. 

  • Mecanismo de defesa: 
    O ego o utiliza para proteger a pessoa de conteúdos que causam sofrimento, como desejos, pensamentos ou lembranças inaceitáveis. 

  • Para o inconsciente: 
    O conteúdo perturbador é "empurrado" para o inconsciente, mas não é eliminado, apenas afastado da consciência. 

  • Manifestação: 
    Os conteúdos recalcados podem se manifestar por meio de angústias, sintomas neuróticos ou atos falhados. 

Supressão 

  • Consciente: 
    É a ação voluntária de evitar pensar em algo, sendo uma escolha consciente da pessoa.
  • Diferença do recalque: 
    Diferente do recalque, a supressão envolve o esforço consciente do indivíduo em afastar um pensamento ou sentimento da sua atenção, mas sem que ele seja empurrado para o inconsciente.
Dissociação
  • Afetações: 
    Afetos podem ser deslocados para pensamentos ou eventos através de mecanismos inconscientes que Freud chamou de dissociação, recalque e supressão. 

  • Não é recalque: 
    A dissociação se distingue do recalque por não envolver a manutenção dos conteúdos perturbadores no inconsciente, mas sim sua separação da consciência de forma mais direta. 
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