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Desafio - Módulo VII

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A questão é que a imagem veiculada é interpretada, em sua maioria, como real e verdadeira.

Há um princípio muito básico onde tudo pode acontecer, não podemos acreditar nas imagens, pois elas são enganosas

Percepção Visual e Realidade

A percepção de imagens como reais pode ter consequências surpreendentes. No exemplo notório  retratado aqui, que foi amplamente divulgado pela mídia, a consequência foi terrível, resultando na morte de uma pessoa inocente. A imagem, embora baseada em descrições vagas, foi tomada como real por muitas pessoas, levando a ações extremas e acusações infundadas. Isso ocorre porque as imagens têm o poder de criar uma narrativa visual que pode ser mais convincente do que a realidade. A falta de contexto e a exposição repetida podem levar os leitores a tomar a imagem como real, mesmo que seja uma representação parcial ou distorcida.

1- Existem algumas maneiras de enxergar a resposta pra essa primeira pergunta, mas acho que a que mais se enquadra seria : Uma imagem é mais “real” quando evoca afetos intensos (angústia, desejo, repulsa, fascínio).

2-  Por quê uma imagem veiculada por uma autoridade (mídia, ciência, religião) pode ser interpretada como “mais real” por estar respaldada por um discurso dominante.  Nesse caso, os canais digitais de relevância fizeram esse papel.

A contemporaneidade é marcada pela centralidade da imagem como mediadora da realidade. O avanço das tecnologias digitais e a expansão das redes sociais transformaram profundamente as formas de percepção, levando à confusão entre o real e o representado. Uma imagem é percebida como “real” ou “mais real que outras” não necessariamente por sua veracidade, mas pela forma como é apresentada, interpretada e compartilhada socialmente. Elementos como contexto, estética, repetição e associação com fontes aparentemente confiáveis reforçam sua credibilidade.

Nas redes sociais, os leitores tendem a acreditar fielmente nas mensagens e notícias veiculadas porque a comunicação digital cria laços de identificação emocional e confiança, especialmente quando os conteúdos confirmam suas crenças ou emoções. O ritmo acelerado das informações e a ausência de verificação crítica favorecem a disseminação de conteúdos falsos, configurando o fenômeno da pós-verdade. Segundo Baudrillard (1991), vivemos na era dos simulacros, em que as imagens não representam mais o real, mas o substituem.

Assim, compreender a relação entre imagem, verdade e percepção nas redes sociais é essencial para o desenvolvimento de uma postura crítica diante da mídia. A educação midiática e o estímulo ao pensamento reflexivo tornam-se ferramentas fundamentais para distinguir o que é informação autêntica do que é mera construção simbólica.

O caso de Fabiane Maria de Jesus, morta após a disseminação de um boato em rede social, ilustra de forma trágica o poder das imagens e a confusão entre o “real” e o “aparente” no mundo digital. Uma simples semelhança física com um retrato falado foi suficiente para gerar uma falsa identificação, transformando uma ficção coletiva em uma realidade violenta.

Esse episódio evidencia o quanto a credibilidade das imagens é moldada social e emocionalmente: muitas pessoas tomaram uma representação como verdade absoluta, sem reflexão crítica. A ausência de mediação simbólica — isto é, da linguagem, da cultura e do discernimento — fez prevalecer o imaginário distorcido, onde o medo e o julgamento substituíram o real.

Assim, o caso reforça a necessidade de desenvolver uma relação compreensiva com as imagens, entendendo que o olhar humano é sempre interpretativo. Em tempos de redes sociais, mais do que nunca, é preciso educar o olhar para não confundir o “parecer real” com o “ser real”.

As imagens são tomadas como real de acordo com a forma que a pessoa a inclui em sua vida ,nos dias atuais as pessoas vivem.mais da imagem do que o real

A imagem é apresentada como verdade, o fato.

Vai da interpretação de quem vê e do seu poder de influenciar o outro, que é o que geralmente acontece. Se alguém ver algo na internet e toma como verdade, ao compartilhar a notícia, pessoas que talvez o admira ou não tem senso crítico, acaba tomando também como verdade absoluta, criando uma teia de alienados prestes a fazer uma besteira

1 - Uma imagem é percebida como “real” quando produz uma ilusão de verdade, ou seja, quando aparenta ter sido captada de forma espontânea, sem manipulação, transmitindo uma sensação de autenticidade e proximidade com a vida cotidiana. Elementos como fotos amadoras, vídeos com baixa qualidade, expressões emocionais e o contexto social da postagem reforçam essa percepção de veracidade. O público tende a associar o visual “cru” e informal à realidade, esquecendo que toda imagem é uma forma de representação e não a realidade em si.

 

2- Os leitores acreditaram na imagem e na notícia porque as redes sociais criam um ambiente de validação coletiva, onde o compartilhamento em massa faz parecer que algo é verdadeiro apenas por circular amplamente. Além disso, há uma tendência psicológica de confiar no que desperta emoção imediata, como medo ou indignação. A ausência de verificação crítica e o desejo de pertencer a um grupo que “descobre a verdade” também reforçam a aceitação acrítica dessas informações. Assim, a combinação entre emoção, urgência e repetição transformou o boato em “verdade” para muitos.

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