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Desafio - Módulo V

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A autoanálise é um exercício muito proveitoso, inclusive quando vem junto da nossa escrita, colocar tudo sobre nossa biografia nas linhas de um caderno nos faz refletir e resgatar quem somos em essência, onde nos perdemos e precisamos resgatar dentro de nós o que se perdeu. Nesse processo sentimos um misto de sentimentos dentre eles: alegria, tristeza, angústia, ansiedade, saudades, etc. Após colocar tudo para fora, você começa a observar uma forte ligação entre infância e vida adulta, detecta medos, inseguranças, fortaleza, bravura entre outros sentimentos que foram superados ou não, e ficaram apenas esquecidos pelo inconsciente através do "recalque".

Muita tristeza e angústia. Sou fruto dos traumas da infância de pais narcisistas.

Por toda minha vida adulta, tive como hábito analisar e relacionar minhas ações e reações diante de desafios. Tal comportamento me ajudou a trabalhar minhas inseguranças, na maioria das vezes pela necessidade de "me virar" em um ambiente com 8 filhos, um pai dedicado e calmo e uma mãe super atarefada e nervosa. No entanto, a situação me fez uma pessoa independente, talvez até demais, mas mesclando os dois opostos pai e mãe, acredito que pude criar um comportamento equilibrado.

A experiência da autoanálise em um primeiro momento provoca um pouco de medo, insegurança: o que podemos encontrar ou descobrir que existem em minhas memórias e que até podem brotar do meu inconsciente? Porém quando começamos a escrever chega até nós um sentimento de liberdade. Surge em nós um sentimento que seria como abrir as algemas para uma nova perspectiva. Hoje me vejo como uma pessoa alegre e feliz em busca de novos desafios.  Não deixo de fazer a autoanálise sempre pois assim sei que posso ser uma pessoa melhor no próximo dia.

Infelizmente boa parte das lembranças não eram felizes. Mas hoje compreendo que cada uma delas colaborou pra que eu estivesse onde e como estou, então tudo bem! Faz parte.

Clareza. Acho que a palavra que define o processo de autoanalise, trazemos clareza para quem verdadeiramente somos, para nossos traumas e feridas, pois é somente através da clareza que nos curamos e curamos os outros.

Fazer auto análise é encontrar consigo mesmo e,no momento de luto que vivo, me trouxe a presença de pessoas queridas, saudade de um tempo tão distante e ao mesmo tempo tão próximo porque vive em mim. É saber que existe uma dor que dói todo dia, e que chamamos saudade.

Percebi que tenho muita magoa da minha infância, da minha criaçao, do meu pai ausente e alcoólatra, da minha mãe negligente e infantil. Tive sim momentos bons na infância, mas no momento da escrita vieram apenas frustrações, rancor e tristeza. Chorei, me vitimizei e culpei meus pais (principalmente minha mãe). Ao final agradeci tudo o que  tenho hoje, a família estruturada que construi, o trabalho, a vida simples e feliz, a infância tranquila que estou podendo proporcionar ao meu filho e que toda criança deveria ter o direito de ter. As vezes é difícil revisitar o passado, mas ao mesmo tempo pode trazer muito alivio pro nosso coração.

A autoanálise é algo complexo, mas fazendo dessa forma, escrevendo livremente podemos perceber muitas alegrias, medos, raiva e constrangimento de momentos difíceis que ficaram adormecidos em nosso inconsciente. Uma das coisas que me marcaram muito foi a minha repetência de série na minha infância (2ª série e 5ª série), eu tinha problemas para compreender a matemática. Isso me causou vergonha por muitos anos em minha vida, uma vez que, me causava constrangimentos, e pensamentos de fracasso.

Senti, analisando-me através da escrita, muitos autoenganos. A começar pelo fato de que eu pensava que "sabia" das coisas, isto é, um sujeito experiente. Mas percebo hoje que eram apenas falsas emulações das quais principiavam a imaginação, que dava um fácil acesso à criatividade, e esta somada ao jogo me dava inúmeras possibilidades de me divertir sozinho. Havia também, forçosamente, uma transferência que eu fazia sempre: transformar meu avô no meu pai ausente. O medo, a vergonha e a timidez eram as estruturas maléficas que constituíam meu serzinho. O medo era de ser zombado, porque me via de certa forma incapaz de diversas coisas; a vergonha em relação às conversas que ao meu ver eram tabus absolutos, embora sentisse dúvidas, não perguntava; timidez de confessar às menininhas minhas paixões juvenis a elas, de modo que eu fugia o tempo todo, temia expor meus sentimentos. Além disso, quando comecei a escrever escrevi: "Fui uma criança feliz." Seria o caso de um autoengano do qual só hoje me deparo? Será mesmo que fui feliz ou fiz essa síntese baseada nas partes "positivas" da minha infância? Enfim, há muito o que me descobrir!

Certamente, há muitos vestígios inconsciente entre o que vivi e o que sou. Há, claro, certas vontades reprimidas que foram realizadas, desconstrução de diversas ideias e comportamentos e perspectivas. Ainda hoje tenho alguns comportamentos infantis que não foram superados, mas noto-os e percebo como a minha criança interior se diverte, e eu, percebendo-me tenho que lutar contra isso, por que sei que é algo enganoso.

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