Desafio - Módulo V
Citação de Rafael em julho 2, 2025, 2:05 amO processo analítico da minha infância se deu, e vem se dando, há bastante tempo. Antes mesmo de eu se quer pensar em ingressar na Psicanálise. Sempre tive uma relação boa e, até certo ponto, comum com meus pais, fazendo parte de uma familia dita como "tradicional" com os dois pais presentes e interagindo de maneira uniforme na construção do meu "ser" e educação. Na minha adolescência as coisas tomaram um rumo mais drástico, pois eu sempre quis entender os porquês das coisas, tanto internas quanto externas a mim. E com pais vindos do interior e tendo suas educações e conhecimentos formais mais simples ( do ponto de vista cultural e de instrução), eu nem sempre tinha as respostas que buscava e a minha frustração com esse fato nem sempre era bem recebida, não por falta de interesse, mas sim por inaptidão deles em lidar com certos assuntos e ou comportamentos. Hoje sou capaz de fazer essa análise de maneira assertiva por já vir observando isso em diversos momentos da minha vida com eles.
Tenho total ciência do impacto que minha educação (criação) teve na construção da minha personalidade, mas olho meu crescimento e infância com um olhar mais observacional e descritivo, entendendo o contexto que aconteceu e encarando meus pais como peças fundamentais e que fizeram o que acreditavam ser o melhor dentro do seu repertório de conhecimentos e experiências próprias.
O processo analítico da minha infância se deu, e vem se dando, há bastante tempo. Antes mesmo de eu se quer pensar em ingressar na Psicanálise. Sempre tive uma relação boa e, até certo ponto, comum com meus pais, fazendo parte de uma familia dita como "tradicional" com os dois pais presentes e interagindo de maneira uniforme na construção do meu "ser" e educação. Na minha adolescência as coisas tomaram um rumo mais drástico, pois eu sempre quis entender os porquês das coisas, tanto internas quanto externas a mim. E com pais vindos do interior e tendo suas educações e conhecimentos formais mais simples ( do ponto de vista cultural e de instrução), eu nem sempre tinha as respostas que buscava e a minha frustração com esse fato nem sempre era bem recebida, não por falta de interesse, mas sim por inaptidão deles em lidar com certos assuntos e ou comportamentos. Hoje sou capaz de fazer essa análise de maneira assertiva por já vir observando isso em diversos momentos da minha vida com eles.
Tenho total ciência do impacto que minha educação (criação) teve na construção da minha personalidade, mas olho meu crescimento e infância com um olhar mais observacional e descritivo, entendendo o contexto que aconteceu e encarando meus pais como peças fundamentais e que fizeram o que acreditavam ser o melhor dentro do seu repertório de conhecimentos e experiências próprias.
Citação de Evelyn Guimarães em julho 2, 2025, 11:08 pmMinha infância não foi muito fácil, cresci em um lar um pouco conturbado, acredito que devido a isso algumas coisas foram desencadeadas em mim, e uma delas é trauma de algumas coisas e insegurança. Mas,quando fazemos a Análise pessoal, no início, temos uma sensação de curiosidade genuína sobre si mesmo, é como estivéssemos desvendando um mistério, onde cada nova percepção traz uma peça do quebra-cabeça. Conseguimos analisar pensamentos, ou comportamento que antes passavam despercebidos .. Sentimos um pouco de Desconforto e Vulnerabilidade, pois estamos confrontando aspectos de nós mesmo que talvez não sejam tão agradáveis, como medos, inseguranças, erros passados ou padrões negativos..é como tirar um curativo de uma ferida antiga – pode doer no começo, mas é necessário para a cura. No final, a sensação é de leveza, paz consigo mesmo, olhar mais para o nosso interior, buscar cada dia autoconhecimento e equilíbrio emocional.
Minha infância não foi muito fácil, cresci em um lar um pouco conturbado, acredito que devido a isso algumas coisas foram desencadeadas em mim, e uma delas é trauma de algumas coisas e insegurança. Mas,quando fazemos a Análise pessoal, no início, temos uma sensação de curiosidade genuína sobre si mesmo, é como estivéssemos desvendando um mistério, onde cada nova percepção traz uma peça do quebra-cabeça. Conseguimos analisar pensamentos, ou comportamento que antes passavam despercebidos .. Sentimos um pouco de Desconforto e Vulnerabilidade, pois estamos confrontando aspectos de nós mesmo que talvez não sejam tão agradáveis, como medos, inseguranças, erros passados ou padrões negativos..é como tirar um curativo de uma ferida antiga – pode doer no começo, mas é necessário para a cura. No final, a sensação é de leveza, paz consigo mesmo, olhar mais para o nosso interior, buscar cada dia autoconhecimento e equilíbrio emocional.
Citação de Letícia Martins em julho 3, 2025, 6:26 pmPara mim a autoanálise semelhante a se submeter à análise com profissional requer coragem de voltar a lugares por vezes desconfortáveis de estar novamente vulnerável mas intencionalmente, com intuito de processar e compreender e quiçá ressignificar e então seguir mais livre .
Já passei por momentos de autoanálise profundos, acredito que eles até me trouxeram aqui, pois conhecimento transforma e cativa no sentido de buscar mais para poder transbordar do mesmo com outros...
A verdade é que conhecer-se é realmente libertador ,no processo de autoanálise podemos sentir muitas emoções como estudamos aqui recalcadas, escondidas , mas o alívio que traz consigo esse processo não consigo pensar em outra palavra senão realmente libertador .
Para mim a autoanálise semelhante a se submeter à análise com profissional requer coragem de voltar a lugares por vezes desconfortáveis de estar novamente vulnerável mas intencionalmente, com intuito de processar e compreender e quiçá ressignificar e então seguir mais livre .
Já passei por momentos de autoanálise profundos, acredito que eles até me trouxeram aqui, pois conhecimento transforma e cativa no sentido de buscar mais para poder transbordar do mesmo com outros...
A verdade é que conhecer-se é realmente libertador ,no processo de autoanálise podemos sentir muitas emoções como estudamos aqui recalcadas, escondidas , mas o alívio que traz consigo esse processo não consigo pensar em outra palavra senão realmente libertador .
Citação de Viviane Jordão Moro em julho 4, 2025, 11:29 pmEscrever esse texto foi como abrir uma porta antiga dentro de mim — daquelas que a gente não sabe bem o que vai encontrar, mas sente que precisa entrar.
À medida que mergulhei nessa proposta de autoanálise, uma mistura de emoções começou a emergir: estranhamento, por revisitar partes da minha história que, por muito tempo, ficaram escondidas em gavetas internas; alegria, por perceber o quanto cresci; saudade, por lembrar da menina sonhadora que eu fui; e também uma melancolia suave, por tudo aquilo que foi ficando pelo caminho.
Durante a escrita, me vieram lembranças da infância… Lembrei do meu desejo profundo de compreender as pessoas, de ajudar a curar dores que eu mesma nem sabia nomear. Lembrei dos silêncios em casa, das emoções engolidas, da vontade de ser vista e ouvida com profundidade. Foi nesse ambiente que meu interesse pela mente humana começou a germinar — sem eu saber que, anos depois, esse solo daria frutos tão intensos.
Percebo hoje que muitos dos meus medos vinham da ideia de não ser suficiente, de não dar conta — e, ao mesmo tempo, meus sonhos sempre foram maiores que esses medos. Talvez por isso eu tenha buscado na Psicanálise e na Programação Neurolinguística não só ferramentas profissionais, mas também formas de me compreender e me reconstruir.
Há, sim, uma relação muito direta entre aquela criança sensível e a mulher que sou hoje: alguém que se dedica diariamente a guiar outras pessoas no caminho do autoconhecimento, da autoaceitação e da transformação interior. Essa escrita me trouxe mais uma vez a certeza de que nos escutar é o primeiro passo para transformar — e que a literatura, assim como a vida, só cumpre seu papel quando nos devolve a nós mesmos.
Escrever esse texto foi como abrir uma porta antiga dentro de mim — daquelas que a gente não sabe bem o que vai encontrar, mas sente que precisa entrar.
À medida que mergulhei nessa proposta de autoanálise, uma mistura de emoções começou a emergir: estranhamento, por revisitar partes da minha história que, por muito tempo, ficaram escondidas em gavetas internas; alegria, por perceber o quanto cresci; saudade, por lembrar da menina sonhadora que eu fui; e também uma melancolia suave, por tudo aquilo que foi ficando pelo caminho.
Durante a escrita, me vieram lembranças da infância… Lembrei do meu desejo profundo de compreender as pessoas, de ajudar a curar dores que eu mesma nem sabia nomear. Lembrei dos silêncios em casa, das emoções engolidas, da vontade de ser vista e ouvida com profundidade. Foi nesse ambiente que meu interesse pela mente humana começou a germinar — sem eu saber que, anos depois, esse solo daria frutos tão intensos.
Percebo hoje que muitos dos meus medos vinham da ideia de não ser suficiente, de não dar conta — e, ao mesmo tempo, meus sonhos sempre foram maiores que esses medos. Talvez por isso eu tenha buscado na Psicanálise e na Programação Neurolinguística não só ferramentas profissionais, mas também formas de me compreender e me reconstruir.
Há, sim, uma relação muito direta entre aquela criança sensível e a mulher que sou hoje: alguém que se dedica diariamente a guiar outras pessoas no caminho do autoconhecimento, da autoaceitação e da transformação interior. Essa escrita me trouxe mais uma vez a certeza de que nos escutar é o primeiro passo para transformar — e que a literatura, assim como a vida, só cumpre seu papel quando nos devolve a nós mesmos.
Citação de Sidnei Giovani Vermundes em julho 6, 2025, 11:21 pmsobre o que eu senti ?
Eu tive uma sensação de luz, de quem não encontrou a solução, mas encontrou o primeiro degrau.
Obviamente que nao farei uma auto-exposição aqui, mas minha historia para muitos pode parecer triste como um final feliz, e eu sou uma dessas pessoas. PAra outras uma historia comum.
Mas o que realmente importa é o que eu penso:
Eu demorei muito para entender o que seria a função ou causa de minha exsitencia, pois eu me nego acreditar que nasci por acaso.
E somente agora, quase chegando a 4 decadas de vida eu pude começar a compreender melhor , não qual minha função, mas sim o que eu posso fazer ?e o que eu posso fazer estão nas minhas escolhas
ou seja, eu posso ser, ou fazer o que eu quiser.
sobre o que eu senti ?
Eu tive uma sensação de luz, de quem não encontrou a solução, mas encontrou o primeiro degrau.
Obviamente que nao farei uma auto-exposição aqui, mas minha historia para muitos pode parecer triste como um final feliz, e eu sou uma dessas pessoas. PAra outras uma historia comum.
Mas o que realmente importa é o que eu penso:
Eu demorei muito para entender o que seria a função ou causa de minha exsitencia, pois eu me nego acreditar que nasci por acaso.
E somente agora, quase chegando a 4 decadas de vida eu pude começar a compreender melhor , não qual minha função, mas sim o que eu posso fazer ?
e o que eu posso fazer estão nas minhas escolhas
ou seja, eu posso ser, ou fazer o que eu quiser.
Citação de leandrosllv em julho 7, 2025, 11:56 amAcredito na forma individual de cada um ao pensar na sua infancia, sou muito grato pelos meus pais, que - tenho certeza - fizeram o melhor que puderam em meio as circunstancias, porém é uma história bem específica. Minha irmã sofreu um acidente grave enquanto criança, o que mudou muito meus pais, a relação entre eles e a própria relação comigo e minha outra irmã, tornando-os bem diferentes do "antes" do acidente. Isso causou muitas mudanças bem profundas tanto nos comportamentos deles quantos no meu e da minha outra irmã. Não os julgo, amo-os igualmente e não tenho ressalvas ou reclamações. Como eu disse, é uma história bem específica e não posso exigir de ninguém um "comportamento perfeito" em nenhuma fase depois deste fato. Tenho muita gratidão e amor pelos meus pais
Acredito na forma individual de cada um ao pensar na sua infancia, sou muito grato pelos meus pais, que - tenho certeza - fizeram o melhor que puderam em meio as circunstancias, porém é uma história bem específica. Minha irmã sofreu um acidente grave enquanto criança, o que mudou muito meus pais, a relação entre eles e a própria relação comigo e minha outra irmã, tornando-os bem diferentes do "antes" do acidente. Isso causou muitas mudanças bem profundas tanto nos comportamentos deles quantos no meu e da minha outra irmã. Não os julgo, amo-os igualmente e não tenho ressalvas ou reclamações. Como eu disse, é uma história bem específica e não posso exigir de ninguém um "comportamento perfeito" em nenhuma fase depois deste fato. Tenho muita gratidão e amor pelos meus pais
Citação de Viridiane Veneri em julho 7, 2025, 4:14 pmMinha experiência com a autoanálise foi marcada por um mergulho solitário em meus próprios afetos e repetições. Em alguns momentos, senti como se estivesse na posição de analista e analisante ao mesmo tempo, tentando escutar meus pensamentos com neutralidade, ao mesmo tempo em que era atravessada por angústias e associações livres. Foi um exercício de atenção flutuante comigo mesma, mas também um confronto com minhas resistências. Nem sempre consegui nomear o que emergia, mas percebi movimentos do inconsciente se manifestando por meio de sonhos, lapsos e sensações corporais. Ao tentar compreender a origem de certos conflitos, encontrei vestígios de minhas vivências infantis, ecoando nas escolhas atuais. No entanto, reconheço os limites desse processo, pois sem o outro que escuta, interpreta e sustenta, nem tudo pode ser simbolizado. Ainda assim, a autoanálise me serviu como um espaço de abertura para a escuta interna, ampliando minha consciência e me preparando para um possível processo analítico mais profundo.
Minha experiência com a autoanálise foi marcada por um mergulho solitário em meus próprios afetos e repetições. Em alguns momentos, senti como se estivesse na posição de analista e analisante ao mesmo tempo, tentando escutar meus pensamentos com neutralidade, ao mesmo tempo em que era atravessada por angústias e associações livres. Foi um exercício de atenção flutuante comigo mesma, mas também um confronto com minhas resistências. Nem sempre consegui nomear o que emergia, mas percebi movimentos do inconsciente se manifestando por meio de sonhos, lapsos e sensações corporais. Ao tentar compreender a origem de certos conflitos, encontrei vestígios de minhas vivências infantis, ecoando nas escolhas atuais. No entanto, reconheço os limites desse processo, pois sem o outro que escuta, interpreta e sustenta, nem tudo pode ser simbolizado. Ainda assim, a autoanálise me serviu como um espaço de abertura para a escuta interna, ampliando minha consciência e me preparando para um possível processo analítico mais profundo.
Citação de Taise freire em julho 8, 2025, 2:41 amEscrever essa carta foi doloroso, sim! como sangrar por dentro. Mas também foi libertador. Como se, ao colocar cada palavra no papel, eu estivesse reconhecendo minha história, minha força, minha sobrevivência. Senti tristeza, raiva, saudade,mas também coragem. Porque contar essa verdade é um ato de amor próprio. É dizer: isso aconteceu comigo, mas isso não definiu quem eu me tornei, apesar de muitas vezes me sentir incapaz ou insegura, não permito que esses sentimentos me dominem.
Escrever essa carta foi doloroso, sim! como sangrar por dentro. Mas também foi libertador. Como se, ao colocar cada palavra no papel, eu estivesse reconhecendo minha história, minha força, minha sobrevivência. Senti tristeza, raiva, saudade,mas também coragem. Porque contar essa verdade é um ato de amor próprio. É dizer: isso aconteceu comigo, mas isso não definiu quem eu me tornei, apesar de muitas vezes me sentir incapaz ou insegura, não permito que esses sentimentos me dominem.
Citação de Shimada Coelho em julho 8, 2025, 11:22 am
Meu primeiro ofício foi como escritora, articulista, cronista e poetisa: aprendi a ler e escrever entre quatro e cinco anos de idade. O hábito de escrever em agendas velhas foi precoce: eram meus diários. Escrever em momentos onde se fazia necessárias as exteriorização e reler tudo era algo impactante pra mim: era como ver a mim mesma do lado de fora do corpo.
Foi através da poesia que percebi que eu praticava a autoanálise: a metáfora poética me permitia expressar, desobstruir emoções e sentimentos, através de analogias sem o receio de que alguém lesse minhas 'confissões' à mim mesma. Isto deu-me não apenas a liberdade na expressão do meu Eu como também, me permitiu uma facilidade para interpretar metáforas e símbolos de linguagem: aprendi a interpretar sonhos antes de conhecer a Psicanálise.
Foi bastante gratificante saber que eu já estava dentro de uma prática comum de Freud: a análise através da escrita. Tenho uma frase, um tanto 'romantizada' que diz: "As mãos são extensões do coração. Ninguém esconde quem é quando escreve.". Na verdade, com base em nosso conhecimento psicanalítico, sabemos que, as mãos não são extensão do órgão coração, mas, é através delas que a maioria das nossas expressões interiores se manifestam.
Sendo assim, a auto análise sempre esteve presente em minha Vida: sempre foi importante pra mim o auto conhecimento. Havia a consciência de que ninguém é igual a ninguém e que, embora as referências externas, o que me tornava única estava dentro de mim.
Talvez, a introspecção tenha facilitado a naturalidade com que mergulho no meu interior e assisto a tudo, mas, nem sempre foi simples como é hoje em dia... A autoanálise exige a confrontação consigo mesmo: o enfrentamento com o nosso maior inimigo, nós mesmos. Muitas e muitas vezes, foi necessário recuar nesse enfrentamento e buscar algo mais que favorecesse este momento que a maioria dos indivíduos evita.Consequentemente, muito em nós vai sendo desconstruindo e reconstruído.
Um exemplo é que a auto confrontação exige a capacidade de encarar fatos, a temida "verdade que dói"! Quem busca fora o preenchimento dos vazios ou lacunas internas, terá dificuldade em enfrentar as verdades de si mesmo. Da mesma forma, sem ser sincero, imparcial e honesto consigo mesmo, a confrontação torna-se um obstáculo maior do que já é. A presença ou ausência destes elementos podem ser percebidos na exteriorização deles nas interações com o externo. Durante este processo, muito de nós vai sendo alterado para um estado original de nós: o Ego vai perdendo o domínio...
Sem a auto análise, não haveria o auto conhecimento e consequentemente, não saberia quem sou, como sou, para onde desejo ir e o que alcançar. Depois de tantos anos sendo a auto análise uma prática constante e já espontânea, uma infinidade de conclusões enriquecem minha história pessoal. Uma delas é como lembranças traumáticas de qualquer nível podem ser superadas com a confrontação através de uma outra visão sobre a questão: o que causava sofrimento, perde seu poder ou dimensão e dá espaço a memórias agradáveis do mesmo período, levando-me a constatar que, o sofrimento que carregamos é uma venda que impede que enxerguemos a nós mesmos com totalidade e, os eventos de nossas Vidas com um olhar com um olhar especial...
Meu primeiro ofício foi como escritora, articulista, cronista e poetisa: aprendi a ler e escrever entre quatro e cinco anos de idade. O hábito de escrever em agendas velhas foi precoce: eram meus diários. Escrever em momentos onde se fazia necessárias as exteriorização e reler tudo era algo impactante pra mim: era como ver a mim mesma do lado de fora do corpo.
Foi através da poesia que percebi que eu praticava a autoanálise: a metáfora poética me permitia expressar, desobstruir emoções e sentimentos, através de analogias sem o receio de que alguém lesse minhas 'confissões' à mim mesma. Isto deu-me não apenas a liberdade na expressão do meu Eu como também, me permitiu uma facilidade para interpretar metáforas e símbolos de linguagem: aprendi a interpretar sonhos antes de conhecer a Psicanálise.
Foi bastante gratificante saber que eu já estava dentro de uma prática comum de Freud: a análise através da escrita. Tenho uma frase, um tanto 'romantizada' que diz: "As mãos são extensões do coração. Ninguém esconde quem é quando escreve.". Na verdade, com base em nosso conhecimento psicanalítico, sabemos que, as mãos não são extensão do órgão coração, mas, é através delas que a maioria das nossas expressões interiores se manifestam.
Sendo assim, a auto análise sempre esteve presente em minha Vida: sempre foi importante pra mim o auto conhecimento. Havia a consciência de que ninguém é igual a ninguém e que, embora as referências externas, o que me tornava única estava dentro de mim.
Talvez, a introspecção tenha facilitado a naturalidade com que mergulho no meu interior e assisto a tudo, mas, nem sempre foi simples como é hoje em dia... A autoanálise exige a confrontação consigo mesmo: o enfrentamento com o nosso maior inimigo, nós mesmos. Muitas e muitas vezes, foi necessário recuar nesse enfrentamento e buscar algo mais que favorecesse este momento que a maioria dos indivíduos evita.Consequentemente, muito em nós vai sendo desconstruindo e reconstruído.
Um exemplo é que a auto confrontação exige a capacidade de encarar fatos, a temida "verdade que dói"! Quem busca fora o preenchimento dos vazios ou lacunas internas, terá dificuldade em enfrentar as verdades de si mesmo. Da mesma forma, sem ser sincero, imparcial e honesto consigo mesmo, a confrontação torna-se um obstáculo maior do que já é. A presença ou ausência destes elementos podem ser percebidos na exteriorização deles nas interações com o externo. Durante este processo, muito de nós vai sendo alterado para um estado original de nós: o Ego vai perdendo o domínio...
Sem a auto análise, não haveria o auto conhecimento e consequentemente, não saberia quem sou, como sou, para onde desejo ir e o que alcançar. Depois de tantos anos sendo a auto análise uma prática constante e já espontânea, uma infinidade de conclusões enriquecem minha história pessoal. Uma delas é como lembranças traumáticas de qualquer nível podem ser superadas com a confrontação através de uma outra visão sobre a questão: o que causava sofrimento, perde seu poder ou dimensão e dá espaço a memórias agradáveis do mesmo período, levando-me a constatar que, o sofrimento que carregamos é uma venda que impede que enxerguemos a nós mesmos com totalidade e, os eventos de nossas Vidas com um olhar com um olhar especial...
Citação de Winnie Caldas em julho 8, 2025, 5:05 pmRelembrar a infância me trouxe um sentimento de nostalgia. Lembrar dos meus queridos avos, amigos de infãncia, primos, momentos bons.
Relembrar a infância me trouxe um sentimento de nostalgia. Lembrar dos meus queridos avos, amigos de infãncia, primos, momentos bons.