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Desafio - Módulo V

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Ao escrever a auto análise os sentimentos se misturaram: saudosismo, alegria, tristezas, impotência, amadurecimento precoce... tive uma infância difícil, meu pai era presente a ausente ao mesmo tempo (tomou dois tiros na cabeça, não faleceu e viveu até o ano de 2021). meus pais se separaram quando eu tinha 12 anos. Mas, como o filho mais velho, sempre vi muta violência dentro de casa. Culpava até Deus por não me dar um pai perfeito. Tive que trabalhar desde cedo, aos 6 anos, e trabalho até hoje.

Meu pai faleceu em 2021, e até esse ano, eu não o perdoava por não ter sido meu pai, aquele que orientasse, conversasse... mas, veio a pandemia, e ao visitá-lo, veio um "insight" e eu disse a mim mesmo: como um homem desse poderia ter culpa de não ser o pai que eu quis? Ele não teve culpa de ser como foi. E ali pedi perdão a Deus, ao meu pai e a mim mesmo.

Sou pai de duas meninas. Acredito ter sido e sou para elas aquilo que pude ser em todos os campos.

Toda essa história, me fez um ser com uma doença grave, o alcoolismo, que por hora, está desativada. Houve uma virada de chave em minha vida: aconteceu o que eu menos esperava: a Metanoia. E desde então o meu estilo e modo de vida mudou.

A autoanálise é um processo difícil, mas necessário. À medida que vamos nos permitindo reviver memórias e sentimentos, tendemos a nos questionar a veracidade das nossas colocações... se estamos sendo fiéis às emoções e lembranças. Acredito que este é o foco principal da nossa busca. Ao fazer a autoanálise, revisitei lugares que me marcaram muito e pude enxergar a influência que a infância tem sobre o meu eu hoje. As lacunas que busco preencher... tudo é diretamente ligado ao passado.

Minha analise: minha infância foi boa, apesar de  não ter tido pai presente. mais tive avós presentes minha mãe, foi boa até meus 16 anos, ela fazia coisas que não erram corretas, virou minha inimiga, tentou me matar etc..... Perdoei ela antes de morrer, e no fim eu enterrei e dei um enterro digno a ela.

Foi uma experiência triste e cheia de auto-aversão, consegui identificar diversos padrões de comportamento e na minha constante necessidade de afeto.

Porém ainda não consigo me entender de forma plena.

Foi uma experiência estranha, um misto de sentimentos. Consigo notar minha inocência, o quanto minha mãe foi forte e também percebo que sempre busquei estar perto de pessoas que fizessem eu me sentir segura.

Minha infância teve seus altos e baixos, mas as partes boas prevalece. Foi difícil lembrar de algumas coisas, teve momentos em que me senti feliz e outros um pouco tristes.

Verdade, tristeza, angústia, alegria, descontração, a autoanálise permite que indivíduos avaliem seus pensamentos, sentimentos e comportamentos de forma objetiva, isso ajuda a identificar padrões crenças limitantes e áreas que precisam de melhoria, promovendo a compreensão mais profunda de si mesmo.

A minha reação foi estranha. Mas necessário.

Desde que iniciei o curso de psicanálise tenho tentado fazer pontes interpretativas entre os conteúdos e o que tenho como conceito de “eu”. Em muitos casos, com os conceitos básicos da psicanálise Freudiana, a citar: complexo de Édipo, narcisismo primário, pulsões de vida e morte, desejo de retorno a um estado original/inanimado, entre outros, consegui identificar alguns comportamentos negativos que tenho no meu eu do momento que são frutos de recalques em fases cruciais do crescimento. Minha relação com meus pais é emocionalmente precária e promove uma lacuna muito grande entre eu, meus sentimentos, e os objetos aos quais invisto minhas descargas pulsionais. Vejo que promovi desencontros emocionais que me geraram uma bagagem pesada de relacionamentos de amizade e românticos. Vejo também que meu ser ideal, idealizado por meus pais, devido a seus altos padrões de expectativas, me fizeram “camelar” e auto flagelar por anos, buscando uma perfeição utópica, desenvolvendo desde a adolescência, até meus 35 anos um quadro de Anorexia nervosa, entre outras oscilações emocionais esporádicas. Mas a maior lição foi passar a enfrentar a vida com o máximo de accountability, sem culpar o acaso, Deus, ou mesmo meus pais por meus fracassos, os assumo, os acolho como posso e traço uma rota de sublimação. Foram muitos ganhos até aqui. Muito grata por esse curso.

Uma sensação de saudade,tristezas e medos.

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