Desafio - Módulo VII
A mídia tende a reforçar as imagens como reais, na maioria das vezes o real confundisse com o imaginário, dando vazão a fantasia.
Todo cuidado é nem vindo, quando se trata de imagem, para não ser apenas ilusório.
O contexto em que a imagem é veiculada desempenha um papel crucial. Por exemplo, uma imagem apresentada em um meio de comunicação confiável ou acompanhada de uma narrativa coerente pode ser percebida como mais real. A capacidade do receptor em filtrar e interpretar a imagem com base em seu conhecimento e experiência também influencia essa percepção.
Em termos psicológicos, as imagens que evocam emoções fortes ou que estão alinhadas com as crenças e expectativas do observador podem ser vistas como mais "reais". O poder apelativo das mídias e a incapacidade de se buscar os fatos também podem fazer com que determinadas imagens sejam aceitas como reais sem questionamento crítico.
Portanto, a imagem veiculada como "real" é aquela que, através de sua apresentação e contexto, consegue convencer o observador de sua autenticidade e relevância.
O trágico incidente relatado na reportagem do G1 em 2014, onde Fabiane Maria de Jesus foi morta após a veiculação de uma notícia falsa na internet, destaca o perigo das fake news e como elas podem incitar comportamentos violentos. No caso de Fabiane, ela foi erroneamente identificada como sequestradora de crianças para rituais de magia negra, o que levou a uma reação violenta da comunidade.
Vários fatores podem levar as pessoas a agir com base em notícias falsas:
• Desinformação: A falta de verificação de fatos e a propagação rápida de informações não confirmadas podem levar as pessoas a acreditar e agir com base em notícias falsas.
• Emoções intensas: Notícias falsas muitas vezes provocam medo, raiva ou indignação, o que pode levar a reações impulsivas e, às vezes, violentas.
• Efeito de manada: Quando muitas pessoas compartilham ou acreditam em uma informação, isso pode criar uma pressão social para que outros também acreditem e ajam de acordo.
• Polarização: Em um ambiente polarizado, as pessoas podem estar mais inclinadas a acreditar em informações que confirmem suas crenças pré-existentes, mesmo que sejam falsas.
• Anonimato e despersonalização: A internet pode proporcionar um senso de anonimato que faz com que as pessoas se sintam menos responsáveis por suas ações.
No caso específico de Fabiane, a notícia falsa foi compartilhada em uma rede social, o que contribuiu para a rápida disseminação do boato e a subsequente tragédia. A família de Fabiane lutou por indenização, alegando que o Facebook foi omisso ao manter a publicação do vídeo em que mostra a vítima sendo espancada. Este caso ressalta a importância da responsabilidade individual e coletiva na verificação de informações antes de compartilhá-las, bem como a necessidade de plataformas de mídia social em monitorar e controlar a disseminação de conteúdo potencialmente prejudicial.
A imagem tida como real se relaciona com a credibilidade e construção da mensagem. O aspecto interacional entre mais pessoas que também dão credibilidade, podem aumentar as chances da mente interpretar como ainda mais real. A construção coletiva acrescenta ainda mais credibilidade, embora também, pode acontecer de variar as interpretações.
Os moradores tomaram a notícia como real, pois acreditaram na notícia falsa sem antes questionarem ou terem a plena certeza se aquela mulher mostrada na imagem era realmente a mulher certa.
Traços de semelhança. Cuidado com o que posta nas redes sociais
O QUE PODE SE DAR A UMA IMAGEM REAL SER MAIS REAL QUE OUTRAS É O PODER DE CIRCULAÇÃO DESSA IMAGEM OU AVAL INSTITUCIONAL QUE ELA RECEBE. A CIRCULAÇÃO É VALIDADA PELO SENSO COMUM, QUE DÁ AS REDES SOCIAIS O CARÁTER DE REAL. AS INSTITUIÇÕES VALIDAM PELO SEU CARÁTER STATUS NA REPRODUÇÃO SOCIAL, COMO O CASO DAS IMAGEM DE RECONHECIMENTO FACIAL OU RETRATO FALADO USADOS PELA JUSTIÇA E PODER POLICIAL. NÃO SEM EQUÍVOCOS, AMBOS NÃO CORRESPONDEM À REALIDADE E PRODUZEM ENGANOS.
Esse caso concreto e trágico, destaca a complexidade e os perigos das interpretações visuais na sociedade. O retrato falado (pré-fotográfico) pode ser uma construção imaginária que entra no simbólico e é interpretada como real, enquanto a mulher real sofre as consequências no registro do Real, onde a dor e o trauma não podem ser simbolizados ou facilmente resolvidos. O fato ocorrido ilustra como as imagens podem ser mal interpretadas e manipuladas, levando a enganos que têm efeitos devastadores na vida real das pessoas.
Com tanta tecnologia oferecida hoje pela mídia e a rapidez como são apresentadas Infelizmente não passam pela verificação. Vemos que às informações e os meios que são apresentados não passam pela peneira da verificação. O caso apresentado demonstra uma interpretação errada ds imagem. A mulher tinha uma aparência semelhante. E por que não verificar antes? Já passam para a agressão. Isso está acontecendo todos os dias com imagens montadas e notícias falsas. Precisamos de uma política mais rígida e também uma formação mostrando a responsabilidade e o compromisso com a verdade.
É necessário o senso crítico e dissociação entre o mundo das redes sociais e a realidade em si, problemas de moral e ética que muitas vezes não são discutidos com a popularização das redes.
Nas redes sociais, uma realidade se afirma, porém em contraponto com o mundo real, muitos conflitos acontecem por as pessoas não dissociarem o que é mundo virtual x mundo real, e assim muitos conflitos para o mundo real se colocam em cheque.
É necessário também a regulamentação da internet, onde calúnias e crimes virtuais não passem irresponsabilizados.
A tragédia envolvendo Fabiane Maria de Jesus é um exemplo doloroso de como informações disseminadas nas redes sociais podem ter consequências trágicas. Vamos explorar os aspectos que podem tornar uma imagem mais “real” ou convincente e, em seguida, discutir a relação com a psicanálise.
Características de uma Imagem Veiculada como Real:
Contexto e Autenticidade: As pessoas tendem a acreditar em imagens que se encaixam em um contexto familiar ou que parecem autênticas. No caso de Fabiane, o retrato falado foi criado por policiais, o que lhe conferiu uma aparência de autoridade e credibilidade.
Emoções e Histórias Pessoais: Imagens que evocam emoções fortes ou estão ligadas a histórias pessoais têm maior impacto. A história de Fabiane, confundida com uma sequestradora, gerou medo e indignação, tornando a imagem mais “real” para muitas pessoas.
Repetição e Amplificação: Quando uma imagem é compartilhada repetidamente e amplificada por outros usuários, ela ganha legitimidade. No caso de Fabiane, a disseminação nas redes sociais aumentou sua percepção como uma ameaça real.
Relação com a Psicanálise:
A psicanálise explora o inconsciente e os processos mentais subjacentes. No contexto das redes sociais, podemos considerar:
Projeção: As pessoas projetam seus medos e ansiedades em imagens e histórias. Fabiane, erroneamente identificada como sequestradora, pode ter ativado esses mecanismos de projeção.
Identificação: Os leitores que compartilharam a imagem podem ter se identificado com a vítima (Fabiane) ou com a mãe da criança, sentindo empatia e indignação.
Histeria Coletiva: A disseminação em massa de informações falsas pode criar histeria coletiva, levando a ações impulsivas e violentas, como o linchamento de Fabiane.
A percepção de uma imagem como “real” é influenciada por fatores psicológicos, sociais e contextuais. A tragédia de Fabiane Maria de Jesus nos lembra da responsabilidade que temos ao compartilhar informações nas redes sociais e da importância de verificar fontes antes de reagir de forma extrema.
A imagem tem um grande poder de persuação e ainda quando postada em determinadas redes sociais ganhão credibilidade porque a imagem sempre chamara a atenção
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