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Desafio - Módulo V

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Sim na infância foi muita intensa, calorosa de amigos e família base marcante para a vida.

Eu já faço isso algumas vezes e também repasso pro meu analista pessoal, pois já venho um tempinho nessa experiencia maravilhosa que é a psicanalise . É uma sensação de conseguir retornar a muitas situações que antes não conseguíamos parar pra analisar ou nomear um sentimento que algo nos causou. Muito choro depois que li em voz alta . De mim pra mim mesma. Uma experiencia que vale muito.

Durante a escrita, vivi momentos de muitas emoções. Em alguns trechos me senti saudosa ao lembrar da minha infância e dos sonhos que eu tinha naquela época. Em outros momentos, percebi certa tristeza e até surpresa ao notar como algumas situações moldaram quem eu sou hoje. Foi um exercício de autoconhecimento que me trouxe alegria ao perceber quantos desejos da infância ainda estão vivos em mim e continuam guiando minhas escolhas.

Refletindo sobre medos e sonhos, percebi que alguns medos infantis já não fazem tanto sentido hoje, mas deixaram marcas que ainda influenciam minha maneira de ver o mundo. Por outro lado, meus sonhos, mesmo que diferentes, ainda carregam a essência da curiosidade e da vontade de aprender que eu tinha quando criança.

Esse processo de autoanálise me fez compreender melhor minha história e como ela está ligada ao que sou atualmente. Foi uma experiência enriquecedora e transformadora.

Durante essa reflexão, observei como certas reações emocionais desproporcionais, como angústia ou irritação em determinadas situações, podem estar relacionadas a conteúdos recalcados, que não foram totalmente elaborados. Por exemplo, uma experiência de rejeição na infância, aparentemente superada, ainda ressoa em mim quando me vejo diante de situações de exclusão, mesmo que sutis. Isso me remete à importância do mecanismo de defesa, como a formação reativa ou a racionalização, que muitas vezes utilizo inconscientemente para evitar o contato direto com o afeto desprazeroso.

Também reconheci o papel do Superego na minha autocrítica excessiva e no sentimento de culpa que às vezes me acompanha, mesmo quando racionalmente não há justificativa concreta. Essa instância moral, internalizada a partir das figuras parentais, exerce influência significativa na minha tentativa de corresponder a ideais muitas vezes inalcançáveis, gerando sofrimento psíquico. O conflito entre o Id (meus desejos e impulsos), o Ego (que busca mediar com a realidade) e o Superego (que julga e exige) torna-se evidente em momentos de decisão e tensão interna.

A teoria do desenvolvimento psicossexual também foi útil para compreender certos traços da minha personalidade. Ao revisitar as fases oral, anal e fálica, percebo como algumas fixações podem ter contribuído para padrões repetitivos nas relações afetivas e na forma como lido com o controle, o prazer e a dependência.

Realizar essa autoanálise me proporcionou uma escuta mais sensível a mim mesma, reconhecendo que há mais em meus gestos e escolhas do que a razão consegue explicar. A proposta de Freud de que “o Eu não é senhor em sua própria casa” fez ainda mais sentido, e compreender isso abre espaço para um processo de autoconhecimento mais profundo e honesto.

Quando decidi me colocar no divã, enfrentei o paradoxo fundamental de toda autoanálise: como se dividir entre o sujeito que sofre e o analista que escuta? Como ser, ao mesmo tempo, aquele que fala e aquele que interpreta, sem cair na armadilha da racionalização ou da complacência? No início, era mais fácil julgar do que sentir. Eu me observava como quem olha um paciente distante: com técnica, mas pouca afetividade. Percebi que a neutralidade analítica, tão valorizada na clínica, pode tornar-se um escudo quando aplicada a si mesmo. Era necessário desarmar o ego observador para permitir que o inconsciente tivesse, de fato, alguma chance de se manifestar. Descobri resistências onde menos esperava: nos sonhos aparentemente banais, nas repetições do cotidiano, nos esquecimentos "sem importância". Cada sintoma, por menor que fosse, carregava uma assinatura minha — mas que eu não queria reconhecer. Descobri, por exemplo, uma forte compulsão à produtividade que mascarava um medo arcaico do vazio e da falta de sentido. Era como se parar fosse morrer. A transferência, nesse caso, se voltava a figuras internas: pais, mestres, ideais. E era estranho sentir que eu mesmo era, em parte, o objeto da minha própria idealização. Quantas vezes busquei corresponder à imagem do analista que sabe, que compreende, que é imune às falhas humanas? Autoanalisar-se era, também, permitir-se decepcionar-se consigo. Mas houve momentos de verdade — geralmente sutis, nunca espetaculares. Uma lembrança infantil resgatada sem esforço, um sonho que se recusava a ser interpretado, um silêncio sentido com dor. A autoanálise me ensinou que a escuta interna precisa ser tão paciente quanto a escuta do outro. E que o inconsciente, embora pessoal, nunca é solitário: é tecido de linguagem, história e desejo herdado. Como Freud afirmou, "o Eu não é senhor em sua própria casa". Em minha autoanálise, eu só comecei a escutar de fato quando aceitei essa desobediência interna. E, paradoxalmente, foi nesse reconhecimento de impotência que comecei a encontrar alguma liberdade. Lembrei de muitas coisas, muitas alegrias, mas ao mesmo tempo muitas sombras.(Eu leio muito Carl Jung). Aproveitei para acolher e integrar várias sombras no meu processo de individuação. Observei que as sincronicidades já aconteciam quando eu era criança, fiquei muito feliz em descobrir isso.

é muito difícil visita a minha infância tive sentimentos felizes por lembrar de meus avós e sentimentos tristes por ter sido uma vida sofrível e com certeza tudo isso teve grande impacto na minha vida adulta e de quem sou hoje, cresci com muitos medos e insegurança, venci alguns e acreditei que através da Educação escolar poderia mudar minha vida e assim o fiz....

Minha infãncia foi muito boa, tenho saudade até do tédio dessa fase. Brinquei na rua, isso que é liberdade sem peso de julgamentos, contas para pagar ou compromissos para honrar. O fenômeno do aprendizado escolar era uma mágica linda, muito libertador

Sim, já experimentei fazer autoanálise, especialmente por meio da escrita reflexiva. A experiência foi, ao mesmo tempo, intensa e reveladora. Em alguns momentos, senti estranheza, como se estivesse visitando partes de mim que ficaram esquecidas ou adormecidas. Em outros, senti uma alegria quase nostálgica ao resgatar memórias da infância, desejos antigos, medos que ainda me acompanham, mas que agora consigo nomear.Ao longo da escrita, surgiram sentimentos de saudade, tristeza e também alívio, como se aquilo que estava confuso dentro de mim finalmente encontrasse forma e voz. Percebi, por exemplo, como alguns sonhos que tive na infância ainda ressoam silenciosamente nas escolhas que faço hoje, como se, em algum nível, aquela criança ainda conversasse com a adulta que me tornei. Esse exercício de autoanálise me ajudou a perceber o quanto o passado se faz presente, mesmo quando achamos que o deixamos para trás. Foi uma forma de olhar para mim com mais profundidade e compaixão, desenvolvendo a escuta de mim mesma e fortalecendo minha capacidade analítica e interpretativa.

Pois bem, escrever sobre minha trajetória até aqui foi uma experiência muito interessante, pois nunca havia feito  uma análise da minha própria história, senti saudades de muitos momentos que passei com minha família, senti muita gratidão pelos meus pais e meus irmãos, do nosso relacionamento familiar, consegui observar  como é valioso crescer dentro de um ambiente famíliar bem estruturado, rodeado de amor, cuidado e educação, muitas das nossas atitudes, decisões e enfrentando nas adversidades da vida tem uma face de influência vindo lá do berço familiar. Ao passar para a fase adulta tive algumas experiências difíceis que marcaram uma determinada época, mas foi nescessário e de grande importância para o meu crescimento e amadurecimento intelectual e espiritual, costumo tirar um aprendizado de tudo, tanto dos momentos bons como dos momentos ruins, das tristezas e alegrias, para mim tudo tem seu valor, mas prefiro lembrar as coisas boas, as ruins só se for para trazer alguma aprendizagem de relevância para o momento, do contrário prefiro esquecê-las. É muito interessante se ver dentro de uma história e analisar como foi construído o seu próprio Eu.

O processo de autoanálise sempre aconteceu na minha vida. A medida que o tempo foi passando é ela foi se reconstruindo com mais consciência. Por exemplo, ao assistir filmes e se ver marcada pela fala de algum personagem, ou mesmo ser impactada pelo ambiente (cenário) onde a história é contada podendo despertar vontade de estar naquele lugar, por exemplo...até o momento mais introspectivo da autoanálise que é feita escrevendo. As emoções são várias desde o choro até a risada esperançosa de superar algum obstáculo identificado pela consciência.

 

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